Peão - 22 - Mas e a carne?

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- (Encontre as peças)
- Que? Onde estou?! Quem é você?!
- (Encontre as peças)
- Você só sabe dizer isso?! O que significa peças?
- (As peças te acompanharão em sua jornada. Você precisa encontrá-las.)
- Ah. Agora você me responde... Ou você só responde a perguntas específicas... Onde acho essas peças?
- (Encontre as peças)
- Aff. Tá. E como vou reconhecer essas peças?
- (São pessoas. Você irá sentir quem são.)
- Hmmm... Mas afinal são peças de que?
- (Xadrez)
- T....i. Tha..i. Thalli!

Eu acordei e minha mãe estava ao meu lado no chão onde estava deitado. Eu estava sonhando?

- Thalli! Que bom que você acordou, filho... uuuuuuu - minha mãe estava se acabando em choro.
- Estou bem mãe. Acho que não tinha comido bem hoje.
- Está bem, filho. Vou preparar uma sopa pra você. Hoje temos carne. - Ela sorri enxugando suas lágrimas.
- Carne?
- Sim. A senhora Finarla nos deu um pouco do que caçaram hoje. Ela disse pra te agradecer. Não é muito, mas vai te dar forças.

Carne. Lutamos por isso. Eu dei a idéia e certamente sou merecedor, mas ainda não estava preparado. Depois daquilo devo ter sido carregado para casa. Meu pai não está aqui. Deve estar ajudando a senhora Finarla. Agora que está tudo calmo, tenho um tempo pra pensar.

A última palavra daquela voz dizia "Xadrez". O que isso quer dizer? Peças de xadrez... Existe xadrez nesse mundo? Não sei qual relação isso tem com os acontecimentos. Digo quando percebo que morri, mas na verdade volto a instantes antes. Parece um tipo de premonição ou viagem no tempo. De qualquer maneira isso me salvou. Também não sei quantas vezes mais isso poderá me salvar. A última vez pode ter sido a última. Não há como saber até o momento.

Tenho ainda muitos mistérios a solucionar. Não posso contar com o sobrenatural para resolver tudo. Devo me concentrar nos planos atuais e seguir em frente. Quanto às peças, a voz me disse que eu sentiria. Só o que posso fazer é esperar essa sensação. Meu pai chegou.

- Oi, querido. O Thalli já acordou. O jantar eu vou servir agora.
- Tá.
- Thalli. Venha. Vamos comer. Consegue se levantar?
- Sim, mãe. Já estou indo.
- Thalli. A senhora Finarla falou para você descansar por alguns dias. Tivemos um bom resultado hoje, mas foi muito perigoso. Eu não deveria ter aceitado isso.
- Sim, pai. Mas e a carne? Quanto deu?
- Hum. Comparado aos coelhos, aves e poucos cervos que caçávamos, foi uma grande diferença.
- Então...
- Não. Não repetiremos...
- Ah...
- Até estarmos preparados. - ele piscou para mim.

Foi um grande risco que corremos ao caçar esses monstros. Eles parecem os animais no meu mundo antigo, mas o tamanho e a aura que eles emanam são totalmente diferentes. Felizmente podemos usá-los como alimento e entregar à cidade.

A cidade nos exigem em torno de 2 toneladas de alimento por mês. Parece muito, mas isso alimenta no máximo 60-70 pessoas no mês. Nós ficaríamos com 3 toneladas de nossa própria produção, o que sustentaria 100 pessoas no mês. No entanto somos em 150, incluindo algumas poucas crianças. Já seria difícil com a produção atual e ainda fomos roubados. Há de se entender como nosso povo está passando fome.

A caça estava cobrindo uma pequena parte da remessa. Eram todas entregues à cidade. Com essa caça, um urso e 8 lobos, podemos cobrir grande parte da próxima remessa e ainda sobrar pra pagar Jolin. Ainda podemos caçar mais algumas vezes e recuperar a fome do povo do vilarejo, mas essa foi uma solução a curto prazo. Devo ajudar agora a aplicar uma solução sustentável de longo prazo.

A Jogada de ThalliOnde histórias criam vida. Descubra agora