33.

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Gizelly chegou na Runway na manhã seguinte e viu Rafaella sentada digitando em seu computador, jogou o casaco e a bolsa em cima de sua mesa e seguiu para sua sala sem dizer nada, Rafaella respirou fundo e pegou o casaco sentindo o odor perfeito da mais velha, colocou pendurado e voltou para seu lugar.
Não queria uma conversa com Gizelly, estava chateada por não ter sido ouvida e não voltaria a ficar bem sem que Gizelly sentisse na pele o que era passar por aquilo, esse seria seu castigo, não tão prazeroso como o primeiro, mas ela o teria.
– Rafaella!
– Sim — Perguntou adentrando a sala.
– Minha agenda — Rafaella seguiu para a mesa, pegou a agenda e voltou para a sala da editora, sentou em frente a cadeira — Que horas será a reunião?
– Ás duas da tarde.
– E a escolha dos looks para a revista?
– Em vinte minutos.
– Traga meu jornal e o meu café, os quero em quinze minutos — Rafaella se levantou.
– Isso é tudo?
– Não, assim que volta iremos conversar.
– A menos que seja sobre o trabalho, não, nós não iremos conversar, se não tem mais nada a ser dito, com licença — Rafaella saiu da sala deixando a mulher de olhos castanhos lhe encarando.
Às horas se passaram, quando deram conta já estava no fim do expediente. Gizelly fechou as pastas.
– Rafaella! — Rafaella respirou fundo, havia se afastado o dia inteiro, porém Gizelly era insistente, ela seguiu para a sala da editora.
– Sim.
– Quero que fique aqui, precisamos conversar.
– Sinto muito, mas não, não temos nada o que conversar, então senhora Bicalho, não me ligue, nem me procure na minha casa como na noite anterior, pois eu estou completamente chateada com o ocorrido e assim como você não me ouviu, não me peça para ser ouvida, agora com licença, eu estou cansada e estou indo para minha casa, até amanhã — Disse dando as costas e saindo.
Gizelly a olhava completamente desnorteada, estava triste com tudo o que havia acontecido, viu Rafaella pegar a bolsa e atender o celular, isso fez seu sangue ferver, já imaginava com quem ela falava.
A quinta-feira chegou, Rafaella estava animada com a chegada da amiga, enquanto Gizelly estava louca de ciúmes e de saudades, Rafaella estava levando seu castigo longe demais, ela também sabia disso, pois não aguentava mais a distância que estavam enfrentando, mas seria forte até o dia seguinte, iria tirar Gizelly do castigo e ficariam bem.
Rafaella entrou na sala da editora lhe entregando as pastas.
– Precisa de algo a mais? — Perguntou séria.
– Não.
– Tudo bem — Disse dando meia volta e voltando para a mesa, Gizelly mordeu os lábios, estava quase subindo pelas paredes de desejo, principalmente depois do sonho erótico que havia tido durante a noite, acordou completamente molhada, tanto de suor, quanto de desejo, teve que se aliviar completamente sozinha, o que não havia adiantado muito, pois ainda se sentia em chamas.
Às horas se passaram e Rafaella seguiu para o aeroporto, estava louca para ver a amiga e colocar os assuntos em dia, por ligações e mensagens não dava para contar tudo, muito menos sobre o seu termino com Rodrigo e o romance com Gizelly, ela seguiu para o portão de desembarque e esperou por alguns minutos, logo Manu apareceu empurrando um carrinho, elas se abraçaram animadas.
– Meu Deus, que maravilhosa — Manu disse animada vendo a roupa da amiga, Rafaella sorriu.
– Você também está, senti tanta saudade.
– Eu também — Disse voltando a se abraçarem.
– Vamos? Você deve está cansada.
– Sim vamos, não estou muito, dormi a maior parte da viagem — Saíram do aeroporto e pegaram um táxi, em poucos minutos estavam no apartamento de Rafaella — Uau.
– Gostou?
– Adorei Rafa, é um prédio maravilhoso, seu apartamento está igual.
– Eu vou te mostrar o quarto, depois vou tomar um banho e fazer algo para que a gente coma.
– Que prendada — Rafaella revirou os olhos rindo, as duas seguiram para o quarto, depois de mostrar tudo para a amiga, Rafaella seguiu para seu quarto, tomou um banho e colocou uma camisa e uma calcinha boxer de renda negra, logo seguiu para a cozinha pensando no que que ia preparar, Manu entrou na cozinha.
– O que quer comer?
– Qualquer coisa.
– Tudo bem, vou fazer macarrão é mais rápido — Manu se sentou em frente ao balcão.
– Por que terminou com o Rodrigo? — Rafaella a olhou.
– Me apaixonei por outra pessoa, não acho justo fazê-lo sofrer em algo que não teria mais nenhum futuro — Disse colocando a panela no fogo.
– E quem foi a pessoa que te fez deixar uma relação de anos para atrás? — Perguntou tranquilamente.
– A que eu não podia amar — Disse olhando atentamente para a amiga — Gizelly Bicalho.
– Sua chefe? — Perguntou incrédula, Rafaella afirmou.
– A própria.
– Ela sabe disso?
– Sim, nós... Bom, nós estamos nos relacionando.
– Namorando?
– Não sei ao certo, mas Gizelly é uma mulher maravilhosa, tudo nela me encanta e eu não sabia que minha escolha havia sido tão perfeita até poder sentir o corpo dela próximo ao meu, é tudo tão completo com ela Manu, o sexo, a conversa, absolutamente tudo, eu nunca soube o que era amar até conhecer Gizelly Bicalho.
– Fico feliz por você Rafa, de verdade, sabe que você é a minha irmã e pode contar comigo para tudo, mas seus pais já sabem?
– Apenas que terminei com Rodrigo.
– E quando pretende contar?
– Em breve, estou pensando em estabilizar melhor as coisas com Gizelly, porém está um pouco difícil, não estamos nos falando direito desde segunda, mas amanhã eu irei me acertar com ela, estou louca de saudades.
– Por que não estão se falando?
– Ela está com ciúmes de você, acha que iria troca-la, mas a verdade é que eu não tenho necessidade nenhuma disso, me sinto tão completa com ela, não quero outro alguém, mas me diz, como está aquele relacionamento que estava começando?
– Nem te conto, acredita que ele era noivo.
– E o que você fez?
– O mandei ir pastar, óbvio — Rafaella riu da amiga, escutaram a campainha.
– Que estanho, o porteiro não avisou, mas deve ser a vizinha, agora vive na minha porta, atende pra mim? Vou pegar os temperos e olhar a panela.
– Tudo bem — Manu saiu da cozinha e ao abrir a porta se deparou com a mulher de olhos castanhos a encarando com o semblante sério.
Gizelly observou bem a mulher a sua frente, ela estava apenas com um pijama curto vermelho, cabelos presos em um coque bem feito e com chinelos, Manu se sentiu um pouco sem jeito com a observação da mulher a sua frente.
– Posso ajuda-la?
– Onde está Rafaella? — Perguntou com seu tom frio.
– Manu, quem é? — Rafaella perguntou olhando para a porta e ficou sem reação por ver uma Gizelly lhe lançando um olhar mortal, principalmente ao ver suas roupas — Gizelly.

A que eu não podia amar ( GiRafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora