Equilibrando

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Abri meus olhos como se estivesse saindo de um longo e profundo sono e vi o rosto de Can ao lado do meu, me olhando com amor enquanto fazia carinho quase imperceptível em meu rosto.

— Bom dia, meu rei.

Eu pisquei um pouco e me ergui levemente só para ver que estávamos a sós no meu quarto. Eu me lembrava vagamente de como eu fui chegar ali: Tinha ido na portaria recebê-los. Então levei a família toda para o Domo e dali aparentemente o cozinheiro e Can tomaram a frente enquanto Raio de Sol me olhava e dizia que eu deveria voltar a dormir que eu parecia algum zumbi.

O que não estava longe da verdade.

E era aquilo, eu não sabia se tinha mesmo vindo para o quarto e me jogado na cama, mas como estava com a mesma roupa, devia ter sido exatamente o que aconteceu:

— Por quantas horas eu dormi, Can?

— Dois dias mais ou menos.

O olhei um pouco chocado, confesso, Can acabou rindo baixinho:

— Você não mudou nada, Tin Phiravich, o que seria do seu sono sem a minha presença, hum?

— Há há – Resmunguei me espreguiçando e vendo pelo sol da janela que estava entardecendo – E então, o que tem feito nesses dois dias além de ficar vestido do meu lado nessa roupa diferente?

— Gostou? – E ele saiu da cama dando uma voltinha. Era uma batina branca com corte em estilo de freiras noviças – É a roupa oficial das irmãs Mio. Papa Francisco foi empossado semana passada e eu fui aceito na OIM como uma das suas primeiras ações. M5 está oficialmente me treinando e já está marcado visita de algumas outras irmãs também. Meu caso se tornou uma exceção aceita e eu estou muito feliz com isso.

— Você ainda está de resguardo, como está treinando!?

Minha voz soou um pouco congelante, mas Can apenas sorriu e veio para mim dando um beijinho no meu rosto:

— Tinnnnn! Eu estou bem, na verdade estou mais do que bem, estou ótimo e tenho muitos planos para a nossa família e para por tudo isso em prática eu preciso ser uma irmã Mio excelente e super capacitada, ok? Aliás quero discutir algumas outras coisas com você, mas primeiro! Vamos tomar banho e relaxar.

O olhei desconfiado e por fim tive que sorrir, droga, ele sabia me manipular tão bem...

— O que você quer de mim que está disposto a entrar em uma banheira comigo?

Disse me levantando e indo para o banheiro enquanto tirava a roupa no caminho. Meus reflexos ainda eram perfeitos porque eu peguei o Can no ar quando ele pulou nas minhas costas rindo:

— Credo, Tin! Por que eu teria que ter algum motivo para tomar banho com você? Eu adoro ver seu corpo lindo e todo atlético!

— Sei sei...

Recebi um tapa no peito e ri:

— Para com isso, eu estava morrendo de saudade e preocupação, não seja mau.

E logo estávamos juntos no chuveiro, ao invés da banheira e fazendo amor super atrasado na minha opinião. Desde que toda aquela loucura começou eu não tive Can em meus braços de verdade e eu só me dei conta de como eu precisava daquilo, quando eu tive aquilo.

— Eu te amo tanto que as vezes acho que poderia enlouquecer, sabia? Tudo o que eu pensava dia e noite desde que saiu de casa era que eu precisava estar com você, ao seu lado, assim, grudadinho...

Can estava secando meu cabelo com uma toalha e quase se debruçando nas minhas costas ao mesmo tempo e na verdade, eu achava a coisa mais carinhosa que ele já tinha feito. Acabei brincando:

TinOnde histórias criam vida. Descubra agora