Danz

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Santana
Eu ainda estava na cama mas meus olhos estavam abertos e os ouvidos, em alerta. por fim ouvi o carro saindo para a rua, " vamos lá Sra. Lopez, não se esqueça de fechar a porta da garagem." ótimo, o barulho inconfundível da porta se fechando. ela havia se lembrado, pelo menos dessa vez. saí da cama e fui direto para o banheiro, não tinha tempo a perder. quatro minutos no banho, três me vestindo (sou uma profissional, ora bolas), depois desci correndo para a cozinha e acionei a função "limpar" do forno. Não. não sou dessas donas de casa obsessivas que não conseguem sair de casa com os restos da lasanha da noite anterior grudados na grelha do forno, era outra coisa que eu havia assado na minha cozinha. o timer apitou, e com um gesto abrupto abri a portinhola do forno. depois digitei vários números no painel de controle e... Biiiiip! uma advertência de dez segundos, assim que digitei o código de segurança, o bip parou, a base do meu forno se abriu e eu sorri, era ali que eu guardava meus utensílios de cozinha especiais: armas de última geração, facas reluzentes. limpas, esterilizadas, tudo muito organizado.

logo que nos mudamos constatei que o melhor lugar para esconder meus segredinhos era a cozinha, uma vez que Britt não sabe sequer ferver uma água sem tacar fogo no próprio cabelo

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logo que nos mudamos constatei que o melhor lugar para esconder meus segredinhos era a cozinha, uma vez que Britt não sabe sequer ferver uma água sem tacar fogo no próprio cabelo. analisei as opções e depois guardei na perna direita minha faca predileta. luzes apagadas, cafeteira elétrica desligada, fui para a garagem e saí com o carro. no para-choque, o adesivo: "Vizinhos vigilantes: mantendo nossas ruas em segurança." era isso o que eu fazia todos os dias mas não exatamente da maneira que os vizinhos imaginavam. pouco depois eu estava num dos arranha-céus da cidade, atravessando a porta giratória em direção ao átrio. diante dos elevadores, conferi minha aparência nas portas espelhadas: blazer preto e justo, saia acima dos joelhos, salto alto, maleta executiva. perfeito, constatei.

eu estava pronta para o trabalho, subi até os andares superiores do prédio, onde ficava meu escritório

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eu estava pronta para o trabalho, subi até os andares superiores do prédio, onde ficava meu escritório. saindo do elevador, passei pela câmara de segurança, onde feixes de luz ultravioleta banharam meu corpo, procurando por armas e verificando minha identidade. a logomarca da minha empresa apareceu no monitor de segurança, ao lado de uma lista de dados a meu respeito: temperatura corporal, pressão arterial, armas, jóias. se quisessem, saberiam até a marca do rímel que eu estava usando. "Santana Lopez", disse uma robotizada voz feminina. "Confirmado." tentei abrir a porta dam inha sala, mas a mesma voz de antes disse:  "Aguardar contato." fiquei surpresa, aquilo não era comum e então um rosto apareceu na tela do monitor. um homem de aparência familiar e elegante, o big boss. Papá.
Desculpe a intromissão — ele disse com seu sofisticado sotaque latino — mas temos um... probleminha. e preciso que você cuide dele pessoalmente. — fiquei intrigada, aquilo não era o procedimento padrão.
Alvo? — perguntei, a foto do meu novo alvo surgiu na tela.
Benjamin Danz — informou papai. — As especificações seguem agora
mesmo, o trabalho deve ser rápido, limpo e discreto. — assenti com a cabeça e disse:
Entendido, senhor. — tentei abrir a porta outra vez, mas a voz de papá me interrompeu.
Santana... — olhei para o monitor, ele hesitou um instante e depois disse apenas:
Boa sorte. — fiquei ainda mais intrigada. isso era muito, muito incomum. papá geralmente era sucinto e eficiente, apesar de minha longa ligação com a empresa, ele raramente perdia tempo com amenidades sociais. então o que mudara naquele dia? A expressão no rosto dele... havia algo de estranho ali. mas antes que eu pudesse analisá-la melhor, a imagem desapareceu da tela, balancei a cabeça. provavelmente estava imaginando coisas. uma vez confirmada minha identidade, a porta ao fundo do corredor se abriu, e finalmente entrei na sede da Triple-Click — uma agência prestadora de serviços na área de informática. — mas tudo isso era apenas uma fachada. parei por um instante e olhei ao meu redor. como eu adoro este lugar. aquela sala de metal, ultra segura, fervilhava com o que havia de mais moderno em termos de tecnologia: video conferência, imagens em tempo real, tudo em warp speed e transbordando eficiência. o mais importante de tudo era a equipe que eu havia reunido. em um setor prioritariamente dominado pelos homens, fiz questão de contratar as mulheres mais inteligentes e competentes que consegui encontrar. cumprimentei Camila com um sorriso, é ela quem cuida de tudo na minha ausência.
Bom dia, meninas, o que temos pra hoje? — Cami apertou uma tecla de seu computador, e uma enorme tela de plasma se acendeu com nossa logomarca e os dados relativos ao nosso novo alvo, enviados diretamente pela matriz. Sim, Papá é rápido no gatilho.
Muito bem, garotas. — eu disse com entusiasmo — ao trabalho! — os dados sobre nosso alvo estavam todos ali: foto, dados biográficos, hábitos diários, tudo, menos a última vez que ele foi ao banheiro.
Está sendo transferido hoje à noite, através da fronteira mexicana até uma unidade do governo federal. — informei minha equipe. no mapa, apontei para o local que nos interessava. — o único ponto de vulnerabilidade é este aqui, ao norte da fronteira. Marley, preciso da posição GPS e fotos de satélite  do cânion, bem como dos relatórios meteorológicos dos últimos três dias. — pedi, Marley Rose era a garota a quem eu recorria sempre que precisava de dados. minha nossa como aquilo me fazia bem, trabalhar era tudo que eu precisava. só assim eu conseguiria esquecer os momentos de confusão e dúvida que tanto me haviam atormentado na noite anterior, primeiro na festa e depois em casa. o trabalho veio como o sol, dissipando a bruma da manhã. eu tinha uma missão a cumprir e sabia o que tinha de fazer para cumpri-la. estava no meu elemento, aquele era o meu lar. tudo parece possível pela manhã, estudei o rosto do homem, reproduzido em várias fotos. *foto do capítulo* "bonitinho", pensei. eu sabia que isto não deveria fazer a menor diferença. alvo é alvo, mas de alguma forma meu trabalho fica mais fácil quando o canalha é um ogro. sei lá, talvez seja apenas uma coisa de mulher, mas para mim é sempre mais difícil assassinar um cara boa pinta. mas ali não haveria problema. afinal, não se tratava de nenhuma Britney Spears. (N/A: aqui jane fazia uma referência ao brad pitt kkk então isso foi inevitável) estudei aquele rosto, observando cada ruga, cada cicatriz, o tamanho dos cílios, o formato das orelhas, firmando a ferro e fogo a imagem do sujeito na minha memória. Benjamim Danz. "Bem, sr. Danz, seja bem-vindo ao último dia da sua vida."

Sra. & Sra. Lopez (Brittana)Onde histórias criam vida. Descubra agora