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"Você é surda ou o quê? Não ouviu que eu te mandei sair da minha casa?" Sooyoung perguntou, agressiva.


"Eu só queria ajudar, me desculpa por te deixar irritada." Jiwoo falou, mas se manteve no mesmo lugar. "Eu queria muito que você pelo menos me ouvisse "


Sooyoung suspirou e riu debochada.


"Você é insistente, né?" A mais velha perguntou e fechou a porta, vendo que aquela discussão não chegaria a lugar algum. "O que a minha mãe quer mandando você aqui?"


"Ela queria se certificar que você está bem." A jovem respondeu. "Sooyoung, sei que nós não nos conhecemos direito ainda, mas com o namoro dos nossos pais, nós seremos uma família, você será como uma irmã pra mim."


Sooyoung ficou sem palavras ao ouvir aquilo, apenas olhando para o rosto da outra, assimilando o que havia acabado de ouvir.


"Eu não preciso de outra irmã, a que eu tenho já me atormenta o suficiente!" Sooyoung respondeu com raiva.


"Acho melhor eu ir embora." Jiwoo disse, chateada e cabisbaixa.


"A porta da rua é a serventia da casa." A mais alta disse irônica, e abriu a porta para que a religiosa saísse. "Era só o que me faltava."


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Naquela noite, Sooyoung nem jantou e ficou o resto da noite trancafiada em seu quarto, ouvindo música em seu MP4 e pensando na oportunidade que Kahei havia lhe proporcionado na banda de Jin Sol.


Daria tudo pra poder voltar a tocar guitarra em uma banda de rock, mas o máximo que ela conseguiria agora era fazer parte da bandinha crente da igreja de Jiwoo.


O fundo do poço era real, e ela estava nele.


A porta do quarto se abriu e Sooyoung ficou surpresa ao ver que era sua mãe ali, não Hyejoo.


"Sooyoung, tira esse negócio do ouvido, eu quero falar com você." A mulher falou, e a garota puxou um dos fones, mas ficou de braços cruzados e olhando para o lado oposto de onde Gyuri estava. "Saindo da escola amanhã, você vai direto pra igreja."


"Como é que é?" Sooyoung perguntou, abismada. "Eu não vou fazer isso!"


"Você vai sim, porque eu estou mandando!" Ela respondeu com um tom mais alto. "Deixe de ser teimosa, você não facilita a minha vida agindo dessa maneira."


Sooyoung bufou e se deitou na cama, colocando o outro fone no ouvido e aumentando o volume da música no MP4 que a mais velha até pode ouvir a batida da canção.


"Me ajuda, Senhor." Ela suspirou, pedindo aos céus paciência para lidar com a primogênita.


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No dia seguinte, após a aula, Sooyoung seguiu as ordens de Gyuri e foi direto para a maldita igreja do reverendo Kim, um local onde ela nunca havia pisado antes, mas que sabia a localização.


Sooyoung estava certa de que Deus não existia, mas Satanás, ah esse com certeza era real, e gostava muito dela, já que a cada dia que passava, sua vida se tornava mais infernal.


"Porcaria de lugar. Porcaria de vida. Poecaria de..." Ela foi reclamando enquanto entrou no salão, e foi passando pelos bancos, nem sequer notando a presença de Jiwoo ao lado do altar, no local que era destinado a banda.


"Sooyoung?" Jiwoo exclamou surpresa pela presença da jovem. "Que bom te ver aqui."


"Eu não acho nada bom estar aqui." Sooyoung respondeu ácida e com um sorriso debochado. "Só vim porque fui obrigada."

You're my sunshineOnde histórias criam vida. Descubra agora