Segredo

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Entrei na joalheria reclusa aberta apenas para mim no domingo à tarde.

Ainda estava perturbado, cheio de dúvidas e com Can longe dos meus olhos, o enigma se tornava mais denso. Mesmo assim eu queria que tivéssemos algo de casal o mais rápido possível e para o que eu queria, aquele local era o único apto a fazer objetos como aquele.

Eu queria que tivéssemos uma joia de casal e claro que além disso, eu também queria juntar o útil ao agradável e ter Can ao alcance com a maior precisão possível e o rastreador do celular não era seguro.

Ele podia esquecer, ele podia perder, mas se eu o fizesse usar algo sem nunca tirar...

Era a melhor solução.

— Por aqui.

A recepcionista me guiou loja adentro e para o andar de baixo através de um elevador. Logo entramos em uma sala menor e ali a ourives me esperava com um sorriso frio e prático.

Nós nos conhecíamos de outra situação e não vou negar que fiquei surpreso quando soube que ela gerenciava aquele estabelecimento nos últimos dois anos.

Ela tinha apenas seis anos mais do que eu, mas sua história... Era pior do que a minha.

Ela estava sentada atrás de uma mesinha pequena, toda de vidro com uma caixa de veludo negra aberta. Duas pulseiras finas de metal com tiras finas em couro negro repousavam dentro do objeto de veludo.

Simples, básico e útil.

— Nos deixe a sós.

Ela disse para a recepcionista e logo eu me sentei na poltrona vazia a frente dela e apontei para a caixa:

— Tudo o que eu pedi está aí?

— Tudo em ordem – Ela pegou uma das pulseiras e me estendeu apontando para o fecho aparentemente normal e simples – Esse rastreador está vinculado completamente ao seu, mesmo que o usuário da outra pulseira esteja no outro lado do mundo, você saberá onde e como, tudo por satélite. Os códigos e detalhes já foram enviados para o seu e-mail. O metal é mais forte que aço e maleável como alumínio. E leve. Também está livre de identificadores, nem mesmo em um detector de aeroporto ele vai ser detectado. A garantia é vitalícia.

— Ótimo.

Sorri satisfeito.

Can iria gostar, não parecia algo de casal e muito menos era 'fofinho'.

— Tin, temos de conversar, e é pessoal - Olhei para ela frio enquanto ela colocava as joias de volta e fechava a caixa com cuidado – Vou tomar o silêncio como sim – Ela me olhou finalmente e parecia mortalmente séria – Eu soube que seu irmão entrou em negócios arriscados na Dinamarca. Ele pode comprometer uma parte da sua herança com isso e se ele se sair bem, eu... Olha, você sabe que eu quero me vingar tanto quanto você, mas desde que você disse que faria isso por nós dois e eu saí de cena... Penso que ele não merece algo menos do que horrível.

— E ele terá, Pew.

Ela negou suavemente:

— Está demorando muito, eu quero fazer algo agora. Eu fui... Eu vi o meu destino, Tin. Eu não estarei viva por muito tempo, eu não posso morrer sem vê-lo pagar.

Arqueei as sobrancelhas, do que ela estava falando...?

— Você está com alguma doença terminal?

TinOnde histórias criam vida. Descubra agora