Nuclear

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E hoje tem capítulo grandão, preparados?

Boa leitura <3



Eu não conseguia parar de rir internamente desde a noite passada.

Can me enviou um pequeno vídeo de terror da Samara depois de eu infernizá-lo para passar a me dar bom dia e boa noite por mensagens. Afinal eu tinha dado um celular novo para ele no nosso último encontro cuja tentativa de segundo beijo não foi partilhada.

Mas nem eu esperava que fosse.

Ainda não, claro.

E claro que também dei um celular novo para ele porque ele queria e parecia interessado e para mim seria um modo fácil de prensá-lo mais um pouco.

E deu certo.

De todo modo aquilo me divertia. As infantilidades dele me divertiam.

Então senti a presença de Pete e logo ele estava se sentando a minha frente em uma das mesas do jardim do nosso Campus.

— Você está diferente.

A voz dele soou macia como sempre. Gentil como sempre e levemente interessada.

Eu ergui meus olhos para os dele e pensei que se ele só soubesse o trabalho que me deu em eu ter aberto mão dele para que ele vivesse uma vidinha medíocre junto do 'trogloditinha' dele, ele estaria muito mais do que interessado em mim e sim me adorando no alto de um templo. Contudo aquele era Pete cuja necessidade de afeto e atenção o fazia afável e doce por mais que ele não quisesse.

Assim eu suavizei meu olhar e me mostrei igualmente interessado na sua colocação aparentemente supérflua, mas que internamente era algo entre curiosidade real e especulação social. Ele sabia e eu via nos olhos dele.

Ele sabia de algo e provavelmente já tinha encontrado Can em algum momento resmungando e xingando meu nome pelos cantos.

— Como?

— Você está sorrindo mais.

Assenti levemente.

Sem dúvidas, eu estava colocando meu plano em ação finalmente, com certeza eu estava sorrindo mais.

— Você sabe quando ele virá para o Campus?

Perguntei levemente interessado. Eu sabia o que ele estava fazendo, eu sabia onde ele estava naquele exato momento, eu sabia agora. Eu tinha olhos sobre ele desde a noite passada, porém ainda assim queria saber o que Pete sabia.

— O Can? - Ele perguntou com cuidado. Eu ri por dentro. Pete estava receoso da minha reação, ainda assim a curiosidade dele era maior e ele prosseguiu depois de eu assentir – Eu ouvi dizer que ele tem treino de futebol semana que vem. E ah, o Can me disse que trocou de número, sabia disso?

Sorri de canto, ele de fato ficaria com o telefone. Que bom, isso ia mesmo me facilitar a vida... E então eu percebi que Pete também sorria feliz, como uma vizinha fofoqueira que estava animada com o solteirão da rua se casando.

Quase ri alto. Pete era o único, realmente o único, que eu permitiria agir daquele jeito comigo. Nós tínhamos uma história afinal.

— Viu, está sorrindo de novo. Eu acho que sei o porquê. Você está assim por causa do Can.

— Pode se dizer que sim.

Respondi de forma suave. Não era uma mentira e eu não ia explicar sobre o que parecia e o que realmente era. Pete queria viver no mundinho de ilusão dele e eu tinha me decidido a deixá-lo lá e ajudá-lo caso necessário.

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