Anne, uma garota ruiva muito temperamental, vai estudar em um colégio interno muito prestigiado, o "East High School". Lá, ela terá de enfrentar as dificuldades de ser uma adolescente em um colégio novo, com novas pessoas, novas amizades, novos amor...
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Anne On.
Corri às pressas pelos corredores sem me importar se o chão estava escorregadio por ter sido limpo e passado cera naquela tarde, tudo o que eu queria era encontrar ele logo, falar tudo que eu queria. Minha esperança era que ele estivesse onde eu achava que estava. Era um lugar importante para nós dois, e Gilbert já ia muito antes de me levar para pensar, então era o único lugar que veio em minha mente na hora.
Não tive ânimo para levantar da cama depois de tudo, por isso não saí do meu quarto aquele dia, nem no dia anterior. Meus amigos falaram para os professores que eu estava doente, e como ainda vomitava muito, me deram um atestado na enfermaria de três dias.
Naquela manhã, Cole e Diana me contaram que quando Gilbert descobriu o que Roy fez, foi atrás dele e lhe bateu tanto que quase quebrou a própria mão socando o rosto dele, parando somente porque Billy o impedira de continuar. Não sabia como me sentir em relação àquilo, sempre mantive na cabeça a ideia de que violência não era solução para problema algum, mas senti uma onda de satisfação e felicidade invadir meu corpo quando soube daquilo. Não queria sentir alegria sabendo que alguém levou uma surra, mas Roy mereceu.
Subi as escadas rápido, correndo mais do que minhas pernas conseguiam. Parei em frente a pequena porta exatamente como eu me lembrava, respirei fundo com os olhos fechados e abri, vendo ele sentado no chão de costas, olhando para o céu, provavelmente as lindas estrelas que o enfeitavam naquela noite.
Esfreguei minhas mãos em meus braços na tentativa de me aquecer. O clima no telhado da escola era super frio, e na pressa, acabei esquecendo de pegar um moletom.
Em passos curtos, andei até onde estava sentado, mas antes de me aproximar muito, Gilbert notou minha presença e levantou em um pulo, ficando de frente para mim. Seus olhos estavam vermelhos como se tivesse chorado, seu rosto mantinha uma expressão triste e quando me viu, cerrou a mandíbula.
— O que está fazendo aqui? — tom de voz seco que ele usou me acertou como uma flecha.
— Esse lugar é especial para mim... — falei caminhando até a parte da beirada da laje, onde pude notar as luzinhas dos prédios que pareciam vagalumes. As lembranças da noite que eu e Gilbert nos declaramos um para o outro vieram a minha mente como um choque elétrico. — E também nós precisamos conversar.
Ele riu sem humor, colocando as mãos dentro dos bolsos do seu moletom.
— Ah, agora você quer conversar? Nesses dois dias faltaram oportunidades? Estava ocupada demais para vir ter um diálogo descente com o idiota que era seu namorado? — despejou com raiva.
"Era"? Como assim "Era seu namorado"?
Engoli em seco e apertei as unhas na palma da minha mão, tentando segurar o choro.