Orfanato

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_ Madre!?

Ouvi uma das voluntárias do orfanato me chamar!

_ Madre, deixaram mais uma menina na nossa porta! - disse ofegante.

_Qual o nome dela?
_Ela não tem nome Madre. A pessoa que a deixou aqui, deixou com ela está carta. - Me entregou.

Madre,
Essa é minha filha, a deixei na porta do orfanato porque não tenho mais como cuidar dela. Passamos fome todos os dias, e ela é apenas uma criança, queria poder dar a ela o mundo, mais não posso.
Meu marido morreu a alguns dias e as coisas pioraram ainda mais!
Peço encarecidamente que consiga pra ela uma boa família, que possa lhe dar um futuro melhor.
Ela não tem documentos, nem um nome certo, apenas chamamos ela de "Mer", deixe que a futura família dela escolha o nome!

Madre, diz a minha filha que eu a deixei aí por amor!

_ Onde está a menina? - perguntei.
_ A deixei na portaria. Ela parece assustada, e está com frio. Não deixaram nenhuma roupa com ela, apenas a que está vestida.
_Vamos, vamos ajudar essa garotinha.

_Ali está ela Madre. Aquela de cabelos loiros, de olhos azuis.

Olhei aquela menina, linda, parecia um anjo, meu coração doeu. Fui chegando mais perto, pude ver que ela era bem cuidada, estava limpa, mais suas roupas eram bem surradas, isso explicava a pobreza em que vivia. Nas mãos tinha apenas uma bonequinha de pano. Fui me aproximando e tentei falar com ela.

_Ola princesa! Qual seu nome?
Ela me olhou com aqueles olhos lindos, sua pele era branquinha, apenas algumas sardas, tinha um semblante de medo, de dor, era quase impossível de decifrar o olhar daquela menina.
_ Me chame de Mer! Minha mãe me chama assim.

Ela respondeu sem se quer exitar, me deixou sem reação, pensei que ela não iria falar tão cedo.

_Bom Mer, está com fome? Está na hora do almoço! Gostaria de comer alguma coisa.? - Quando disse isso ela deu um salto e respondeu.
_Estou com muita fome, a tempos não faço uma refeição, se me oferecer uma fruta eu já fico bem feliz!

Fiquei paralisada com a resposta, uma menina de 7 anos me falando isso, quanta sabedoria, não consigo nem imaginar o que ela tenha passado pra ser tão madura assim.

_Então venha! As outras crianças já devem estar no refeitório.
Num empulso de carinho ela segurou a minha mão, e caminhamos até o refeitório.

*** Sobre o orfanato

Esse orfanato é o único da cidade, vivemos com a ajuda de doações das pessoas, comércio, e da nossa igreja! Ninguém aqui tem salário para trabalhar, todos que aqui trabalham são voluntários da nossa comunidade!

Desde que eu dediquei minha vida a Deus, tinha como objetivo na vida, ajudar as crianças pobres da nossa vizinhança, então decidi fazer da minha casa um orfanato, com a colaboração de todos, devagar fomos aumentando a casa!
Hoje temos aqui 25 crianças, de 3 a 12 anos. Tem mês que são adotadas 3 crianças, outros meses nenhuma crianças, mais chegam 4 pra gente cuidar.
Nunca abandonei ou deixei de cuidar, e sempre que aparece alguém pra adotar eu procuro saber da família, se tem boas condições, se vão dar ao menos uma vida digna a criança.

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_ Mer, sente-se aqui! Esse é o Andrew, ele tem a sua idade! Vocês podem ser amigos.
_ Muito obrigada!

Ela agradeceu e se sentou.
Logo servimos o almoço, eu fiquei de longe a olhando. Ela comeu tudo o que lhe foi oferecido, e não parou um segundo de conversar com o Andrew. Realmente aquela menina tinha algo de diferente.

**Primeiro capítulo gente! Fic nova! Espero que gostem. ***

Será que vamos ter Merluca?? Acho que sim. ❤️

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