Sherlock (parte 1)

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Não dou oportunidade para John Watson discordar, bem sabia que o mesmo queria tanto quanto eu aquilo, e assumo meu descaso para com ele ao longo daquela semana, e por esse motivo tinha em mente recompensar meu companheiro de uma forma que à algum tempo já desejava. Era de suma importância para mim explorar toda e qualquer tipo de sensações à John, em termos precisava deduzir algumas teorias que passavam em minha mente desde que enfim o mesmo resolveu mostrar seus sentimentos para comigo.
Ao chegar no quarto, me sento na poltrona próximo a janela, cruzo minhas mãos ao rosto e aguardo John baixar a guarda e vir até mim. E como o previsto, ouço seus passos desiguais vindo em direção ao local em que me encontrava.
Para John Watson, eu, Sherlock Holmes era um homem frio e com síndrome de Deus, não que ele estivesse errado, entretanto não era de um todo verdade. Mesmo sabendo que sentimentos normais e clichês passassem despercebidos por mim, quando o assunto era Dr. Watson tudo mudava drasticamente. O homem conseguia fazer coisas brotarem em meu íntimo, de alguma forma tornando meu auto-controle uma cortina de fumaça fina e clara, e com isso, fazia apenas sentimentos bobos dominarem meu ser. Era ridículo, obviamente... Mas querendo ou não eu estava me deixando levar.
Era indispensável conquistar meu poder novamente, poder que John Watson achava ter tomado pra si.

-Entre John, eu sei que está parado à porta, porquê todo esse receio? -Pergunto não contendo o sarcasmo. Ouço um leve muxoxo de irritação do médico, e então o mesmo caminha para dentro do quarto. Olhos enrugados em total desconforto, sua boca formando um leve bico, e um pequeno, mas perceptível, rubor em seu rosto.

-O que você quer Sherlock? -Ele Pergunta, sinto um toque de ansiedade em sua voz, e dava para notar sua carótida pulsando ferozmente em seu pescoço, claramente John estava nervoso.

-Fique calmo, John. -Digo sem mover um músculo se quer do meu corpo. -Apenas, entre e feche a porta.

John inclina a cabeça para o lado esquerdo, um pouco intrigado. Lhe observo dar um longo suspiro de derrota e então fechar a porta atrás de si.

-Perfeito. -Falo com satisfação.

-Estou esperando uma explicação Sherlock, você acha que vai fazer com que eu esqueça o quão idiota você foi...

-Tire a roupa John. -Lhe interrompo, eu já havia deduzido todas as reações possíveis de Watson antes mesmo de dizer aquelas palavras. John era biologicamente mais estressado e menos tolerante que eu, as probabilidades de o mesmo apenas me atacar à socos eram enormes, e também havia a possibilidade de ele apenas virar as costas e me deixar ali... Todavia, existia 68% de chance dele fazer o que eu havia pedido.
Rapidamente percebo as mudanças nos trejeitos de John, trocando o apoio de perna duas vezes consecutivas como se estivesse indeciso no que deveria fazer, lhe observo dar um passo para frente e logo em seguida voltar a posição inicial. Uma... Duas... Três vezes o homem mordeu o lábio inferior, sua expressão muda de estupefato para boquiaberto e deste para irritadiço.

-O... O quê? -Ele apenas profere aquelas palavras. Reviro meus olhos por instinto.

-Você não está surdo John, mas por via das dúvidas repetirei a frase: -Inclino mais os dedos perante meus lábios. -Tire a roupa, John.

-Acha que fazendo isso, algo vai mudar? -Ele fala com a voz subindo dois oitavos.

-Acho. -Digo com sinceridade. -Se você realmente não cogitasse a possibilidade de ficar nu em meu quarto, nem ao menos teria me seguido; sendo assim: Tire sua roupa. -Enfatizo ingnorando o ranger de dentes do homem à minha frente. -É uma ordem Watson!

Já não me importava de levar uma possível surra do ex-militar, apenas desejava ardentemente mostrar à ele que obedecer meus comandos poderiam sim, ser algo bom à se fazer.

Aprendendo a Amar (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora