Acordei sem dor de cabeça, mas com a sensação que tinha dormido por anos.
Estava no sofá da sala e tinha dormido sentado enquanto Pete estava encolhido do outro lado. Tínhamos conversado bastante e eu adquiri tantas informações que de fato precisei de longos momentos para fazer tudo aquilo ter algum sentido lógico em minha mente e provavelmente depois de tanta exaustão mental, dormir no meio da conversa era uma probabilidade.
Eu não me lembrava bem, mas com a ressaca que estava horas antes, isso fazia muito sentido.
Mas o principal foi que sobre o espelho, apesar de que Pete achasse tudo surpreendente, ele levou tranquilamente.
E isso era espantoso, mas me dava nova perspectiva.
Lidar com o que tinha, porque era o que tinha em mãos.
Eu de fato estava finalmente voltando a mim e aquilo também me dava certo alívio. Pete me ajudava a clarear a mente.
Sorri e olhei lentamente para o relógio da parede.
Me surpreendi, estávamos todos atrasados.
Não que eu me importasse, mas Pete se importava.
Droga!
Me ergui acordando Pete com calma enquanto movia o ombro dele:
— Acorde e vá se arrumar, estamos atrasados.
Ele piscou ainda sonolento e eu fui para o quarto já sabendo o que ia encontrar.
Noite passada Pete disse que Can e o trogloditinha estavam dormindo... Juntos.
Eu precisei de muita calma para lidar com a informação, mas sabia que ver era outra coisa e dito e feito. Abri a porta e assisti Can abraçado ao Ae dizendo para ele que estavam atrasados.
Sorri cru.
Ele usava uma voz com ele como se o baixinho marrento fosse um cristal delicado.
Comigo ou era irritado, ou era louco por sexo. Que legal...
— Esse daí tem mel, por acaso?
Disse irônico. Can me ergueu os olhos e depois de alguns segundos coçou a nuca:
— Tin... Eu posso... Eu...
— Vamos, temos que ir, vá virar gente.
Disse frio e sai dali pensando se íamos mesmo conseguir um relacionamento poligâmico saudável. Eu conseguiria? Pensar e ver eram de fato coisas diferentes mesmo...
E quando finalmente estávamos no carro do Pete indo para a faculdade, eu mal conseguia olhar para o Can ou evitar de medir o baixinho de cima a baixo. Eu era mais bonito, inteligente, rico, sexy e atrativo. Mas Pete e Can pareciam derreter falando com o outro.
Ainda dava tempo de afogar o baixinho em alguma lagoa perdida dos cantos obscuros da cidade? Eu podia usar os olhares em fúria silenciosa dele sobre mim como desculpa. Caso fosse necessário.
O que não seria, porque infelizmente os dois estavam aparentemente derretidos pelo pobre irritadinho. Ele nem devia ser tudo isso na cama, por favor, ele era virgem até meses atrás!
Por fim Pete deixou o baixinho no Campus dele e depois Can no de esportes e finalmente ambos chegávamos no nosso próprio Campus:
— Tin, poderia tirar esse olhar assassino do rosto, por favor?
Ele me disse enquanto subíamos para o nosso prédio. Eu o encarei mortal:
— O que ele tem? Vocês dois babaram nele do seu apartamento até aqui.
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Tin
Romance- Você destruirá o mundo, garoto. A voz da mão direita da rainha, Ren, soou irritada e tensa. Eu, naquele momento coberto de raiva - Algo que sempre me acompanhava desde que nasci - E um certo desejo de destruir todos que me irritavam e principa...