Amor - Parte 3

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Abri meus olhos e me vi no trailer cuja porta estava aberta. Respirei fundo e sai da cama sabendo que eu não devia ficar desmaiando a tordo e direito como fiz.

Droga!

Levei certo tempo para ficar de pé sem tontear e sai do trailer indo direto para a capela que agora não tinha mais nada estranho ao redor. Era quase manhã e todas as portas estavam abertas e a luz acesa.

Corri do jeito que pude e logo vi um imenso cobertor no chão da capela próximo do altar, Can rodeado de bebês sobre o tecido grosso e Minseok e Ae dormindo pesado próximo dos rolinhos de gente de forma que pareciam formar uma espécie de parede humana para os bebês não rolarem ou coisa assim.

A cena era um pouco ridícula, mas era fofa de certo modo e eu relaxei indo para o Can que logo me olhou e sorriu pacífico.

Ele estava de pijama e parecia bem...

Estranhamente bem.

— Eu estou bem, Tin, não me olhe desse jeito. Você é quem não está, venha, sente ao meu lado e conheça suas filhas.

— Onde estão o cachorro e bruxa?

— Eles já se foram. Xiao voltará em alguns dias.

Can se sentou e pegou um dos bebês no colo. Eu contei rápido e eram sete, sete pequenas coisinhas enroladas em mantas dentro de uma capela que ainda me parecia perturbadoramente sinistra.

— Pete...

— Eu sei, ele está dormindo, mas ele vai acordar em breve quando se sentir melhor. Ela me disse.

— Claro, claro, todo mundo resolveu bancar os adeptos de magia agora.

Resmunguei me sentando ao lado dele e olhando mais de perto o pequeno pacotinho que ele tinha nos braços. A criança tinha brilhantes olhos negros e me olhava atentamente, muito atentamente para um bebê recém-nascido.

— São os olhos do Ae, não são?

Olhei para o Can aparentemente embasbacado e suspirei internamente.

De repente eu me dei conta completamente que ele de fato tinha dado luz às nossas filhas. Não que tudo até ali não fosse claramente observável, mas agora era como se tudo fosse mesmo real porque elas estavam ali... Vivas. Embrulhadas como uma lagarta em um casulo e respirando.

Com ele.

— Como você está?

Perguntei seriamente, olhando-o nos olhos e não deixando que ele falasse menos do que a verdade. Can sorriu de um jeito diferente, talvez... Um pouco mais o usurpador.

O parto tinha mudado algo dentro daqueles olhos, ele estava mais... Pacífico.

— Eu estou bem, estou inteiro, só cansaço. Eu juro que estou bem, Tin, não se preocupe.

— Você está pedindo o impossível, vocês só me dão preocupação, para sua sorte, eu te amo muito para deixar para lá – Disse em tom de reclamação com um pouco de deboche e então estendi os braços e peguei a menininha pequena – Hummmm ela realmente tem os olhos do Ae. Você saiu da minha cama e correu para a dele naquele dia, Cantaloupe?

— Tinnn! Mas que coisa!

— Não duvido nada, aquele outro seu era todo dado, de verdade! Pulou em cima de mim como se não houvesse amanhã.

Can acabou rindo baixinho e pegou outra bebê. Ela também era quase uma cópia da que estava nos meus braços agora, quietinha e me olhando curiosa:

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