Fantasia

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feliz aniversário pra mim e att pra vcs. obrigada por darem essa atenção a algo que eu goste de fazer (que também ajuda na minha ansiedade) vocês são especiais pra mim. <3 xo
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Santana Uma mistura de instinto e adrenalina fez com que saíssemos dali no último segundo mas os capangas de Papai e Mamãe não tardariam a vir atrás de nós

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Santana
Uma mistura de instinto e adrenalina fez com que saíssemos dali no último segundo mas os capangas de Papai e Mamãe não tardariam a vir atrás de nós. Britt e eu atravessávamos a garagem deserta onde havíamos deixado a van, tentando bolar um plano enquanto corríamos. Britt abriu a porta do lado do passageiro mas eu hesitei, pensava desesperadamente no que deveríamos fazer dali a dez minutos.
Amor, — falei — meu plano de contingência é uma rota secreta para um barco ancorado em La Paz, no México. — Britt ficou pálida, simplesmente olhou para o além, os lábios apertados.
O meu é um carregamento para as montanhas Atlas — disse por fim. depois olhou para mim, como se eu fosse uma espécie de traidora. mas que diabos ela esperava? nossa parceria era um desastre total, tanto no casamento quanto no trabalho. tínhamos de olhar a realidade de frente. seria uma loucura não pensarmos na possibilidade de continuar juntas.
Separadas, pelo menos sabemos quais são as nossas chances — argumentei. — Mas juntas... difícil dizer. — ainda assim ela não disse nada. poxa! agindo daquela forma ela dificultava ainda mais a nossa situação!
Não dá pra tapar o sol com a peneira...— passei para o outro lado do carro e, em nome dos velhos tempos, entreguei a ela a minha munição de reserva. depois me virei para ir embora.
Você é uma grande idiota. — as palavras dela ecoaram na garagem vazia. cuspindo fogo pelas ventas, dei meia-volta e vi um punho fechado voando na direção do meu queixo! não acreditei no que estava acontecendo! essa vadia! no entanto, mesmo tomada de surpresa, bloqueei o soco de maneira brilhante e dei o troco logo em seguida, foi o que bastou. todas aquelas emoções malucas pelas quais havíamos passado nos dias anteriores finalmente eclodiram numa refrega ensandecida. partimos uma para cima do outra.. lutando, chutando, distribuindo socos... e sucessivamente bloqueando todos os golpes. éramos ambas tão experientes, tão bem treinadas, tão equilibradas em nossas forças, que poderíamos ficar horas lutando sem que dali saísse nenhuma vencedora. por fim, vencidas pelo cansaço, acabamos nos jogando uma nos braços da outra. um abraço nervoso e suado, nossos rostos a poucos centímetros de distância.
Vamos fazer a mesma besteira outra vez? — eu bufava para ela, mas não encontrava as palavras para expressar o que estava sentindo. — Eu admito — ela continuou —, nosso casamento é um engodo! eu não conheço você... você não me conhece. eu menti, você mentiu. nós duas somos grandes mentirosas. — eu não estava preparada para ouvir aquilo. tentei me desvencilhar do abraço, mas dessa vez ela conseguiu me subjugar. — Santana, vamos começar tudo de novo. — sua voz era um comando, mas seus olhos eram uma súplica de partir o coração. — Mas se quiser ir embora... não vou te impedir.— eu tinha de resistir. não queria ceder de jeito nenhum! não podia. se eu desse um fora, ainda teria uma chance de sair viva daquele imbróglio mas se cedesse à esperança e ficasse... bem, daquela vez, se metêssemos os pés pelas mãos, não sei se sobreviveríamos e eu não estava falando do nosso trabalho. "corra, Santana!", meu coração alertava. "já! suma dessa cidade enquanto é tempo! vamos, Santana! Santana...?" mas os olhos de Brittany suplicavam.
Tudo bem. — falei rispidamente, tentando prolongar a raiva e preservar a dignidade, meu coração havia cedido. — Mas quem dirige sou eu.
— Tudo bem. — disse Britt, sem dizer mais nada, subimos na van. eu rezava para não me arrepender muito em breve da minha decisão. nosso plano foi simplesmente brilhante ou brilhantemente simples, de um jeito ou de outro, era o nosso único plano. nossa próxima parada: uma das biroscas chinesas preferidas de Britt. não, não se tratava de um restaurante, mas sim de uma lavanderia. quem não gostaria de vestir roupas limpas numa situação semelhante? aquela história de Bonnie e Clyde já estava ficando velha, pensei mas a nossa história não se resumia a isso. com um sorriso afetado, Britt tirou do bolso um tíquete amarfanhado e entregou-o a Madame Wu, a mulher que tomava conta do lugar. ela examinou o papelzinho com cuidado e silenciosamente sumiu nos fundos da loja. alguns minutos depois, os funcionários da lavanderia apareceram carregando sacos grandes, que depositaram ruidosamente sobre o balcão. Cobri a boca para esconder o riso. as camisas de Britt tilintavam como metal. Excesso de goma, só podia ser.
Camisas muito pesadas. — resmungou Madame Wu.
Muito pesadas. — disse Britt, sorrindo. pegamos os embrulhos e saímos depressa. já na van, Britt jogou os sacos no banco de trás e depois piscou um olho na minha direção. não me contive, mandei um beijinho de volta. em seguida, dei partida na van e seguimos, eu e minha parceira, rumo à nossa própria versão de matar ou morrer. parceira... dirigindo pelas ruas, fiquei pensando naquela mulher, naquela estranha que eu havia chamado de esposa durante seis longos anos. que importância tinha se o gosto musical dela não era lá dos melhores? Brittany era forte, não só fisicamente.. sabia se defender nas situações mais difíceis. uma profissional inteligente, calejada, audaz e ainda por cima muito talentosa nas atividades, digamos...de lazer. era difícil para mim admitir mas tínhamos sido feitas uma para a outra. como havíamos conseguido atravessar aqueles seis anos sem nos darmos conta disso? e o nosso plano? um plano maluco, é claro mas a vida também é maluca. juntas, eu e Britt talvez pudéssemos fazer a coisa funcionar.

Sra. & Sra. Lopez (Brittana)Onde histórias criam vida. Descubra agora