43.

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Gizelly terminou de por a mesa e sorriu satisfeita com o resultado, em toda sua vida nunca tinha se empenhado tanto em um jantar como naquela noite, Rafaella merecia por seu afastamento e como pedido de desculpas por tudo que havia acontecido, escutou o barulho da porta e seguiu rapidamente para o hall da sala, sorriu ao ver Rafaella, mas seu sorriso logo sumiu ao notar o semblante sério da morena.
– O que houve? — Perguntou preocupada, se preparou para dar um passo na direção da mulher a sua frente.
– Não se aproxima — Disse sentindo às lágrimas caírem. Gizelly a olhou confusa.
– Rafaella, o que aconteceu?
– O que aconteceu é que eu me apaixonei por você Gizelly, mesmo você sendo proibida pra mim, mesmo eu não podendo te amar, eu amei você, suportei sua frieza comigo, seus afastamentos — Chorou com intensidade — Eu pensei que era apenas medo, ciúmes por causa da Manu, mas não, não era ciúmes, não era medo.
– Do que está falando, Rafaella?
– Do elevador, se lembra? — Gizelly a olhou assustada.
– Rafaella...
– Você me prometeu Gizelly, me disse que nunca mentiria — Disse em alto e bom tom enquanto chorava, Gizelly já sentia às lágrimas caírem — Você mentiu pra mim e ainda assim trouxe essa mulher pra cá.
– Não foi assim que aconteceu Rafaella, eu tentei evitar, mas quando eu vi ela já havia me agarrado, não foi algo esperado.
– O que me dói não foi o fato dela ter te beijando, nem tocado você, foi você ter mentindo Gizelly, eu fui uma idiota em achar que você poderia querer uma vida comigo, uma família comigo, assim como eu queria com você, você jogou tudo fora quando escondeu isso de mim, eu deveria imaginar que não iríamos a lugar algum com essa relação, mas não, eu quis acreditar que a rainha de gelo poderia derreter, que poderia amar alguém que não fosse a fama e o trabalho, mas eu estava completamente enganada.
– Rafaella, me escute.
– Não Gizelly! Eu não vou escutar, eu não quero escutar, acabou, pode voltar para os braços da Harley, pois se você escondeu algo tão importante é porque eu nunca signifiquei nada pra você — Rafaella colocou as chaves da casa em cima da mesa ao lado do pequeno vaso de flores e deu as costas para a mulher que chorava copiosamente, sentindo o peso de ter perdido algo tão importante.
Às horas se passavam e pareciam serem eternos, Gizelly já estava na metade da garrafa de vinho, olhou para a caixinha aveludada em cima cama mesa e abriu olhando para as alianças que estavam ali, nunca pensou que amaria e que se entregaria de tal forma como havia feito, sentia às lágrimas caírem enquanto encarava as pequenas peças delicadas, sabia que apenas aquela garrafa não seria o suficiente, sabia que Rafaella não mudaria sua decisão, conhecia a mulher pela qual se apaixonou e sabia que não a veria no dia seguinte, mas daria um tempo a ela, depois tentaria conversar e acertar as coisas. Olhou para a taça quase vazia e voltou a enche-la, sabia que sua cabeça não suportaria de tanta dor no dia seguinte e nem mandaria Gustavo buscar as filhas aquela hora da noite.
Rafaella caminhou durante algum tempo, assim que chegou em seu apartamento, não disse nenhuma palavra sequer, seguiu para o quarto e depois de um banho, pegou o notebook e ficou mexendo até ser tomada pelo sono, as gêmeas entraram no quarto sem fazer nenhum barulho sequer, se aproximaram e subiram na cama, se deitaram e Rafaella abriu os olhos vendo Camila em sua frente a abraçando, Carolina repetiu o ato abraçando a morena pelas costas.
– Tudo bem? — Camila perguntou em um sussurro olhando nos olhos da morena.
– Vai ficar — Sussurrou de volta.
– Mesmo?
– Sim — Rafaella beijou a cabeça das duas e virou as abraçando, logo dormiram.

A que eu não podia amar ( GiRafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora