“Me perdoa.” Sooyoung falou ao se levantar, assustada com o que havia acabado de acontecer. “Eu não sei o que me deu, eu...”
Jiwoo estava paralisada, de olhos arregalados, completamente em choque. Ela se sentou no sofá, colocou as mãos sobre a boca, e olhou para Sooyoung como se a morena fosse o próprio Satanás materializado em sua frente.
Sooyoung estava com a respiração pesada, com a vista ficando até escura, quase passando mal de tanto nervosismo e raiva de si mesma por ter agido de forma tão impensada e inconsequente.
Não tinha nem uma explicação minimamente decente para dizer a outra. Não havia nada razoável para explicar seu comportamento, foi algo que simplesmente havia acontecido.
“Eu vou... pegar uma vassoura pra limpar essa bagunça.” Jiwoo falou baixo, após parecer um pouco recuperado do estado de choque em que se encontrava, e rapidamente saiu dali, deixando Sooyoung sozinha.
A garota fechou os olhos, e colocou as mãos sobre o rosto. As consequências daquele beijo poderiam ser tantas, que ela tinha até medo de imaginar. Se Jiwoo se ofendesse e falasse o que havia acontecido para seu pai, tinha certeza que a história acabaria chegando aos ouvidos de Gyuri, e não havia dúvidas que isso lhe acarretaria graves punições que poderiam ir de uma surra até ser expulsa de casa, algo desesperador para uma adolescente.
De qualquer forma, mesmo que a outra resolvesse manter aquele segredo para si, provavelmente por vergonha por causa de suas crenças, ela havia destruído o que poderia ser uma bela amizade.
Demorou um tempo até Jiwoo aparecer ali novamente, trazendo uma vassoura e uma pá e demonstrando estar recomposta.
“Eu posso te ajudar?” Sooyoung se ofereceu, enquanto Jiwoo começou a juntar as pipocas que estavam espalhadas pelo tapete.
“Não precisa.” A garota respondeu de imediato e com um tom bem diferente do que costumava usar com a outra, evitando olhar em seu rosto.
Sooyoung até ficou um pouco chocada, mas a verdade é que ela não poderia esperar algo diferente da mais nova, que provavelmente estava pensando que ela era uma desgraçada da cabeça.
Um tanto sem jeito, a guitarrista se ateve a recolher as almofadas que estavam pelo chão e voltá-las até o sofá, enquanto aquele silêncio dolorido dominava o ambiente.
Jiwoo juntou as pipocas na pá e as jogou no lixinho da cozinha, e depois voltou para a sala, onde Sooyoung estava sentada num sofá, com o olhar perdido e distante.
A mais jovem se sentou no outro sofá e pegou uma almofada e colocou na frente de seu corpo, como se ela fosse uma espécie de escudo.
Jiwoo pegou o controle e sem perguntar nada, ficou zapeando pelos filmes e séries do catálogo, sem demonstrar interesse em assistir mais nada. Era quase gritante que ela queria sair dali e só não o fazia por educação.
Sooyoung estava se sentindo cada vez mais péssima e o tempo, que antes parecia voar, agora andava tão lento quanto um misto de uma tartaruga com uma lesma, o silêncio entre as duas era tão grande que parecia que estava ocorrendo uma prova de CSAT na sala, e tudo isso misturado a ansiedade que estava sentindo, era uma verdadeira tortura para Sooyoung.
Quando o reverendo Kim entrou pela porta acompanhado de Gyuri, a jovem rockeira sentiu um alívio tão grande por ver sua mãe, algo semelhante a uma situação de quando aos cinco anos, ela se perdeu em um parque durante um passeio, e achou que nunca veria a mulher novamente. Dessa vez, no entanto, ela disfarçou a emoção e não correu para os seus braços gritando ‘mamãe’ como ocorrera anos atrás.
“E então, meninas, se divertiram?” Donghae perguntou de forma gentil e inocente, recebendo os olhares das duas meninas que ficaram em silêncio por alguns segundos.
“Sim, nos divertimos, sim, pai.” Jiwoo respondeu com um sorriso levemente forçado. “Assistimos um filme muito divertido.”
“Sim, foi uma noite muito boa.” Sooyoung concordou e recebeu um olhar um tanto assustado da filha do pastor, e já sabia exatamente o porquê. “Mãe, eu tô com sono, vamos embora?”
“Vamos.” A mulher concordou e então olhou para Donghae e trocou um abraço carinhoso com ele. “Eu te ligo amanhã.”
“Vão com Deus.” Ele se despediu da noiva.
Jiwoo e Sooyoung trocaram um aceno frio e breve como forma de despedida e a mais velha seguiu com a mãe para casa.
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Aquela noite foi difícil para Sooyoung conseguir dormir. O seu medo nem era tanto apanhar de sua mãe, mas perder todo o contato com Jiwoo.
Quando o dia amanheceu, ela se sentia tão cansada e totalmente desanimada para o ensaio da banda, mas tinha que honrar seus compromissos.
Estava com vontade de mandar uma mensagem e perguntar se estava tudo bem com Jiwoo, mas lhe faltava coragem, e torcia para que a outra o fizesse, e a cada toque de mensagem que dava em seu celular, seu coração disparava e ficava entristecido ao ver que nenhuma das mensagens veio da filha do reverendo Kim.
Essa angústia torturante era a pior das sensações.
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A tarde Sooyoung seguiu para a casa de Jin Sol para o ensaio, e a banda estava ficando cada vez melhor e afiada, mas elas ainda precisavam de um nome e uma identidade para atrair fãs.
Após algumas horas de ensaio, elas finalmente se deram por satisfeitas e começaram a arrumar seus instrumentos musicais para irem embora, quando Yerim resolveu falar.
“Bom, eu queria falar uma coisa, meninas, posso?” A mais nova perguntou, chamando a atenção das outras meninas.
“Fala aí, somos uma democracia.” Jin Sol respondeu.
“Semana passada a gente teve aquela pequena discussão sobre o nome da banda, e eu reconheço que fui muito crítica em relação a isso, por isso eu andei pensando bastante sobre o assunto e tenho uma sugestão.” A garota falou, com certo receio. “O que vocês acham de “As Sensacionais Garotas de Vênus”?”
As garotas ficaram em silêncio por alguns segundos, deixando Yerim mais apreensiva, mas Jin Sol foi a primeira a sorrir.
“Ah mas eu adorei esse nome!” A loira falou animada. “Isso dá um mar de possibilidades de conceitos pra gente explorar!”
Yerim abriu um sorriso aliviado. Reconhecia que havia sido grossa com Jin Sol e queria agradá-la mais do que qualquer outra menina.
“Eu achei maneiro.” Jung Eun comentou e Haseul assentiu. A única que permaneceu em silêncio e distante foi Sooyoung.
“E então, Sooyoung? O que você achou do nome?” Jin Sol questionou.
“Bom, eu achei... É... Legal.” Ela respondeu sem muito ânimo, o que intrigou bastante as outras meninas, especialmente Kahei. “Muito bom, Yerim.” Completou e continuou a guardar seus materiais.
Kahei se aproximou da amiga e tocou em seu ombro.
“Acho que você tá precisando de uma conversa, que tal tomarmos um chocolate no caminho?” A chinesa sugeriu, mas Sooyoung deu os ombros.
“Só tô cansada.” Ela respondeu de forma evasiva, e é claro que isso foi incapaz de convencer a outra.
“Soo, você sabe que precisa disso e estou aqui pra você.” Ela insistiu e a mais jovem suspirou, impaciente.
“Tá! Tá, tudo bem, mas eu vou logo avisando que não é nada sério, só cansaço mesmo.” Ela respondeu e Kahei abriu um sorrisinho, claramente não acreditando naquela resposta.
Haseul observava a conversa em silêncio, e depois se aproximou da chinesa, assim que Sooyoung saiu da casa.
“Vamos?” Perguntou. “Eu tenho uma coisa pra te falar no caminho.” Ela disse e sorriu tímida.
“Claro, e hoje a Sooyoung vai com a gente.” Kahei disse e a outra ficou meio séria e coçou o topo de sua cabeça, pedindo para Kahei se aproximar.
“Qual é? Por que você vai ficar sozinha com a Sooyoung?” A garota perguntou, sabendo que morava mais perto de Jin Sol do que a outra.
“A Sooyoung é minha amiga, e ela tá precisando de mim.” A chinesa retrucou, levemente ofendida. “Você não vai encrencar com isso, né? Qual o problema?”
“O problema é que vocês duas viviam se pegando que eu sei.” Haseul respondeu sincera, cruzando os braços.
“Claro que você sabe, fui eu mesma quem te falou!” Kahei debochou e deu uma risada irônica, mas Haseul permanecia séria.
“Só acho meio estranho vocês ficarem coladinhas assim de novo.” A vocalista desabafou, fechando a cara.
“Não seja infantil.” Kahei falou irritada, e se virou para deixar a garagem e se juntar a Sooyoung.
“Espera, Kahei.” Haseul pediu, segurando a mão da garota, e a outra voltou a olhar novamente para ela. “Eu falei com a minha família e eles toparam a ideia de eu te levar na festa de bodas de ouro dos meus avós.”
A notícia fez Kahei abrir um sorriso terno, afinal, aquilo foi algo inesperado e fofo por parte da outra.
“Ah, muito obrigada.” Ela agradeceu e se aproximou da coreana, tocou seu rosto e lhe deu um beijinho rápido nos lábios. “Eu fico muito feliz, mas você sabe que não precisava, não é?”
“Precisava sim, afinal de contas, eu só te conheci por causa da banda e é mais do que justo você estar no nosso primeiro show.” Haseul disse carinhosa. “Você é meu talismã.”
Kahei sorriu ainda mais e voltou a abraçar e a beijar Haseul, dessa vez, de forma um pouco mais acalorada, até serem interrompidas por Jin Sol.
“Eu já percebi que o assunto aí tá muito bom, mas eu preciso tomar um banho que eu tenho um compromisso de família daqui a pouco.” A loira disse se aproximando do casal. “Então se me permitem, eu aconselho as namoradinhas a terminarem esse amasso lá no seu Corvette, Kahei.”
Kahei riu ao ouvir aquilo, mas Haseul abaixou a cabeça envergonhada. No fim, as duas se despediram da amiga baterista e encontraram Sooyoung que estava impaciente ao lado do carro de fora.
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Após deixar Haseul em sua casa, Kahei parou em um café, onde estava disposta a conversar com Sooyoung e descobrir o motivo de tanta apreensão e inquietude por parte da jovem guitarrista.
“Agora nós podemos conversar com mais tranquilidade e você me contar o que está perturbando o seu coraçãozinho.” Kahei disse, assim que se acomodou em uma mesa pequena, sentando-se de frente para a outra.
“Eu já disse que é cansaço, Kahei, por que você não acredita?” A garota insistiu com mau humor.
“Eu te conheço, sei que tem coisa a mais te perturbando.” Kahei manteve-se firme e a outra bufou, revirou os olhos e cruzou os braços.
“Eu devia ter ido embora sozinha.” Sussurrou e respirou fundo.
“Você cometeu algum crime, é? Não se preocupe, não vou falar nada pra polícia.” A chinesa brincou.
“Não sei porque você quer tanto saber, você não vai poder fazer nada pra me ajudar mesmo!” A morena disse e Kahei crispou os lábios.
“Você admitiu que existe um problema, já é um avanço.” A chinesa brincou e riu sozinha. “Mas de qualquer forma é bom ter alguém pra desabafar, mesmo que essa pessoa não possa fazer nada diretamente, ter um ombro amigo já ajuda muito.”
Diante daquela insistência toda por parte de sua amiga, Sooyoung se amaldiçoou mentalmente por ser alguém que deixava suas emoções transparecem tanto, porém, de qualquer modo ela tinha que admitir que se havia alguém para quem ela podia contar o acontecido com Jiwoo, esse alguém era justamente Wong Kahei.
“Olha, eu vou resumir e falar tudo logo de uma vez.” Ela começou a contar e sentiu um frio na barriga quando a lembrança do beijo voltou a sua mente. “Eu beijei a Jiwoo.”
Kahei ficou olhando para Sooyoung por alguns segundos, sem demonstrar nenhuma reação e logo depois começou a rir, algo que fez a morena arquear uma sobrancelha, incrédula.
“Ah, então é isso?” A chinesa perguntou animada.
“E você acha pouca coisa?” Sooyoung perguntou quase ofendida. Ela estava em apuros e Kahei ainda ria de sua situação? Que tipo de amiga ela era? “Você esqueceu que a Jiwoo é a filha do pastor que vai se casar com a minha mãe em algumas semanas?” Perguntou, tentando situar a outra, que balançou a cabeça negativamente.
“Eu sei muito bem quem é Jiwoo, você falou dela muitas vezes pra mim, gatinha.” Kahei respondeu, após parar de rir. “É que eu achei que estivesse acontecendo algo muito mais sério.”
“Isso é algo sério.” Sooyoung insistiu. “Ela é evangélica, é filha do cara que vai se casar com a minha mãe, e a gente vai ter que viver como se fôssemos irmãs, isso é algo muito sério.”
“Mas vocês não são irmãs.” Kahei respondeu de forma simples. “Qual o problema de se beijar alguém por quem se sente atração? Você é humana, isso é natural.”
“Kahei, quando você vai entender que esses evangélicos não pensam igual a gente? Qualquer coisinha pra eles é o fim do mundo!” Sooyoung disse, desanimada, pensando em como Jiwoo deveria estar pensando horrores a seu respeito, e só depois de alguns segundos que se deu conta do que sua amiga havia acabado de dizer. “E eu não sinto atração por ela, que fique bem claro.”
“Então por que você beijou a menina?” Kahei questionou em um tom desafiador, e isso deixou a guitarrista sem palavras.
Não tinha uma resposta para aquela pergunta.
“Ah sei lá, foi uma besteira, uma coisa ali de momento que eu só percebi depois que tinha feito.” Ela respondeu desviando os olhos. “Talvez o diabo exista mesmo e tenha feito isso pra estragar um pouco mais a minha vida.”
“E vocês já conversaram depois disso?” A chinesa perguntou, Sooyoung abaixou os olhos e balançou a cabeça negativamente.
“Tudo aconteceu ontem à noite, a gente não se falou mais. Eu não tive coragem de mandar mensagem, e ela também não mandou nada.” Ela respondeu, um pouco entristecida. “Se ele contar pro pai dela, ele vai ficar furioso e vai com certeza falar com a minha mãe, e aí sim eu vou tá fodida de verdade.”
“Olha, Sooyoung, você tem que dar um basta nisso, você já é praticamente adulta, sua mãe não pode ficar te batendo assim.” A jovem chinesa falou. Odiava o fato de sua amiga ser vítima de violência doméstica por parte da própria mãe e ela não poder fazer nada para ajudar.
“Mas o que eu posso fazer? Eu não posso revidar as agressões, ela é minha mãe e eu dependo dela apesar de tudo.” Sooyoung justificou, frustrada.
“Sooyoung, eu sei que essa situação está sendo confusa e difícil pra você, mas tente não ficar sofrendo por antecipação, talvez uma conversa possa resolver a situação e esclarecer tudo entre vocês.” Kahei falou de forma compreensiva, e segurou a mão da outra sobre a mesa. “Afinal de contas foi só um beijo, não é?”
“Sim, foi só um beijo.” Ela confirmou, sentindo uma pontada de dor no peito ao dizer aquilo. “Eu não sei se vai funcionar, mas eu vou tentar não ficar pensando nisso, pelo menos não até ver a Jiwoo de novo, amanhã, no culto.” Sooyoung falou mesmo sabendo que seria impossível para ela parar de remoer aquela situação até que tudo fosse estritamente resolvido.
“Não importa o que aconteça, você sabe que pode contar comigo.” A mais velha assegurou e as amigas trocaram um sorriso de cumplicidade.
Mesmo com aquele jeito despojado e até meio leviano em alguns momentos, Kahei era uma boa pessoa e uma amiga na qual Sooyoung tinha toda a confiança do mundo.
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Após outra noite mal dormida, Sooyoung acordou mais cedo que a própria mãe para se arrumar para o culto, para a surpresa positiva de Gyuri, que imaginou que aquilo fosse um sinal de que a garota estava realmente se interessando pela igreja.
Hyejoo também estava sorridente e demonstrando ansiedade pela ida ao templo do Amor e da Prosperidade. Mal sabia Gyuri das segundas intenções de suas filhas por trás de tamanha boa vontade.
Sooyoung estava até confiante se lembrando da conversa com Kahei no dia anterior, e tentando não sofrer por antecipação, mas foi só dobrar a esquina da rua da igreja, que ela começou a sentir um frio na barriga, as pernas tremerem e as mãos suarem.
Enquanto Gyuri procurava uma vaga para estacionar, ela só conseguia imaginar os piores cenários possíveis quando ela de fato visse a filha do reverendo novamente. Imaginava que Jiwoo havia contado para o pai e que o pastor, enfurecido com tamanho pecado, iria expô-la diante daquele bando de religiosos hipócritas, e assim a pobre adolescente seria perseguida como uma bruxa na Idade Média, ou pior, que Donghae iria desfazer seu noivado e desistir do casamento com Gyuri, o que acarretaria no ódio eterno de sua mãe por ela, expulsando-a de casa e forçando-a a viver nas ruas, entre outras coisas do gênero.
“Sooyoung!” Ela se assustou ao ouvir Gyuri lhe chamando após estacionar o carro. “Está tudo bem? Você está pálida.”
“Tá tudo bem, sim.” A jovem respondeu, e saiu do carro para seguir junto de sua mãe e irmã para dentro da igreja.
Manteve os olhos baixos por alguns instantes, evitando olhar para o altar, pois sabia que os membros da banda estavam ali, já que eles chegavam antes para ligar seus instrumentos e passar o som.
“Ué, cadê a Jiwoo?” Hyejoo perguntou, fazendo a mais velha olhar diretamente para o altar e ver que Wonpil estava sentado no piano e Heejin se preparava na posição de vocalista principal, lugares que pertenciam a filha do pastor.
Naquele instante, Sooyoung sentiu até uma dor física, pois teve a certeza que a garota religiosa deveria estar muito magoada a ponto de fugir de um compromisso da igreja, coisa de extrema importância em sua vida, apenas para evitá-la.
Foi como se seu coração estivesse se despedaçando aos poucos de tanta tristeza e lágrimas rolaram por seu rosto.

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You're my sunshine
FanficHa Sooyoung é uma jovem de gênio forte e vinda de uma família problemática que quer viver apenas fazendo o que ama: tocar guitarra Sua vida, no entanto, vira de pernas pro ar quando sua mãe se casa com o reverendo Kim, e ela passa a conviver diariam...