Capítulo 35

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Eu paralisei, não sabia o que responder. Alec havia me dito que não me amava e agora Nathaniel estava dizendo que me amava. Minha cabeça deu um nó.

-Nate.. Eu.. - gaguejei.

-Olha Jay, eu sei que você não me ama, sei que você ama o Alec, mas eu gostaria de uma chance para que eu pudesse te fazer esquecer ele. Talvez eu possa te fazer feliz também.

Como continuei quieta ele falou.

-Não precisa me dar uma resposta agora, só me prometa que vai pensar no assunto, tudo bem?

Eu acenei com a cabeça timidamente, ele sorriu e me abraçou.

Nathaniel sempre me parecia um anjo mandado pelos meus pais para me salvar de todos os pesadelos que eu estava vivendo. Ele sempre me protegia, sempre estava lá quando eu precisava dele, me fazia rir e ria comigo. Nate me dava esperanças de que tudo iria ficar bem, era como uma âncora que não importava o quanto as ondas e tempestades balançassem o barco, ela iria continuar ali o segurando no lugar, me lembrando do lado feliz de tudo aquilo, uma centelha de esperança no meio de todo o caos.

Eu me afastei dele um pouco, olhei em seus olhos ainda próxima a ele, e agarrei seu rosto colando nossas bocas. Ele se assustou no início, sem esbanjar reação, mas logo me abraçou correspondendo ao meu beijo. Nossas línguas se acariciaram em uma dança molhada, nossos corpos relaxaram se apoiando um no outro. Eu o puxei para mais perto agarrando os cabelos loiros de sua nuca. Nate gemeu e se mudou de posição deixando nossos corpos mais próximos. Depois de um tempo a falta de ar nos atingiu nos fazendo parar o beijo.

Nathaniel me olhou com lágrimas nos olhos, o que me deu um aperto no peito.

-Isso significa que você me aceita? Quer dizer, que você vai me dar uma chance? - seus olhos brilhavam, suas mãos tremiam de nervoso.

-Sim Nate, eu quero tentar – afirmei sorrindo para ele.

-Porra!

Ele falou e me puxou para um outro beijo rápido que terminou em um abraço apertado.

-Obrigado Jay, obrigado por me dar uma chance, é uma honra para mim estar ao seu lado desse jeito. Prometo não te desapontar.

-Não fale assim Nate, além de me deixar sem graça me sinto um lixo.

-Como? - ele perguntou meio bravo.

-Eu quis dizer que você me superestima o tempo todo, e eu não mereço alguém perfeito como você. Não entendo o que você viu em mim, e me sinto como se estivesse usando você para esquecer o Alec, e eu não quero te fazer mal Nate, você é muito importante para mim para eu perder você também..

-Jay – Nate falou alto agarrando minhas mãos.

-Presta atenção no que eu vou te falar agora. Em primeiro lugar eu estou longe de ser perfeito, sou uma criatura que se dedica quase que completamente ao trabalho, excluindo contato social e magoando algumas fêmeas por causa disso, e pior de tudo é que nem me sinto culpado depois de dispensá-las com simples desculpas. Não me orgulho disso, mas é quem sou. Em segundo lugar, eu não quero nunca mais escutar você dizendo que é um lixo, você é a rainha de todas as criaturas, entregou sua vida a cuidar de todos sem pedir nada em troca. Eu sei que você pensa que nasceu para isso, mas você podia negar e se tornar uma criatura comum, mas pelo que todos ouvimos falar você nem ao menos cogitou essa possibilidade, mesmo depois de tudo que você passou com seus pais e seu irmão. Você sempre tenta ajudar a todos, tem vergonha quando as criaturas te admiram, vê sempre o melhor em qualquer um antes de cogitar algo ruim. Jay, você não tem direito de se sentir assim, é você que se subestima demais, e você não vai me usar para esquecer o Alec, eu me ofereci para isso, eu quem te pedi para fazer isso. Você não vai me perder, eu vou ser sempre seu guerreiro, sempre vou estar aqui pra você quando precisar de mim. Agora enxugue essas lágrimas e coloca um sorriso nesse rosto.

Nós rimos enquanto Nathaniel secava minhas lágrimas e me puxava para um novo abraço, do qual me fez estragar seu trabalho me fazendo derrubar novas lágrimas. Nos separamos depois de um tempo.

Meu coração estava batendo a mil, a felicidade esquecida há tempos me acariciava, meu corpo estava quente por suas palavras, meus olhos continuavam a derramar lágrimas. Ninguém nunca havia me dito tais palavras, ainda mais com tanta sinceridade nos olhos.

Eu me joguei em cima de Nathaniel que caiu do banco de costas na grama comigo em cima. Ele falou alguma coisa, mas eu o ignorei e colei nossas bocas de novo em um beijo desesperado. Nate agarrou minha cintura me abraçando, enquanto eu me apoiava na grama com uma das mãos e agarrava seus cabelos com a outra. Ele gemeu e agarrou minha blusa me apertando, eu abri minhas pernas para senti-lo melhor, e quando nossos sexos se encontraram por cima de nossas roupas nós dois gememos. Eu agarrei seu rosto o virando para expor seu pescoço, dando beijos e leves chupões ali.

-Hum.. - Nate gemeu.

Quando ele respirou agitado buscando ar seu corpo todo tremeu, e eu percebi que ele havia sentido meu cheiro, me atingindo com o seu. Não era tão forte quanto o de Alec, mas era doce e inebriante. Eu mordi seu pescoço e rebolei em cima dele para sentir seu cheiro mais forte.

-Jay – ele falou alto levantando o quadril em direção ao meu.

Eu gemi em seu ouvido puxando o lóbulo de sua orelha com os dentes. Nathaniel começou a investir seu quadril contra o meu me fazendo abrir mais minhas pernas e gemer de novo em seu ouvido.

-Jay.. Preciso falar.. Com você.. - ele gaguejou as palavras para mim.

-Pode falar – eu sussurrei em seu ouvido continuando com os beijos em seu pescoço.

-Não.. Você não está entendendo.. - ele gemeu antes de continuar.

-Lembra quando estávamos na caverna.. E.. - ele tentou continuar enquanto eu comecei a acompanhar seus movimentos de quadril com os meus rebolados.

A palavra caverna me despertou a lembrança dele me contando que era virgem.

-Merda – eu saí de cima dele deitando ao seu lado. 

Meu LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora