— Toc toc?
A voz do Can me tirou dos documentos e me fez olhar para fora da tela do notebook.
Ele entrou em seguida no meu novo escritório – Já que as crianças reivindicaram a biblioteca e Minseok me convenceu de que eu podia transformar o cômodo 'secreto' subterrâneo onde um dia foi o escritório da Blue, segunda em comando da Dama e que se tornou primeira quando a Dama morreu no naufrágio, em um escritório mais silencioso e prático. E ele tinha toda razão embora trabalhar cercado por quadros de todas as flores originais era um pouco estranho – E logo vinha se sentar na beira da escrivaninha moderna que eu adquiri. Eu não iria usar uma escrivaninha velha apesar de histórica.
Mesmo Pete reclamando do 'desperdício'.
Sorri e cutuquei de leve a mão dele que veio pousar próxima do meu mouse.
— Quem é?
Respondi a brincadeira, tirando um sorriso suave dele que por fim riu baixo:
— Seu marido lhe convocando para o almoço.
— Mas já?
— Todo mundo já almoçou faz tempo, Tin, eu vim porque percebi que você tinha esquecido. De novo.
Olhei para o relógio e vi que já eram duas da tarde. Ops.
— Bem, eu jurava que não eram nem dez da manhã, se isso serve de desculpa.
Disse em tom suave e completamente inocente.
Can rolou os olhos e jogou minhas palavras contra mim:
— Claro, claro. A propósito – E ele saltou da mesa e se curvou para olhar para o arquivo que eu criava com ideias e rascunhos de assuntos gerais. Can suspirou – Tudo isso?
— Só isso, ainda. – Eu fechei a tampa e o puxei para o meu colo - Eu enviei os convites para reuniões com as mulheres que eu quero para o conselho e bem, Xukun tinha razão, eu vou ter que ir atrás de uma a uma. Mulheres úteis nunca são fáceis.
— Não use desse tom, você sabe que elas valem a pena, foi você quem disse.
— Certo... Sua Graça.
Gracejei e levei um tapa leve. Rimos juntos.
A verdade era que sabe se lá porque – Ae achava que era a roupa do Can ou a mania nova dele falar calmo e meio padre de missa de domingo solene, e Minseok tinha certeza que era por causa do Can estar deixando o cabelo crescer estilo filme de Jesus na páscoa – Mas as crianças mais velhas e agora os guardiões, começaram a chamar o Can de Sua Graça e pior, Gu Hai e Bai Luo que eram os seguranças pessoais do Can já o chamavam assim também e isso influenciou Yao e Zong fazendo com que todos, até o cozinheiro sinistro o chamasse de Sua Graça. Não ajudava em nada também o fato das Cicutas que iam e vinham agora pegarem a mesma mania.
Can não era um nobre europeu do alto escalão ou coisa assim, mas o vocativo simplesmente pegou e eu passei a deixar para lá a coisa toda. Ele dizia que devia deixá-los fazer como preferiram e eu ia dizer o quê?
Que aquele 'ar' místico ao redor do Can não existia?
Não dava, era impossível, era algo que não se via, mas sentia e não era pouca coisa.
Agora, porém, quando eu o chamava ele ficava sem graça. Por que será não é mesmo?
— Venha, você precisa se alimentar para nutrir o corpo e fazer energia para o seu cérebro trabalhar bem.
— Can, eu vou ter que ir para o México.
Disse baixo enquanto saíamos do escritório rumo as escadas na rocha do solo e que levava ao escritório fake de cima. Havia três cômodos no subsolo do Domo:
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Tin
Romance- Você destruirá o mundo, garoto. A voz da mão direita da rainha, Ren, soou irritada e tensa. Eu, naquele momento coberto de raiva - Algo que sempre me acompanhava desde que nasci - E um certo desejo de destruir todos que me irritavam e principa...