Capítulo 168

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Anne On.

Era Sábado, e como todos os outros, Gilbert e eu saímos à noite para irmos ao cinema, e depois à um restaurante.
Fazíamos aquilo todas as semanas, virou um costume delicioso sair como se fosse a primeira vez que fazíamos aquilo, era como voltar ao tempo que ficávamos nervosos com a presença um do outro. Me lembrava nosso primeiro encontro que foi no telhado do colégio. Revelamos nossos sentimentos nada secretos um pelo outro àquela noite.

Coloquei o cinto de segurança tendo cuidado para não amassar meu vestido, que a propósito, estava exagerado demais para nosso programa semanal. Gilbert insistira que eu deveria usar aquele vestido em específico, pois segundo ele, iríamos à um restaurante diferente aos das outras vezes.
Não questionei pois Gilbert não me deu brecha para perguntar o porquê de optar por algo mais luxuoso do nada, mas ele era assim mesmo, colocava uma coisa na cabeça e fazia, independente do que fosse, mesmo que fosse pequena.

Endireitei-me no banco do carro para olhá-lo. Seu rosto estava sereno e a luz da lua refletia seus olhos, podia ser fruto da minha imaginação, mas eles brilhavam como se fossem pequenas luzes. Ele se virou para mim e sorriu, piscando antes de voltar a olhar para frente. Ri balançando a cabeça negativamente, depois verifiquei meu batom na tela do meu celular, e estava impecável. Me surpreendi comigo mesma, pois sempre evitava usar por não saber passar direito, mas dessa vez havia ficado perfeitamente bem. Cole e Diana ficariam orgulhosos do meu trabalho.

Gilbert estendeu a mão e pousou-a em minha perna, ainda concentrado no caminho. O sinal fechou e então tivemos a primeira conversa desde que entramos naquele veículo.

— Não vai falar para onde vamos? — perguntei.

— Não. — balançou a cabeça. — Aliás, você está linda. — disse sorrindo.

Seu olhar me fez corar. Era ridículo, estávamos juntos a tanto tempo, e mesmo assim um simples elogio vindo de Gilbert me deixava igual um pimentão. Ele percebeu isso e deu um sorrisinho cínico.

Maldito sorriso perfeito.

— Por que sempre fica envergonhada quando eu a elogio? — perguntou.

— Não sei. Acho que é a forma como você fala. — respondi baixo.

— E que forma é essa?

— É... intensa.

Ele arqueou uma sobrancelha e sorriu de novo.

— Nem parece a mesma garota que ontem à noite... — eu o interrompi antes que falasse outra coisa que me deixasse constrangida.

— Calado! — repreendi sentindo um sorriso se esboçar em meu rosto.

— Ok... então, nem parece a mesma garota que hoje de manhã... — o interrompi outra vez.

— Gilbert!

— Desculpe. Adoro ver você vermelha. — riu apertando minha bochecha.

Ele se inclinou e depositou um beijo calmo em meus lábios. Limpei sua boca que estava suja de batom.
O sinal abriu e seguimos nossa viagem em silêncio, minha mão na nuca de Gilbert acariciando os cachinhos do local e a sua em minha perna outra vez.

Em pouco mais de cinco minutos, chegamos ao nosso destino. Reconheci o local quando Gilbert estacionou o carro. Já havíamos ido lá um tempo atrás, mas passamos a noite rindo dos nomes estranhos dos pratos chiques que eles serviam, e não gostamos nem um pouco da comida que era sofisticada demais para nosso paladar.
No fim da noite, comemos hambúrguer com Milkshake e batata frita.

— Achei que tivesse odiado esse lugar. — comentei quando Gilbert tirou o cinto. Imitei o gesto.

— É, odiei. Mas eu queria levá-la à um lugar especial hoje.

East High SchoolOnde histórias criam vida. Descubra agora