Elevador

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Brittany
Quase caí para trás ao olhar para o alto do espigão de oitenta e tantos andares, novinho em folha, que se lançava em direção ao céu cor de anil.

BrittanyQuase caí para trás ao olhar para o alto do espigão de oitenta e tantos andares, novinho em folha, que se lançava em direção ao céu cor de anil

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alguém estava montada na grana, conferi o endereço que aparecia no bloco de anotações de Santana. era ali mesmo. octogésimo segundo andar, nunca soube que o negócio de assistência técnica na área de informática desse tanto dinheiro. o prédio ainda estava em construção, mas aparentemente a Triple-Click não tinha tempo a perder. afinal, tinham um assassinato para planejar: o meu. vestida de um macacão preto e carregando uma caixa de ferramentas surrada, eu era apenas mais uma operária-padrão a caminho do trabalho, portanto, não tive dificuldade para cruzar os andaimes. dentro do elevador, apertei o botão que me interessava e fiquei ali, olhando para os números: 70, 71, 72, 73... 74 não se acendeu. 75, 76... de repente, o carro parou entre dois andares. esperei por um instante para ver se se tratava de um truque de espionagem premeditado ou de apenas um probleminha rotineiro. por fim, uma voz masculina disse pelo alto-falante: — Aqui é da segurança, aparentemente há um problema com o elevador. podemos mandar um engenheiro pra dar uma olhada, se a senhora quiser.
Não, muito obrigada — respondi. — Prefiro ficar aqui, esperando que o problema se resolva sozinho. — um momento de silêncio. depois:
A senhora está brincando, não está? — não respondi. então o guarda se manifestou novamente, impaciente demais para um reles segurança: — Então, está brincando ou não está? — na verdade, aquele jeito de falar lembrava demais o tom de impaciência da minha mulher quando se metia numa discussão. sorri calmamente para a câmera de segurança fixada na parede, nunca se sabe quem está nos observando nesse tipo de situação e mandei uma piscada para ela.

SantanaEntão era isto: ela havia descoberto o endereço a partir da anotação que eu havia feito no bloco da mesinha de cabeceira e agora estava lá, eu sabia muito bem para quê e o que planejava fazer

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Santana
Então era isto: ela havia descoberto o endereço a partir da anotação que eu havia feito no bloco da mesinha de cabeceira e agora estava lá, eu sabia muito bem para quê e o que planejava fazer. eu olhava para as imagens de Britt, presa no elevador entre dois andares. no me gusta! minha esposa sempre ficava irresistível em roupas pretas. "ela não é minha esposa" tive de me lembrar. eu havia falado com ela como se fosse um guarda de segurança, minha voz distorcida por um modulador de modo a ficar mais grave. quando ela não me respondeu, fui obrigada a repetir: — Está brincando ou não está? — no monitor, ela levantou o queixo e olhou diretamente nos meus olhos. eu tinha certeza de que com ou sem modulador, ela sabia exatamente com quem estava falando. sobretudo quando mandou aquela piscadela. vadia! deixei de lado a voz falsa e disse:
— Este é o primeiro e último aviso que eu lhe dou, Brittany. — ela sorriu para a câmera

Sra. & Sra. Lopez (Brittana)Onde histórias criam vida. Descubra agora