Sherlock

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Me sentia leve novamente. Apreciava todos os eventos que estavam acontecendo em minha vidas nas últimas 48 horas. Ainda não sabia dizer o que John Watson e eu éramos mesmo, e obviamente não precisaria saber, nunca fui dado à rótulos. Apenas sabia que o quê estava acontecendo era bom e me fazia bem.
Após aquela primeira noite, em que enfim havíamos deixado claro os sentimentos, tudo na 221B da Baker Street parecia diferente, até Mrs. Hudson se mostrava alerta e mais amável.

-Sherlock Querido, que melodia linda a que você tocou ontem à noite. -Ela diz logo pela manhã quando veio buscar Rosie para dar um passeio, olho para ela e sorrio apenas.

-Realmente Mrs. Hudson. -Escuto a voz de John vindo da cozinha.

-E Não é John... Sherlock, você está apaixonado!

Era incrível o poder que Mrs Hudson tinha em deduzir sensações humanas, diria até que era melhor que eu nisso. Vejo John ficar inquieto, e sinto minha face queimar.

-Por Deus Mrs Hudson, não é hora de levar Rosie ao parque? -Digo me virando para a janela fugindo dos olhares incisivos da mulher.

-Não seja grosseiro Sherlock, preciso urgentemente ter uma conversinha com sua mãe.

-Acho uma boa Mrs Hudson. -Ouço John falar com graça, reviro os olhos.

Assim que a senhoria sai com Rosie nos braços, me viro novamente para meu companheiro, que agora folheava seu jornal sentado à mesa.

-Seu senso de humor é uma lástima Watson. -Digo me sentando à mesa junto dele. John levanta os olhos verdes e bondosos para mim.

-Você que é muito rabugento sherlock. -Ele diz risonho. -Já pensou em ser um pouco mais receptivo?

-Estou satisfeito desse jeito. -digo bebericando meu chá.

-Ótimo, assunto encerrado então. -O mais baixo fala, um pouco contrariado, mas segue com um leve sorriso nos lábios.

O dia passou lentamente, sempre que não havia casos à serem desvendados, o dia se arrastava, tedioso e insuportável. E como John agora trabalhava em St. Bartolomeu  alguns dias da semana, tornava tudo ainda mais intolerante, por mais que não precisasse dele para quase nada, era confortável vê-lo caminhando pela casa, com seu cheiro de camomila e o ranger de seus chinelos de pelo. Sem ele, tudo parecia mais denso e sem vida.
Passava das 19:00 horas da noite, me via na janela observando o vai e vem dos taxis, e nada de John chegar, decido lhe mandar uma mensagem de texto.

*Vou pedir comida tailandesa, não demore.*
SH.

A resposta chega em alguns minutos, o que me deixa um pouco irritado, qual era o motivo de tanta demora para responder?

*Okay.*
JW.

Apenas um "Okay", o que ele estava fazendo que não poderia me dar uma resposta mais completa? Me sento em frente ao notebook e atualizo meu site, não havia muito o que fazer, nem Rosie estava por ali para me distrair, ficaria na casa de Molly Hooper naquela Noite à pedido da mesma. Lestrade havia dado uma passada na Baker Street apenas para deixar algumas evidências de um dos casos que estavamos trabalhando, nada que precisasse realmente de minhas habilidades. O homem estava mais alegre, quase que empolgado, lhe observo: paletó recém passado, cabelos e barbas aparados, usava um perfume amadeirado e tinha dois ingressos no bolso da calça, pelo que pude ver eram para o teatro... Teatro... Lestrade nunca havia mencionado gostar dessa arte... Mas eu conhecia alguém que apreciava, antes do homem sair pela porta lhe digo.

-Diga um olá ao meu querido irmão.

Lestrade me olha em choque, quase que em pânico, percebo meu erro ao vê-lo titubear.

Aprendendo a Amar (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora