Esposa

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— Então, estamos de acordo?

A voz do outro lado era reticente, mas depois da longa negociação, era positiva:

— Sim, senhor Phiravich, estou embarcando hoje ainda.

— Ótimo, eu comprarei os equipamentos que pediu. Sobre os custos, chegando aqui eu reembolso todos e não se preocupe com a estadia também.

— Claro.

Desliguei e olhei para o relógio. Mais de meia noite...

Bom, não esperava demorar tanto, mas ao menos o resultado foi positivo.

Pensei em Can passando a primeira noite sozinho naquele lugar distante. Ele estaria bem? Eu deveria ligar?

Provavelmente ele já estaria dormindo.

Sorri, outra pessoa que com certeza estaria dormindo era o futuro corpo no lago das docas. Me ergui, peguei a carteira e as chaves e fui para o endereço que facilmente eu peguei dos dados da Universidade...

Estava na porta apertando a campainha em menos de meia hora e demorou um pouco, mas logo a porta foi aberta e vi ninguém menos do que o espelho diante de mim.

Não, aquele não era o espelho, era uma pessoa real...

Minha mente deu um salto gigante e intenso. Isso explicava muita coisa, muita coisa... Can... Queria aquele coreano porque ele parecia o espelho ou o contrário era verídico?

Fosse o que fosse, agora nem tudo era uma incógnita.

— Bebo até morrer!?

Sorri mortal.

Hummmm então Can tinha falando com ele sobre mim? O quanto Can foi adiante sobre o assunto? Ele poderia me dar mais informações prévias antes de eu realmente tomar alguma atitude?

Olhei de cima a baixo e notei que sim, ele era bonito e seria algo que atrairia meu Cantaloupe. Can tinha um certo padrão e aquilo era inquestionável. Talvez ele jamais percebesse, mas existiam coisas, detalhes, que o atraiam como imã e rostinho bonito com ironia era uma das coisas. O baixinho do Pete com certeza era a única exceção.

— Não vai me convidar a entrar? Quer o meu namorado e ainda continua com modos repreensíveis?

— Ei! Não fui eu quem bebi até morrer e tive que ser carregado do cassino pelo 'namorado'.

Ele fez aspas com os dedos na palavra namorado e eu sorri um pouco mais frio.

Hummm. Corajoso ou inconsequente?

Passei por ele e entrei no local simples, limpo, arejado e organizado.

Um homem que morava sozinho e mantinha tudo em perfeita organização era outro fator que atrairia uma pessoa desorganizada como o Can.

— Você sabe muito sobre mim, há quanto tempo está dando em cima do Can?

Perguntei sem emoção. Ouvi um suspiro e a porta se fechando. Ele não bateu a porta, não demonstrava raiva, ele estava tranquilo.

Controle de emoções. Quase arquei as sobrancelhas naquele fato. Ele era... Controlado.

— Você sabe bem que horas são porque tem um rolex no punho, então vamos logo com isso, o que você quer?

— A pergunta aqui é o que você quer? – Me voltei para ele e percebi que ele usava um pijama... Quase exatamente igual ao que eu estava usando noite passada. Tínhamos o mesmo físico e... Uma sensação ainda mais crua foi se apossando de mim.

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