Sherlock

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Ciúmes...
Um sentimento ridiculamente humano, que afeta 99 a cada 100 pessoas no mundo. Um visita rápida ao meu palácio mental,  me mostrou que: Através de estudos e ressonâncias magnéticas, pode-se ver que o ciúme faz funcionar com mais intensidade o córtex anterior cingulado, a mesma área ativada quando sentimos dores físicas. Então basicamente eu estava sentindo uma dor... E repudiava ardentemente ter esse senimento em meu corpo.
Não era uma coisa normal para mim, e acabava me deixando furioso.

Estado emocional complexo que envolve um sentimento penoso provocado em relação a uma pessoa de que se pretende o amor exclusivo... TÉDIO!
Não contenho meus impulsos e esbravejo dentro do banheiro, por mais ridículo que fosse... Era real, e era como estava me sentindo em relação a John Watson... Esse homem, havia me tornando humano demais, e momentos como aquele, faziam com que meu cérebro desejasse com todos as forças a expulsão imediata de Dr. Watson do órgão pulsante, porém clichê, chamado Coração.

Passo o restante do dia sentado em minha poltrona visitando meu palácio mental vez ou outra para resolver o quanto antes o caso de Annabeth Laug, enquanto dedilhava meu violino. O bom de ser um sociopata altamente funcional era que meu companheiro de apartamento sabia de minhas restrições de socialização e sendo assim, me deixava em paz. Não estava em uma boa inclinação para diálogos e afins com John Watson, porém lhe observava atentamente de onde me encontrava, alimentando Rosie e conversando alegremente com a menina sobre seu primeiro dia de escola, gostava de vê-los juntos, John era um pai amável e engraçado, fazia Rosie dar boas gargalhadas com suas imitações francamente ruins de um porco, reviro meus olhos tentando não rir daquela cena.

-Você não vai Jantar Sherlock? -Ouço a voz de John vindo da cozinha, abro meus olhos e lhe encaro com atenção.

-Não. -Respondo firme.

-É obvio que você vai, não comeu nada o dia todo...

Volto a tocar o violino colocando um fim ao assunto.
Algumas horas depois, percebo o silêncio deduzindo que John e Rosie já estavam dormindo, me levanto e vou para meu quarto, tendo certeza que não encontraria o mais baixo, acreditando que o mesmo havia notado meu estado de espirito, logo, indo dormir em seu quarto. -Obviamente que não queria isso, ansiava por seu perfume, e pelo calor de seu corpo.- Mas me surpreendo ao entrar no quarto e ver John aninhado nas cobertas, deitado no lado esquerdo da cama apenas com o topo da cabeça de fora. Isso me deixa deveras animado, pois era naquele exato lugar que John Watson deveria ficar, para sempre e para toda a eternidade... Próximo de mim.

Caminho até a cama, abandonando meu roupão à um canto, e entrando embaixo das cobertas. Logo, sinto o cheiro delicioso de camomila e desodorante masculino, misturado com o odor natural de John, que era meu maior vício. Respiro fundo aquele cheiro inebriante, e observo as costas do mais baixo, que estava deitado de lado, encolhido como um bebê recém-nascido, me aproximo dele, alisando seus cabelos louros quase grisalhos.

-Eu te amo. -Sussurro abandonando a carícia no cabelo de John, e então me virando para o outro lado. Era bom demais poder falar aquilo sem qualquer receio, fecho meus olhos a procura do sono que relutava em Aparecer.

-Eu amo você também...

Sinto um arrepio subir minha espinha ao ouvir a voz de John, grave pela falta de uso, não consigo evitar em sorrir. Sinto o movimento na cama, e então o braço firme de John abraçar minha cintura, colando nossos corpos. Sua respiração quente próximo a minha nuca.

-Pensei que estivesse dormindo, Watson. -Digo de olhos fechados, apenas sentindo a sensação incrível que era ter John abraçado em mim.

-Pensei que estivesse bravo, Holmes. -Ele responde em sussurro, se agarrando mais firme.

Aprendendo a Amar (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora