Brittany

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Muito esquisito.

Não sei se vou conseguir.

Tudo bem. Vamos lá:

Foi assim que conheci Santana, tudo aconteceu cinco anos atrás, eu estava em Bogotá (-para-assass-) bem, eu estava a trabalho, para minha instituição, estou sempre viajando caçando talentos. estava no bar do lobby do hotel Americana, vendo o mundo sucumbir à anarquia, quando um mensageiro correu na minha direção, ansioso por contar a novidade:
Alguém atirou no Barracuda! — ele berrou em espanhol.
Sancho Varron? — o garoto fez que sim com a cabeça, inútil dizer que aquilo já não era novidade nenhuma para mim.
A polícia está recolhendo os turistas desacompanhados. — acrescentou o mensageiro, o que também não era novidade.
a senhora está sozinha? — eu estava sozinha, estava sempre sozinha, esse era o tipo de vida que eu levava, então um capitão de polícia irrompeu no bar — grande surpresa!— liderando sua escolta de ratos e intimidando todo mundo com seu revólver de merda, não demorou muito para que ele se plantasse na minha frente, berrando alguma coisa. De repente, embora eu falasse espanhol com fluência, não consegui entender uma única palavra do que ele estava dizendo pois uma verdadeira miragem acabara de cruzar a porta, e, por um instante, eu não conseguia prestar atenção em mais nada.

Cabelos da cor de chocolate, olhos castanhos quase pretos, capazes de perfurar o coração de uma pessoa, curvas que pareciam ao mesmo tempo macias e rijas, não imaginava o que uma mulher como aquela fazia num lugar como aquele, e nem queria saber, ...

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Cabelos da cor de chocolate, olhos castanhos quase pretos, capazes de perfurar o coração de uma pessoa, curvas que pareciam ao mesmo tempo macias e rijas, não imaginava o que uma mulher como aquela fazia num lugar como aquele, e nem queria saber, simplesmente estava feliz, afinal, com tantos botecos decadentes espalhados pelo mundo, ela havia entrado justo no meu, a julgar pelo sorriso em seus lábios, havia notado minha presença também. o capitão me sacudiu pelo ombro, exigindo total atenção.
o que foi? — Eu não ousava desviar o olhar daquela miragem, por medo de que ela desaparecesse no ar, o capitão seguiu o meu olhar.
Vocês duas estão juntas? — indagou, de súbito, perguntei a ela:
Estamos? — de súbito, ela também respondeu:
Claro que sim!
Pelo menos foi essa a tradução da minha fantasia, respondi com um simples gesto de cabeça ao capitão, que não conseguiu esconder um discretíssimo olhar de inveja ao ver aquela deusa me abraçar de maneira tão sensual e me arrastar em direção às escadas, continuamos com nossa encenação até o quarto dela, que acreditei ser o fim da linha mas uma saraivada de tiros nos fez mudar de ideia. Entramos rapidamente e batemos a porta, lado a lado, recostados contra a porta, o coração batendo forte no peito, ouvíamos a gritaria, mais tiros, a agitação dos outros hóspedes, esperando estar entre os sortudos que sairiam vivos daquela situação. achei que minha companheira gritaria a qualquer instante, ou desmaiaria, ou pelo menos desabaria em lágrimas, em vez disso ela começou a rir, como uma criançinha no meio de uma emocionante brincadeira de esconde-esconde, imediatamente joguei-me diante dela e tapei sua boca com minha mão, inadvertidamente (será?) pressionando meu corpo contra o seu. Ela arregalou os olhos como se aquilo fosse uma espécie de cantada, e, talvez fosse mesmo. ficamos imóveis, as duas, olhei fundo naqueles olhos castanhos e por um instante cheguei a pensar que jamais seria capaz de olhar em outra direção, sentia as batidas do seu coração, ela cheirava o calor do dia em sua pele.

quem era ela? Que tipo de mulher era essa, capaz de rir diante de uma situação tão perigosa?
meu tipo de mulher!

Eu sabia como gostaria que aquela noite acabasse. no fim da tarde, quando a insanidade do dia já começava a dar lugar à calmaria da noite, fugimos daquele hotel sufocante e ganhamos as ruas, aquela altura já havia começado a chover, e as pessoas corriam de um lado para outro, cobrindo a cabeça com um jornal espanhol, procurávamos ultrapassá-las até chegarmos a um lugar que eu conhecia, escondido no fundo de uma viela.
Varron dominou esta província durante anos — eu explicava a ela enquanto nos protegíamos da chuva sob um toldo de lona, ela assentiu com a cabeça e disse:
Foi o terceiro assassinato esta semana. — Então a mulher se mantinha informada.
Quarto — eu disse. — Afinal, o que você veio fazer em Bogotá?
Trabalho. — Esperei um pouco, mas ela não acrescentou mais nada. Talvez eu devesse ter continuado com as perguntas mas na verdade, não estava nem um pouco interessada. ela estava ali, e isso me bastava.
E você? — ela perguntou.
Diversão. — Acho que ela gostou da resposta, descemos as escadas de um porão onde funcionava um barzinho muito popular entre os locais, ali estaríamos seguras, aquele era um bom lugar para encher a lata sem nenhum conhecido por perto para encher o saco. a pista de dança estava repleta de pessoas tentando esquecer o mundo do lado de fora, a salsa era frenética, os corpos se esfregavam com volúpia e absurda sensualidade. eu queria arriscar fazer parte daquilo, mas me contentei em olhar, enquanto procurávamos uma mesa mais afastada, Santana subitamente se deu conta do perigo pelo qual havíamos passado durante o dia.
Eu estava no meio da rua — ela disse. — Tive muita sorte.
Nada disso — falei baixinho enquanto me sentava, fazendo sinal para que ela se sentasse ao meu lado.
Quem teve sorte fui eu. — Estalei os dedos, e uma garrafa de tequila surgiu do nada em nossa mesa, bem como os demais apetrechos, isto era o melhor do lugar: o serviço, e a bebida barata também. servi duas doses de tequila e levantei meu copo para fazer um brinde.
Às balas que não nos encontraram...— eu disse. Santana riu e bateu levemente seu copo no meu.
Às balas que não nos encontraram...—  meus olhos não se despregavam dela enquanto Lambíamos o sal de nossas mãos, tragávamos a tequila e chupávamos as suculentas fatias de limão. Esse foi, de longe, o drinque mais sensual de toda a minha vida, duas doses mais tarde, Santana arrastou-me até a efervescente pista de dança, brincando gritei que não sabia dançar mas quando jogou os braços em meus ombros e começou a remexer os quadris, Santana me convenceu: ninguém dançava melhor do que eu.

Sra. & Sra. Lopez (Brittana)Onde histórias criam vida. Descubra agora