Tin

Beladona

O recado de hoje é: preparados para a união das duas mentes mais brilhantes de toda a série?

Boa leitura <3

— Aqui está minha esposa temperamental e única.

Eu disse assim que cheguei perto de Pete e coloquei meu casaco sobre os ombros elegantes e quase delicados.

Ele estava dentro da capela, olhando para o altar de pé, no meio da pequena igrejinha, compenetrado. Era tarde da noite e todos já estavam dormindo, menos ele... E eu.

— Tin.

Ele se virou para mim e eu vi nos olhos dele um estado de profundos pensamentos e eu sabia o quanto ele tinha trabalhado pela família enquanto eu fiquei fora do ar.

Eu me sentia parcialmente responsável e sabia que era hora de retornar ao controle.

Naquele dia acabamos que chegamos tarde em Bangkok por motivos de um: Eu achei que tinha acordado cedo, mas era mais de meio dia quando sai do bangalô atrás de roupa e comida. Dois: O trânsito estava simplesmente impossível na volta para a capital e acabou que chegamos em casa na hora do jantar que percebi tarde demais, era o tumulto na terra.

De todo modo entre colocar as crianças para dormir, organizar a fazendinha e arrumar as coisas, mal consegui falar mais de duas palavras com o Pete e não era o que precisávamos. Mas estava determinado a resolver o primeiro problema emergencial: Libido do Can e isso deu totalmente certo, cutuquei Ae depois dele voltar da armazém e nem precisou de muito para ele pegar Can no colo e o levar para o trailer, contudo só para garantir eu pedi que Seok fosse junto.

A segunda emergência era me inteirar totalmente da situação e assumir a partir dali, deixando Pete livre para descansar melhor.

— Venha, vamos conversar.

Estendi a mão e ele aceitou indo se sentar comigo na primeira fileira dos bancos do local religioso. Hoje ele estava vestido de agasalho unissex que parecia confortável e quentinho. Ao menos.

— Como foi com o Ae?

Ele perguntou passando a mão suavemente no rosto para afastar a franja que crescia agora de maneira mais feminina pela face delicada. Pete era extremante lindo e à primeira vista seria confundido com um anjo intocável do mais caprichoso pintor renascentista. Até que ele decidisse não ser o anjo de um afresco.

Então... Era o outro lado que eu descobri adorar igualmente.

— Você tinha me avisado e eu não acreditei, ponto para minha esposa - Gracejei e consegui tirar um sorriso mais relaxado dele, eu não queria perder a brecha por isso peguei uma das mãos e levei aos meus lábios com cuidado, depositando ali um beijo longo – Eu sinto muito, verdadeiramente, por ter te deixado lidar com tudo praticamente sozinho, contudo eu voltei, Pete. Eu estou aqui, divida comigo. Eu não posso pegar peso físico, mas meu cérebro está intacto.

— Eu... – E então eu senti seu humor oscilar e em seguida, ele veio mais perto e me abraçou tremulo – Nunca mais faça isso comigo outra vez, Tin, eu tive tanto medo... Can dizia que você ia voltar, que estava tudo certo, que era só um coma e que nós teríamos uma vida extremamente longa juntos, mas eu acredito em coisas palpáveis e não em profecias. Não importa o quanto de coisas sobrenaturais cerque o Can, ainda assim eu vi você dormindo quase em morte por dias e dias, dia após dia deitado naquela cama e alheio ao mundo e eu... Eu temi pelo pior.