Felipe.
Depois de sermos revistados por dois seguranças — afinal, mesmo sendo um show aberto, havia uma área determinada focada para as pessoas que fossem assistir aquele espetáculo capixaba —, eu e Marina começamos a intensa, e mais difícil do que o previsto, missão de encontrar com todo mundo.
— O Vitório disse que eles estão perto do bar — ela me informou depois de ler no seu celular, pausando tudo o que estava fazendo para enfiar o aparelho dentro da sua blusa, pois ali ela tinha certeza de que ninguém a roubaria.
— Tem tipo dez bares aqui dentro — eu suspirei, pegando meu celular para tentar ligar para a Camila, mas ele apenas chamava. Tentei Leandro também, porém o dele nem ao menos tocou.
Será que eles já estavam tão loucos que nem ao menos se lembraram que nós iríamos?
Eu tentei ligar para a Malu e ela me atendeu, porém a Tamara estava berrando algo com o Rui e eu só entendi "químicos". Espero que ela tenha se referido aos banheiros e não aos componentes que o Leandro adorava ingerir antes de um show.
— Acho que eles estão perto dos banheiros químicos — eu comentei com a Marina.
— Feminino ou masculino? — ela me perguntou e eu notei que eles ficavam em lados opostos da festa.
Quero dizer, show. Mas, caramba, não é que Casaca era famosa em São Paulo, também? O lugar estava lotado e a área era grande!
Depois de dois segundos em que eu e a Marina nos olhamos completamente desnorteados eu vi uma solução temporária para os nossos problemas e ela, pelo jeito, também.
— Quer uma Eugência? — nós perguntamos ao mesmo tempo e eu segurei a mão dela para não perdê-la enquanto nos direcionávamos ao bar, pois ela era pequena e eu tenho certeza que se a perdesse, nem mesmo seus belos olhos verdes conseguiriam ser encontrados de novo.
Eu comprei uma garrafa e dois eco-copos — evento sustentável, aprovado. Provavelmente daria uma boa matéria para a edição da semana que vem.
— Para de pensar no trabalho — ela me recriminou sem que eu dissesse nada e bateu seu copo no meu, bebendo-o com tanta vontade que eu quase achei que fazia anos que ela não experimentava a cerveja, porém aquele era apenas o jeito Marina de se jogar no momento.
— Quer procurar todo mundo? — eu segurei a garrafa e meu copo com uma mão, e a mão dela com a outra, ainda com medo que ela se afogasse naquele mar de gente.
— Galhardinho! — eu ouvi a voz de Tamara a distância e olhei para trás.
A gangue já estava toda junta, esperando por nós dois — e já que eu havia recebido uma informação privilegiada, não consegui deixar de notar que a Marina sorriu um pouquinho a mais quando seus olhos pousaram no galã loiro.
Ah, Marina.
— Onde vocês estavam? — a Camila me perguntou depois que eu passei e cumprimentei todo mundo, acho que o tempo que o Cleyton passou comigo me influenciou positivamente.
— Completamente perdidos — eu comentei e notei que Camila, Tamara e Malu estavam olhando exatamente para onde a minha mão e de Marina se uniam.
Oh bem, soltar agora seria atestar uma culpa que eu não tinha, porque daquela água eu não bebia mais fazia algumas semanas, não é?
— Que horas começa a banda? — Leandro perguntou, pegando um saquinho transparente da sua carteira e tirando um quadradinho azul dali.
Vitório passou por muitas cores ao ver aquilo e eu tive certeza de que ele estava próximo a ter um colapso nervoso quando a Camila começou a puxar um assunto aleatório de diferentes padrões de pessoas em festas e tomou toda a sua atenção.
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Amor em Revisão (Concluído).
RomanceA vida de Marina Carvalho era completamente satisfatória. Trabalhava em um emprego que ela gostava, na cidade que ela viveu desde sempre e tinha um namorado que parecia perfeito. Até que fez as contas e descobriu que as coisas não estavam tão bem:...