Capitulo 16 (Lugar sombrio)

44 17 0
                                    

Ricardo
             — Tinha ganhado mais uma vez no pôquer e parecia que essa maré de sorte não iria acabar estava bem animado com os caras da mesa na minha boate e a garota que estava pegando voltaria à trabalhar amanhã sem falar que eu tinha lhe convidado pra praia e aceitou infelizmente não existia praia de nudez em São Paulo talvez na próxima mesmo já que mal poderia esperar para ver aquele corpo delicioso como veio ao mundo completamente nua.
           — Quando ganhei o décimo jogo seguido resolvi apenas deixá-los em suas jogadas manjadas e fui até o bar beber um pouco.
Antônio:– Você está bem sortudo em cara?
Ricardo:– É o que parece uma cerveja irmão.
         — Mesmo não tendo mais um dos caras mais pedidos pelas clientes naquela boate acredito que estou me virando bem depois da partida do John desse lugar para uma vida mais tranquila que horror!
Antônio:– Falou com a Brenda?
Ricardo:– Ela sairá amanhã do hospital.
Antônio:– Isso é ótimo.
Ricardo:‐ É mesmo?
        — Apesar de não termos nada sério realmente não posso me impedir de sentir ciúmes de qualquer cara que fique à sua volta mesmo tentando evitar isso tem sido mais forte do que a vergonha na cara.
Antônio:– Leticia vem me enfernizado esses dias por notícias dela já que a Maria tem ido ao médico ultimamente com o John.
Ricardo:– É?Como ela está com a gestação e tudo?
Antônio:– Bem mas tem enjoado bastante.
Ricardo:– Já sabem qual o sexo do bebê?
Antônio:– Cara não dá pra saber tão cedo.
Ricardo:– Talvez no fim do ano eu faça uma visita até eles.
Antônio:– Você se importando com as pessoas?Isso sim não se vê todo dia.
Ricardo:– Cala a boca e vai trabalhar!
Antônio:– Ei!
Ricardo:– Que foi?
Antônio:– Aquelas duas loiras ali não param de olhar pra você.
Ricardo:– Fica com elas se quiser ou então manda algum dos caras pegá-las.
Antônio:– Você dispensando uma foda?Que houve?Já sei mataram o original e colocaram um clone foi isso?
Ricardo:– Melhor trabalhar.
            — Estava subindo as escadas negras que davam até o corredor que ficava meu escritório quando notei as garotas falando com Antônio e olhando na minha direção é claro que não ia admitir para ninguém muito menos para um dos meus funcionários que não estava à fim naquela noite mas isso me pegou de surpresa será que havia algo à ver com aquela doida?
          — Então elas pedem umas bebidas e em seguida alguns entorpecentes que Antônio lhe dá não era problema meu o que aconteceria em seguida já que qualquer um que entrasse ali sabia que drogas eram vendidas à vontade entre o pessoal que frequentava o Lua Azul e até agora metade do lucro vinha da compra e venda delas além da prostituição de homens e mulheres ali dentro é claro que alguns precisavam de uma força  como o John que meio aliciado por mim acabou participando desse mundo de prostituição na madrugada paulistana fiquei meio puto comigo mesmo porque em seguida o cara se afundou numa tristeza profunda pela perda da minha irmã e estava esperando acontecer o pior quando resolveu se isolar de tudo e todos mas pelo menos não foi um final trágico.
            — Quando entro naquele lugar parece que faz meses que não estive ali e muito menos que tinha tocado naqueles papéis e resolvidos certos assuntos que continuavam sendo problemas trazidos pelo patético do meu pai mas aos poucos tinha pegado as rédeas querendo ou não minha irmã não queria fazer parte desse mundo sórdido e quanto minha mãe não fazia questão de nada então ficou à cargo de mim desistir ou tentar salvar esses negócios felizmente não desisto de nada fácil.
           — Enquanto me relembrava das maneiras peculiares que tinha salvado esse lugar o telefone toca.
Ricardo:– Alô?Dona Thereza outra vez você?Assim vou achar que sente minha falta.
Thereza:– Não queremos que isso vire realidade certo?Mas estava pensando em algo nesse fim de semana filho.
Ricardo:– Continue.
Thereza:– Gostaria de jantar com meu filho nunca mais nos encontramos como devia e acho que depois de tudo que aconteceu mereço essa cortesia do meu filho.
Ricardo:– Eu entendo mãe e ficaria honrado em jantar com você se ainda achar que mereço estar na sua presença.
Thereza:– Tão engraçado pena que não tenho senso de humor.
           — Sentia falta de alguém me colocar no meu lugar e ultimamente só uma certa pessoa fez isso comigo o que me deixou putamente com raiva e excitado ao mesmo tempo.
Thereza:– Então vai levar quem?
Ricardo:– Como assim?Minha presença ilustre não é o bastante?
Thereza:– Vamos ver?Não.
Ricardo:– A senhora sempre querendo me empurrar mulher não é deveria trabalhar aqui na boate sabe com a quantidade que tem aqui ficaria igual no Oriente várias esposas para mim.
Thereza:– Do jeito que te conheço não ficaria com nenhuma muito tempo.
Ricardo:– Tem razão.
           — Então algo me passa pela mente e talvez eu não vá mesmo sozinho para esse jantar.
Ricardo:– Quer saber?Talvez eu vá mesmo levar alguém.

Sobre tua Pele - Série IMPERFEIÇÕES Onde histórias criam vida. Descubra agora