30.

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Rafaella entrou no quarto das gêmeas e seguiu para o banheiro, bateu na porta.
– Posso entrar?
– Sim — Disseram juntas, Rafaella entrou vendo-as pentearem os cabelos, as duas estavam com pijamas de moletons, uma com rosa e a outra com lilás.
– Pensei que ainda estivessem no banho — Disse se aproximando — Vamos? — As meninas afirmaram.
– E mamãe? — Perguntou Carolina.
– Foi tomar um banho para jantarmos.
– Vamos fazer outra maratona de filmes? — Perguntou Camila.
– Claro, eu só não sei se consigo ficar acordada, assisti todos os que vocês queriam àquela hora.
– Dessa vez no nosso quarto, assim quando dormirmos não precisaremos levantar — Rafaella riu.
– Está bem — Disse as abraçando enquanto desciam — Vamos arrumar a mesa?
– Eu pego os pratos — Disse Camila.
– Eu os copos — Disse Carolina.
– Onde ficam os vinhos?
– Ali no corredor, primeira porta a direita — Respondeu Camila.
– Eu não demoro — As meninas afirmaram e Rafaella seguiu em busca do vinho, entrou na pequena adega e olhou em volta reparando nos nomes.
Acabou optando por um Bonacchi Sangiovese Toscano que caia perfeitamente bem com massas, voltou para a cozinha e viu as meninas acabando de colocar os pratos e copos na mesa, escutaram o forno anunciar que a pizza estava pronta, Rafaella abriu o vinho e pegou duas taças, depois o suco das meninas, tirou a pizza do forno e colocou na mesa, Gizelly entrou na cozinha vendo as três sentadas, sentou ao lado de Rafaella que lhe entregou uma taça.
Jantaram entre risadas, as gêmeas contavam dos filmes que queria ver após terminar o jantar. As meninas subiram e Rafaella olhou para Gizelly, essa bebia o vinho tranquilamente, Rafaella sentou de lado.
– Está tão quieta — Gizelly a olhou e sorriu de canto.
– Estava pensando, tenho uma viagem essa semana.
– Sim — Disse sem muito ânimo — Acha que conseguirá voltar no mesmo dia?
– Espero que sim.
– Esperamos — Gizelly riu.
– Sim, esperamos — Disse a acariciando no rosto, Rafaella a beijou lentamente.
– Quer mais vinho? — Sussurrou e Gizelly riu a olhando nos olhos enquanto afirmava, Rafaella as serviu — Vou retirar a mesa — Disse se levantando, Gizelly fez menção de se levantar — Aonde pensa que vai?
– Ajudar você.
– Nada disso, pode ficar quietinha aí — Assim que Rafaella terminou tudo, se aproximou pegando a taça e bebendo.
– Deveria ter me deixado ajudar, ainda é visita.
– Enquanto estiver comigo não fará nada disso — Rafaella a beijou.
– Pensarão que eu estou explorando você.
– Com certeza está, mas não nessa parte — Sussurrou sorrindo maliciosa, Gizelly revirou os olhos e recebeu outro beijo — Vamos subir?
– Sim, mas não vai terminar o vinho?
– Vou, mas não agora — Disse olhando-a nos olhos, Gizelly sentiu o corpo tremer com aquele olhar, Rafaella tomou o último gole e pegou a garrafa, Gizelly se levantou.
– O que quer dizer com não agora?
– Saberá, mas não agora.
– Não está pensando naquela loucura de me amarrar, não é?
– Por hora não — Gizelly entortou os lábios e seguiu para as escadas, Rafaella logo a seguiu, chegaram no quarto das gêmeas e sentaram-se começando a assistir.
Rafaella suspirou logo após bocejar e Gizelly a olhou.
– Não quer ir se deitar?
– Adoraria.
– Então vamos — Disse se levantando, beijaram as meninas que estavam atentas ao filme e saíram.
Rafaella seguiu diretamente para o banheiro quando entraram no quarto, Gizelly esperou que ela saísse e fez o mesmo, saiu do banheiro vendo-a deitada e se aproximou deitando ao lado, Rafaella a abraçou colocando a perna por cima da dela.
– Tenho uma coisa para te dizer — Rafaella sussurrou e a olhou nos olhos.
– Aconteceu algo?
– Não, eu só quero te dizer mesmo.
– E o que é?
– Manu chega na cidade na quinta, ela ficará comigo no apartamento — Gizelly ficou em silêncio, sabia que Manu era a melhor amiga de Rafaella, mas mesmo assim se sentia desconfortável — Não vai dizer nada? — Gizelly a beijou lentamente sugando o lábio dela com lentidão, sentiu Rafaella lhe apertar na cintura e se acomodar melhor no abraço, Gizelly se mover ajeitando-se na perna da morena, suas línguas se moviam com uma lentidão torturante.
Rafaella sentiu a mão de Gizelly aperta sua nuca, Rafaella se afastou olhando para a mulher deitada a sua frente que ainda tinha os olhos fechados, ela acariciou o rosto e suspirou.
– Tudo bem? — Rafaella perguntou em um sussurro, Gizelly abriu os olhos lentamente e afirmou, Rafaella a abraçou beijando-a na cabeça — Quer conversar? — Gizelly a olhou.
– Sobre o que?
– Não sei, nós podemos falar da minha chefe — Disse divertida, Gizelly riu anasalado.
– O que tem pra falar dela?
– Bom, ela é uma mulher extremamente arrogante, insuportável — Brincou e Gizelly lhe belisca, fazendo-a rir alto — além de tudo, exige muito de mim, creio que não me suporta.
– Tenho certeza que não.
– Eu também tenho, mas sabe?
– O que?
– Não saberia viver sem ela, nem sem sua arrogância, nem sua braveza, amo aqueles olhos intensos que às vezes me confunde por não saber que cor realmente eles são, amo aquele sorriso que só ela tem e aquela voz extremamente excitante — Gizelly a olhava com atenção, Rafaella suspirou — Fazer o que, eu amo meu trabalho, gosto do que faço e a minha chefe...
– O que tem ela?
– É a melhor parte do meu dia — Sussurrou e abraçou Gizelly um pouco mais enquanto suspirava apoiando a testa na dela.
– Você também é a melhor parte do meu.
– Mesmo?
– Sim — Sussurrou, Rafaella passou o nariz pelo dela e sorriu lhe dando um selinho, depois a beijou no pescoço.
– Quer dormir?
– Não — Sussurrou.
– E então.
– Nada, apenas aproveitar nosso fim de noite assim como você.
– Tudo bem — Sussurrou, a mais velha colocou o rosto na curva do pescoço da morena que suspirou arrepiando, Rafaella ficou lhe acariciando nos cabelos, enquanto com a outra mão a abraçava pela cintura.
As duas dormiram uma sentindo o abraço da outra.

A que eu não podia amar ( GiRafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora