John

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Annabeth Laug era uma mulher muito bela, sem dúvidas, e era nítido seu medo para com o que estava ocorrendo em sua vida. Uma mulher tão jovem, e sozinha sendo ameaçada por um inimigo desconhecido, de fato era perturbador, e me via compadecido com sua historia... Entretanto, meu companheiro de aventuras não estava assim tão animado.

-O que devo fazer então Sr. Holmes? -Anna pergunta abandonando o copo de água oferecido por mim, na mesinha ao lado de minha poltrona. Sherlock que ia de encontro ao seu violino, totalmente indiferente ao que estava ocorrendo dentro do 221b responde sem lhe olhar.

-Vá para casa, e aguarde.

-O quê? -sou obrigado a intervir, não acreditando no que meus ouvidos escutavam. -Você quer que ela volte para casa Sherlock, está maluco?

-Não questione meus métodos John. -Ele diz frio, dedilhando metodicamente seu violino caminhando até a janela.

-Mas Sr. Holmes, como posso ir para casa, acredito que possa acontecer algo ainda hoje... -Anna fala trêmula levantando da cadeira, olhando de Sherlock para mim, como se não acreditasse no que ouvia. Suspiro pesadamente e levanto também.

-É por esse motivo que você deve ir para casa, não haverá outra forma de descobrirmos seu stalker, se não lhe usarmos de isca. -Sherlock se vira então para nos observar, lhe lanço um olhar cético e crítico, lhe vejo dar de ombros.

-Não se preocupe Anna, por mais absurdo que isso possa parecer, deve sim confiar em Sherlock Holmes. -Digo a contra gosto, ainda não aceitando aquela ideia. A mulher me olha suplicante. -Pegue meu contato... -anoto rapidamente meu número de celular em um pedaço de papel e lhe entrego. -Me ligue sempre que precisar, e a qualquer hora...

-Quanta gentileza Dr. Watson. -Sherlock fala quase em um sussurro voltando ao violino.

Annabeth pega o pequeno papel, olha com atenção e então levanta os olhos para mim, seu rosto que antes estava amedrontado e preocupado, agora continha um brilho tímido beirando ao sensual.

-Não quero lhe incomodar Dr. Watson...

-Não será um incomodo. -digo sorrindo com educação. -Esse é o meu trabalho...

-Não, não é. -Sherlock intervém caminhando até a porta de entrada e mantendo-a aberta.

-Como? -Retruco ficando levemente irritado, Sherlock muitas vezes não gostava de certos casos que apareciam na Baker street, mas aquele em que nos encontravamos era um dos que lhe intrigaria, não entendia o motivo de sua falta de animação.

-Esse Não é "O seu" trabalho Watson, esse é o meu trabalho. -Ele diz indicando a porta para Anna que ainda analisava o pequeno pedaço de papel em suas mãos. Bufo com a resposta rude de meu amigo mas não iria iniciar uma discussão na frente da cliente. -Bom Srta. Laug, como meu colega gentilmente disse, entre em contato se for necessário, e acredito que seu problema será resolvida antes do final da semana.

Anna sorri em agradecimento e então vai até a porta que se mantinha aberta por Sherlock, antes de sair a mulher me dá um último sorriso e sai.  Sem ao menos esperar que Anna se afastasse tempo o suficiente, Sherlock bate a porta a suas costas, voltando a passos largos à seu violino.

-Nanana... Nada de violino Sherlock, precisamos debater sobre esse caso. -Digo arrancando o violino das mãos de meu colega de quarto e lhe repousando em seu suporte. Sherlock revira os olhos da forma mais infantil que já vi, e se joga em sua poltrona.

-Tédio, tédio, tédio.

-Pelo amor de Deus Sherlock, é o melhor caso em dias, e você está nem um pouco animado...

Aprendendo a Amar (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora