Dueto

434 72 189
                                    


Abri os olhos rápido e logo alcancei o pescoço próximo de mim só para ver os olhos da Joy arregalados e animados.

Suspirei e soltei meus dedos do pescoço alvo que eu bem podia ter estrangulado, me sentindo irritado e querendo de verdade quebrar alguma coisa, mas não tive tempo porque ela deu um risinho e sussurrou:

— Você está escondendo sua mulher da gente por causa da barriga, é isso? Como não nos avisou que seremos titia, Tin!

Minha mente foi a milhão e eu despertei de vez olhando de lado e vendo Pete adormecido tranquilo ao meu lado da cama, deitado de lado e com o lençol na cintura deixando a barriga a mostra com a camisa desabotoada. Eu apenas o cobri rápido me sentindo completamente possessivo e em fúria fria:

— Tire os olhos!

— Sou hetero, seu idiota! – Ela soou risonha antes de sentar ao meu lado – A propósito, você deixou a porta aberta quando voltou com ela nos braços, para sua sorte eu fiquei de vigia, só vim mesmo para avisar que Yeri fez café americano para todo mundo e que seu sobrinho está se acabando nos cereais com calda de maçã.

Estreitei meus olhos:

— É seguro para Phu fora do quarto? Se ele se machucar...

— Ele não vai, Irene está colada nele e Seungi colocou todos os empregados para correr daqui. A propósito eu peguei os guarda costas dele se beijando de manhã enquanto seu menino foi tomar banho. Por que os homens gatos desse mundo são gays?

— Sai de cima e não faça isso de novo, se ela acorda e te vê eu serei morto, tenho que explicar antes...

— Tudo isso porque você é um idiota e não contou sobre a gente, sério Tin, isso é super malvado da sua parte.

— Eu vou contar, vou detalhar tudo inclusive todos os detalhes sórdidos, agora vaza, eu tenho que...

— Vestir a carapuça de rei cruel e cínico, sei sei, nos vemos na cozinha! E adorei sua mulher, ela é linda, sério!

Ela saiu praticamente saltitando e eu suspirei. De verdade, as Velvets eram benção e maldição no meu caminho, impressionante!

— Comece pelos detalhes sórdidos.

A voz baixa do Pete soou como um trovão aos meus ouvidos no quarto luxuoso e eu perdi o ar por alguns milésimos de segundos preciosos.

Me virei rápido só para vê-lo de olhos abertos me olhando fixo, sério e eu estremeci ainda que quase imperceptivelmente. Eu não pensei, só agi.

Fui para ele e beijei os lábios de modo aflito e ansioso e Pete parecia prever minha ação porque apenas me puxou mais até que eu estivesse sobre ele, grudado nele, mas tomando cuidado com a barriga imensa.

Por fim ele deu um risinho e me afastou um pouquinho:

— Estava com tanta saudade assim?

— Eu estava louco de preocupação, quem te deu o direito de quase me matar de susto!?

— Para você sentir na pele o que eu senti, Tin.

— Recebi o recado, não precisa repetir... Como você se sente? – Toquei no rosto e então no pescoço para sentir a pulsação. Estava normal embora os lábios permaneciam pálidos – Temos de te hidratar e alimentar. Precisamos também cuidar dos seus pés... Dói algo? Você...

— Tin...

— Deve estar exausto, eu vou ligar para o Dr. Jin, ele...

— Tin.

TinOnde histórias criam vida. Descubra agora