A Jogada de Thalli

Torre - 11 - 1 de prata é o nosso preço

A época em que vivi, no meu antigo mundo, era assolada por um grande mal da sociedade. Havia antes um estabelecimento de hierarquia de classe social baseada em raças e etnias. Foi o estabelecimento do racismo. Grandes conflitos foram travados entre aqueles que queriam perpetuar o racismo e aqueles que acreditavam na igualdade entre os humanos. Enfim, os conflitos resultaram em vitória pela igualdade, porém deixaram resquícios históricos que ficaram à espreita de uma nova oportunidade para ressurgir.

De fato ressurgiram, por diversas vezes, pequenos conflitos entre indivíduos ou grupos mesmo na era moderna. Uns mais abertos com grupos extremistas e outros mais tímidos, achando brechas em leis que foram estabelecidas após os grandes conflitos, mas nunca cessaram. A vontade deles de se perpetuarem no topo da hierarquia social era eterna.

Quando entrei nesta vila e observei a relação entre os humanos, notei uma grande miscigenação entre as diversas raças e etnias que conhecia da minha vida passada. Notava-se que todos se tratavam da mesma maneira e havia qualquer posto de trabalho pra qualquer um deles. Eu disse as "que conhecia da minha vida passada".

- Thalli. Vamos primeiro conseguir fazer uma troca para garantirmos a hospedaria de hoje. Vamos àquela loja que ainda está aberta. Deixarei com você a negociação por causa do dom.
- Está bem, pai.

Adentramos em uma loja logo à direita. Diferente das lojas e supermercados que conhecia da minha vida passada, essa era bem suja e empoeirada. Haviam diversos produtos amontoados e pendurados por aqui e por ali. Como já estava escurecendo, mal dava para enxergar o interior da loja, a não ser por poucas luzes espalhadas pelos cantos. Pareciam lâmpadas, mas não pareciam estar "ligados" a nada. A maioria dos produtos pareciam ser utensílios domésticos como panelas, pratos, panos e etc.

Encontrei um atendente (?) no fundo da loja. Um cara de meia idade, parecia estar consertando um dos produtos.

- Com licença.
- Hum? Ah... elfos... vieram comprar ou vender?
- Vender.
- Hum. Trouxeram um daqueles panos e pingentes?
- Sim. Gostaria de trocar um pouco e amanhã podemos trazer mais.
- Tá certo. Esses panos e pingentes tem vendido bem. Darei 5 moedas de cobre em cada pano e 3 moedas de cobre nos pingentes. Que tal?

Hum. Senhor Thorel tinha anotado 5 moedas de cobre pro pingente/amuleto e 1 de bronze pro pano, além da pulseira que ele não mencionou que custaria em média 5 de bronze. Trabalhando na casa da senhora Finarla acabei entrando em contato com a moeda local utilizada. O de valor mais baixo é a moeda de cobre. 1 moeda de cobre equivaleriam a 1 Real.

1 moeda de bronze vale 10 moedas de cobre, 1 de prata vale 10 de bronze, 1 de ouro vale 100 de prata e 1 de platina vale 1000 de ouro. Existem também as variantes como a de prata retangular que valem 10 de prata e o de ouro retangular que valem 10 de ouro. Não toquei em todas essas moedas, mas senhor Thorel tinha anotado esses valores.

Os valores de cada moeda, convertida em Real, ficaria assim:
1 de cobre = 1 Real
1 de bronze = 10 Reais
1 de prata = 100 Reais
1 de prata retangular = 1.000 Reais
1 de ouro = 10.000 Reais
1 de ouro retangular = 100.000 Reais
1 de platina = 10.000.000 Reais

Precisaríamos de no mínimo 1 moeda de prata, sendo 2 de bronze para cada um na hospedaria e 4 de bronze para a janta. E esse comerciante está tentando barganhar em cima de nós.

- Hum. E a pulseira?
- Trouxe a pulseira também?! Pago 5 de bronze na pulseira!

Para a pulseira ele ofereceu o preço normal. Que estranho... Tem alguma coisa aí...

- Tá certo. Vou ver em outro lugar também. Obrigado pela atenção.
- Espera! Espera! Pode me vender só as pulseiras pelo menos? Tenho clientes esperando por eles.
- Humm... 1 de prata cada.
- Ugh! 7 de bronze? - Ele dá um sorriso amargo e escorre um suor pela testa dele.
- 1 de prata é o nosso preço.
- Haaa... Está bem garoto... Quantos você trouxe hoje?
- Temos 50 deles. Vai querer todos?
- Se levar todos você me dá um desconto?
- Humm... 5 panos de brinde, que tal?
- Feito! Ei, mosca morta! Vai lá ajudar eles a pegar a mercadoria!