Transferência

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Naquele dia eu pedi para que Yao e Zong não saíssem do quarto e que entretecem Phu lá dentro e voltei para o meu quarto, abrindo meu notebook e com esforço mediano, conseguindo invadir o sistema.

Foram algumas horas dispensadas, mas que logo após o almoço rendeu frutos. Coloquei um bug no sistema em contagem regressiva para pane geral e saí para dar uma volta pelas dependências do palácio inteiro de dimensões mais exageradas que Versalhes e pouco prática no geral, com muitos pontos cegos, inclusive.

Havia muitos civis entrando e saindo do Domo que era o centro do palácio e muitos guardiões também. Na minha semana intensiva de treino para dono eu estudei a história da OMMP e sua hierarquia, bem como estrutura básica:

Rainha no topo da pirâmide, conselho geral, guardiões e então famílias reais, família tradicional, os pets e por fins os comuns anexados. O conselho era precedido por anciões e alguns donos convidados por comportamento exemplar.

Não havia mulheres e eu quis rir da hipocrisia.

Aquele mundo foi fundado por um grupo de cortesãs inteligentes e hábeis em conseguir apoio de ricos, lordes e igreja e agora não havia nenhuma mulher no poder fora a rainha. O primeiro grupo de guardiões era composto por mulheres que dominavam artes marciais e outras artes femininas e agora... Não havia uma mulher sequer no grupo de guardiões, tanto os de elite quanto os espalhados pelo mundo teoricamente responsáveis pelos pets fora de Sidney.

Não havia nem mesmo mulheres ali, na administração da organização.

Can estava até o pescoço metido com uma ordem que migrou daquela, onde freiras ninjas protegiam e salvavam desfavorecidos. Outro grupo de mulheres que também descendiam de uma das cortesãs pioneiras da OMMP estava próxima apoiando meu marido também e ambos os grupos eram prósperos, liderados e encorpados por mulheres eles prosperavam, mas a raiz... A ordem idealizada parecia respirar por aparelhos, cheia de problemas, intrigas e maçãs podres e eu não tinha ilusão alguma de que Can tinha dado cabo de todas, eu sabia que havia muito mais problemáticos escondidos em atuações com ranhuras as quais eu iria fraturar.

Ainda assim, nada de mulher alguma em todo aquele vasto local.

E o mais louco era que eu estava longe de ser algum feminista engajado ou defensor dos direitos igualitários ou ao menos algum simpatizante de causas sociais. Eu estava pouco ligando para esses problemas, contudo eu sabia bem o alcance que uma mulher tinha em detrimento de um homem e como isso era útil ao poder e uma estrutura toda masculina daquele jeito estava fadado a incompetência.

E a corrupção, óbvio.

As fundadoras deviam estar rolando em seus túmulos com o resultado da sua obra faraônica e pouco fidedigna ao propósito inicial. Eu precisava ter acesso a membros femininos da OMMP, a donas ou alguém que fosse capaz de mexer naquela estrutura de merda comigo, porque não havia dúvida de que se eu quisesse limpar aquele antro, teria de começar pela raiz.

Devia ter, não era possível!?

— Olha só quem está aqui, o garoto do "Sou a pessoa a quem um dia vai se ajoelhar".

Eu me virei e vi um adolescente loiro e de sorriso cínico que não me era estranho e em segundos me recordei da criatura. A criança que Purple Flower treinava em minha primeira visita ao palácio.

Sorri de canto e me aproximei dele que não se moveu nem um centímetro:

— E você é o um dos bananas de pijamas versão loirinha, hummm Xukun, ou Minki?

Ele sorriu e então veio para mim até que ficamos cara a cara com nem trinta centímetros de distância um do outro:

— Você é corajoso e pelo o que soube inteligente. A rainha anda de mau humor desde você ressurgiu no palácio. O conselho não entende por que ela está te treinando pessoalmente, mas eu consigo ver o motivo. E eu me lembro muito bem do falso príncipe do norte que segundo meu mestre, irá destruir o mundo. Você matou sua família na Tailândia e precisa de um álibi para se safar. Me diga, tailandês, tem certeza mesmo que quer entrar na OMMP?

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