A que eu não podia amar ( GiRafa)

13.

Rafaella estava concentrada no filme, quando o telefone tocou, ela pegou rapidamente para não acordar as gêmeas.

– Alô?

– Já estou levando Gizelly pra casa.

– Estou esperando, obrigada Gustavo — Disse desligando, arrumou as gêmeas nas camas e viu se não havia pipoca pelo chão.

Desceu as escadas e se sentou na sala, em poucos minutos Gizelly adentrou a casa, olhou para Rafaella que estava sentada completamente distraída e se aproximou.

– Como elas estão? — Rafaella a olhou, um pouco assustada por não ter percebido a presença dela.

– Bem, elas...— Perdeu-se analisando-a e ofegou, voltando a olhar para o rosto da mais velha — Elas estão dormindo agora — Disse se levantando — Eu... Vou indo.

– Elas disseram o que estavam sentindo?

– Sim, mas não era nada grave, apenas... — Pensou se deveria falar, porém a forma que Gizelly a olhava, a obrigou — Vontade de comer pipoca e ver filme comigo — Gizelly negou, sabia como as filhas eram — Por um lado eu agradeço a elas, pois pelo menos eu não precisei... — Ela se calou ao perceber que começava a falar demais.

– Não precisou? — A encarou com a sobrancelha erguida.

– B-bom, ficar no evento.

– Não era isso o que ia dizer.

– O que quer que eu diga? Que não suportei você dançando com... ele — Disse irritada — Droga — Se xingou em um murmúrio ao se dar conta do que havia dito.

– E por que eu não poderia dançar com ele? — Enfatizou o ele.

– Tem razão, você pode dançar com ele ou com quem você quiser — Disse ainda mais irritada — Eu não posso impedi-la para que não faça, eu não sou ninguém além de uma assistente tola que se apaixonou por quem não deveria — Gizelly a olhou assustada — Droga — Disse entredentes e fechou os olhos — Eu vou embora — Disse passando a mão na nuca.

– Rafaella.

– Eu já sei que estou demitida, okay? Não precisa dizer — Disse a ponto de chorar.

– Acho que eu mereço uma explicação, não acha? — Disse enquanto se sentava e Rafaella segurou o ar.

– Acho melhor esquecer, fingir que eu não disse nada — Gizelly continuou a encara-la.

– Se apaixonou por mim ou apenas está cumprindo uma promessa?

– Não fiz promessa alguma.

– Mas você me deseja ou escutei errado?

– Sim, na verdade não — Atrapalhou-se — Mas em momento algum fiz uma promessa para a Camila.

– E então?

– Olha Gizelly, eu não sei em que momento aconteceu, nem quando aconteceu, apenas sei que quando me dei conta eu não conseguia tirar você da minha mente e depois que conversamos — Dizia rapidamente de maneira nervosa — Que eu chorei na sua frente foi ainda pior, eu me senti protegida e ao mesmo tempo frágil com você, eu não queria e eu não devia, mas foi mais forte do que eu — Gizelly se levantou e foi seguindo até a morena enquanto a olhava nos olhos.

– O que sente por mim Rafaella? — Rafaella sentiu o corpo tremer com a proximidade, Gizelly a olhava nos olhos como se quisesse desvendar sua alma, não apenas seus pensamentos.

– Mais do que eu deveria sentir, mais do que carinho, mais do que gratidão e admiração... — Sussurrou — Desejo você Gizelly, como nunca desejei outra pessoa na vida — Rafaella desceu os olhos para os lábios rosados de Gizelly e sem pensar duas vezes a beijou como há tanto tempo desejava, Gizelly demorou alguns minutos, mas logo se entregou ao beijo.