John

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Rosie estava crescendo, quase chegando ao seu primeiro ano de idade, e era surpreendente o quão esperta ela estava. O mais incrivel de tudo, era ver o tanto que minha pequena garotinha confiava e amava Sherlock Holmes, havia dias que apenas ele conseguia lhe acalmar, me atrevia a dizer, que Rosie conhecia muito mais aquele homem do que eu próprio.
Me sentia feliz enfim, desde a morte de Mary, feliz com o fato de que estava em um lugar que amava, com pessoas que amava. Tudo na Baker Street seguia maravilhosamente bem, melhor do que se poderia imaginar, com o término da relação "Altamente física" de Sherlock e Janine, sentia meu amigo mais animado... Ou eu estava mais animado, o que não era facilmente compreensível. Entre tanto devo admitir que preferia a rotina do 221B sem a presença noturna de Janine Hawkins.

-Está pensativo hoje Watson. -sou arrancado de meu devaneio por Sherlock, que como de costume andava de um lado para o outro esvoaçando seu roupão azul escuro.
Me encontrava sentado em minha poltrona, era fim de tarde, havíamos ficado o dia todo em companhia de Greg Lestrade na Scotland Yard, analisando alguns casos em potencial. Levanto os olhos para meu companheiro de apartamento.

-Estou? -Falo sem ao menos pensar.

-Obviamente, sou acostumado a ouvir suas lamúrias pela sala o tempo todo, e curiosamente hoje, isso não ocorreu. -Sherlock fala no seu tom exagerado, me olhando de soslaio.

-Acredito que as lamúrias que ouve o tempo todo, são as vozes em sua cabeça perturbada, você mal me deixa falar Sherlock. -Digo perplexo, o homem para em minha frente curioso.

-Oh, pois bem, deve ser isso mesmo. -Ele diz. -Enfim, costumo manter seu falatório sempre em segundo plano...

-Você não se cansa de ser insuportavelmente idiota, Sherlock? -Pergunto sentindo uma leve vontade de socar meu amigo.

-Acredito que você goste disso, John. -Ele diz sorrindo, e para minha surpresa aquele sorriso estava iluminado, diferente aos meus olhos, era um sorriso divertido e sincero.

-Não esqueça que sou um ex-Militar...

-Porque não deveria esquecer?

-Para entender que posso quebrar você ao meio, seu metido.

-Você era médico em combate Watson...

-Por esse motivo deve se preocupar, sei exatamente como quebrar cada osso do seu corpo. -Digo enfim me permitindo sorrir.

-Não seja dramático John. -Ele diz e então senta em sua poltrona de frente à minha. -Estou entediado...

-Me conte uma novidade...

-Preciso de algo excitante John, ou minha mente morre. -Ele diz massageando as temporas. E eu sabia que aquilo era verdade, Sherlock precisava manter sua menta ativa, ou as consequências eram sempre devastadoras. Olho para ele.

-O e-mail está cheio de clientes Sherlock, você só precisa escolher...

-Céus, John... Tudo naquele e-mail é entediante... Marido com três esposas, madrasta que finge ser esquizofrênica para tomar os remédios do enteado, empregada que fugiu com a filha da patroa... Tedio... O mais cruel e doloroso tédio. -Ele diz rápido demais para que eu podesse absorver.

-Genial... -Digo perplexo, sherlock havia olhado a caixa de e-mail em menos de cinco minutos e conseguiria desvendar os casos que estavam em espera sem ao menos ter contato com as pessoas.

-Você sabe que está falando isso em voz alta, não sabe? -Ele fala franzindo o cenho.

-Genial Sherlock... Você é incrível. -Digo dando de ombros, sem medo de parecer piegas e tiete, porque cada uma daquelas palavras era de fato real, o homem cacheado à minha frente era sim, genialmente incrivel. Vejo o mesmo corar levemente, o que era novidade, Sherlock nunca soube ser modesto.

Aprendendo a Amar (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora