Sob ataque

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honeyss.. deu um super empate entre aqueles 2, então vou fazer o seguinte: vou atrás deles e se eu não consegui-los, vou tentar adaptar pelo filme msm. (se eu não conseguir nenhum dos 2, prometo adaptar outra história).
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Brittany
caramba! quem era aquela pessoa, e o que ela havia feito com a minha mulher?

Santana
As roupas rasgadas da minha esposa se espalhavam pelo chão. a casa estava em ruínas. eu havia perdido completamente o controle e funcionou. jogadas em meio aquelas roupas encharcadas de suor, aquela pilha de escombros empoeirados, não conseguia lembrar a última vez em que eu me sentira assim, nas nuvens. quer dizer, lembrava, sim. aquela primeira vez.
Olá, forasteira — sussurrei. Britt sorriu.
Olá pra você também.
— Nada mal...
— Nada mal... — ela repetiu. depois simulou uma arma com a mão, passou o dedo indicador entre os meus seios e desenhou pequenos círculos em torno do meu coração. — Eu devia ter matado você há muito tempo... — levantei uma sobrancelha e disse:
Então me mate de novo. — ela me tomou nos braços, e então nos entregamos a um beijo delicioso e molhado, agora sem nenhuma pressa, um beijo que dizia: "não estamos mortas, e ainda temos pela frente uma vida inteira de possibilidades." de repente, não me contive e comecei a rir. Britt se afastou e olhou para mim.
O que foi?
— Estou pensando no que os vizinhos diriam se vissem o estado atual da nossa casa dos sonhos. — olhando uma para a outra, irrompemos em um acesso de riso, daqueles que parecem vir do fundo do estômago. Britt ficou de pé e me ajudou a levantar. em uma valsa maluca, começamos a rodopiar pela sala, chutando os destroços e gritando como duas crianças em um parque de diversões. Britt desfez o nosso abraço e me tomou pela mão, juntas, deixamos aquela desordem para trás e subimos as escadas em direção ao nosso quarto. um casal como outro qualquer. a sra. e a sra. Lopez. fizemos amor como recém-casadas e vimos estrelas.

Brittany
Pouco antes do amanhecer, morrendo de fome, desci até o que ainda sobrava da nossa cozinha. a geladeira estava bem vazia; a caixa de cereais, cheia de furos. infelizmente, nem a torta de limão havia sobrevivido mas eu estava acostumada a improvisar. como em Bogotá. assoviando baixinho, peguei o que precisava no cesto furado e logo preparei uma salada de frutas que faria bonito em qualquer hotel estrelado do planeta. quando levantei os olhos, vi Sany sorrindo para mim no vão da porta. ela estava linda... tão doce, tão tocável... já não se viam ali a dona de casa perfeita, nem a assassina profissional. no lugar delas, Sany...apenas uma mulher, minha mulher. quanto tempo fazia que eu não olhava para ela, de verdade, sob a luz da manhã? tivemos de rir diante do absurdo da situação: nós duas ali, juntas, no meio daquele caos. e então ela se jogou nos meus braços, ficamos abraçadas por um tempo, e eu me senti como alguém que havia acabado de acordar de um pesadelo e descoberto que tudo estava bem. era o início de um novo dia e tínhamos a liberdade de recomeçar do zero. pensando bem, nossa situação era bem engraçada.
E então, como vai o mercado da informática? — perguntei, oferecendo-lhe alguns pedaços de fruta. ela riu e escolheu uns suculentos cubos de pêssego.
Não faço a menor ideia. e o mercado de dança?
Eu realmente sou envolvida nele. — respondi. Sany sorria quase timidamente, senti um desejo incontrolável de dizer quanto ela estava linda. — Aquele seu jab de esquerda...— brinquei. — Nada mal.
Obrigada — ela respondeu. — Seu queixo é que é irresistível. — pisando na ponta dos pés, Sany atravessou o chão de cacos e talheres retorcidos à procura de algo na geladeira.

 — pisando na ponta dos pés, Sany atravessou o chão de cacos e talheres retorcidos à procura de algo na geladeira

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depois se virou para mim com uma interrogação no olhar. — Naquelas nossas férias em Aspen, quando você precisou voltar mais cedo..— oh...sim.
Jean-Luc Gaspard — confessei, ela balançou a cabeça e disse:
Poxa, esse eu queria pra mim.
— Os banhos de quarenta e cinco minutos todas as manhãs? — perguntei.
Contatos com o escritório. — ela confessou. Sany escorregou em algum tempero derramado, mas logo recuperou o equilíbrio e deu uma sonora risada. caramba, como ela estava diferente! tão relaxada, tão graciosa...tão livre!
Naquele nosso aniversário de casamento — perguntei — Você não ouviu quando cheguei para jantar de helicóptero?
— Não.— fiquei surpresa.
Não?
— Granada de percussão — ela explicou, apontando para os ouvidos. — Perda temporária da audição. — eu sabia muito bem o que era isso. por fim, Sany encontrou a única xícara que não havia se quebrado naquela cozinha e foi até a pia para lavá-la mas a meio caminho parou e fez uma careta de dor. olhou para baixo e retirou um caco de vidro da sola do pé, rindo mais uma vez. riu em meio a todo aquele caos.

exatamente como tinha feito naquele dia em Bogotá, atrás da porta do seu quarto, enquanto a polícia colombiana disparava tiros para todos os lados

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exatamente como tinha feito naquele dia em Bogotá, atrás da porta do seu quarto, enquanto a polícia colombiana disparava tiros para todos os lados. meu Deus, eu não conseguia tirar os olhos dela. de repente senti uma vontade irreprimível de confessar tudo.
Sou um pouco daltônica e dislexa — comecei. Sany arregalou os olhos mas depois sorriu e confessou também:
Tá vendo estes três dedos aqui? Não sinto nada neles.
lembra quando eu caí na competição de dança e fraturei 3 costelas? foi apenas 1, as outras 2 um cara tinha quebrado horas antes... — eu disse. — Órbita ocular fraturada... tímpano perfurado.
Fémur, fíbula, até hoje não consigo dobrar o mindinho. — caminhei até a pia e parei ao lado dela, da mulher da minha vida.
Então era por isso que você nunca quis que eu tivesse um cachorro. — falei. ela fez que sim com a cabeça, um pouco triste.
— Quem levaria o coitadinho pra passear se alguém me acertasse uma bala? — abri a torneira para lavar as mãos, nossos dedos se encontraram quando ela buscou a água para limpar um filete de sangue na mão. ficamos caladas por um tempo, apenas refletindo sobre os acontecimentos recentes. depois ela olhou para mim.
Você às vezes tem dificuldade pra dormir? — perguntou. — Você sabe, depois de... — por um instante fiquei na dúvida se deveria responder o que ela provavelmente gostaria de ouvir ou dizer a verdade. optei pela verdade.
Não, nunca.— Sany abriu um sorriso maroto.
Eu também não. — nós duas caímos na gargalhada.
No Natal passado, você esqueceu três granadas de fragmentação no Mercedes, não esqueceu? — perguntei.
Nunca soube onde elas foram parar. — ela respondeu, revirando os olhos. puxando Sany pela mão, fui para a sala de visitas, esperando que ainda houvesse ali um resto de sofá onde pudéssemos nos sentar. o lugar estava em frangalhos, o melhor seria jogar tudo fora e recomeçar do zero, como no dia em que nos mudamos. Sany olhou para os retalhos de cortina esparramados sobre o chão e eu não pude deixar de olhar para aqueles cílios longos e negros, sombreando aquelas bochechas opulentas e rosadas. meu coração disparou diante de tanta beleza e fiquei tentando imaginar o que mais se passava do outro lado daquele rostinho lindo de matar. uma expressão que mais tarde eu me arrependeria de ter usado. de um segundo a outro, um pontinho vermelho surgiu na testa de Sany, não se tratava de uma mancha, tampouco de maquiagem borrada mas de um minúsculo pontinho de luz. por um instante fiquei pensando no que poderia ser aquilo, não fazia a menor ideia. depois um pontinho verde apareceu na parede. por sorte nossa, e em razão dos anos de experiência, a ficha finalmente caiu. raios de mira a laser. "Merda!" alguma arma de longo alcance, certamente poderosa e moderna, estava apontada para o centro da testa de Sany.
Abaixa! — gritei ao mesmo tempo que me joguei sobre ela, rolando pelo chão, voltamos à cozinha. uma bomba de fumaça estilhaçou as vidraças de uma janela e explodiu no chão da sala, uma chuva de balas esfacelou a parede ao nosso lado. tivesse eu hesitado um único segundo, os miolos de Sany estariam pregados nessa parede. passei a mão no rosto lindo dela, apenas para me certificar de que ainda estava intacto e ela fazia o mesmo comigo. nada parecido com aquilo costumava acontecer em nosso bairro. o olhar de Sany indicava que ela sabia o que se passava na minha cabeça: as Sras. Lopez estavam sob ataque.

Sra. & Sra. Lopez (Brittana)Onde histórias criam vida. Descubra agora