Torre - 19 - Obviamente os mineradores e também os exploradores

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Esse mundo que estou é repleto de raças e espécies que não tinha visto na minha vida anterior. É claro que eu não conheço nem a metade do que havia no meu antigo mundo, mas nesse mundo, só de olhar ao redor, podemos encontrar tanto animais parecidos com os do meu antigo mundo quanto outros comumente encontrados aqui.

Aquele animal, da qual tomava leite todo dia na minha casa, parecia uma cabra, mas suas pernas traseiras eram enormes, comparadas a uma cabra que conhecia. Os primatas, os lobos e o urso que encontrei também na floresta eram bem diferentes das fotos e vídeos que eu vi. Porém o que mais me surpreenderam foram as espécies ou raças humanóides.

Eu poderia simplesmente chamá-los de humanos, mas eu simplesmente não consigo imaginar o processo evolutivo de cada um. Não tenho nem como provar a diferenciação de espécie. Ouvi falar, no meu antigo mundo, que indivíduos de espécies diferentes não podem procriar. Se isso for verdade, se humanos e demi-humanos puderem procriar isso significa somos da mesma espécie de raças diferentes.

A viagem até as minas durou um dia inteiro. Apesar da distância ser menor que da vila de Rodadanhel até Riagorma, a metade do caminho era montanhosa e era uma subida. Quando chegamos já era de noite. Felizmente as minas não é cercada de muralha e não havia um portão que fechasse ao anoitecer.

Quanto ao Elly... Bem... Veio choramingando a viagem inteira.

— Uuuuuuuu...
— Elly. Já chega vai. Já chegamos.
— Uuuu... mas... só de lembrar... Uuuuu...
— Haaa... — suspirei.
— Thalli, deixa comigo. — Soha tomou a frente.

Nós viemos com a carruagem que compramos. Eu fui na frente com meu pai, que guiava os cavalos, e Soha foi atrás com Elly. Tivemos que ser um pouco "deselegantes" na hora da saída, pois Elly se recusava a subir na carruagem. Infelizmente não podíamos deixá-lo sozinho na vila devido ao risco. Esse não é um mundo seguro pra ninguém, ainda mais para um escravo.

Enquanto Soha ficava ao lado de Elly, resolvemos buscar um local para dormirmos. Nossas economias ainda estavam bem. Temos ainda em torno de 95 moedas de prata. Isso foi graças a Danton. Será que eu deveria agradecê-lo?... Pois bem ainda tínhamos que adquirir o restante das mercadorias aqui. Pelas anotações do senhor Thorel, não deveria custar mais do que umas 10 moedas de prata.

Enquanto estava pensando, meu pai encontrou uma hospedaria. Essa vila das minas parecia um pouco com a nossa. Uma diferença era que não havia uma árvore sequer ao redor, mas as casas eram construídas ladeando as ruas de barro que cresciam como rios da praça central. A hospedaria ficava nessa praça. Paramos a carruagem no estábulo ao lado e adentramos aquela hospedaria.

— Bem-vind... Hum? O que elfos fazem por aqui?

Assim que entramos um homem que estava de costas, arrumando algo no armário, se virou e nos recebeu (?). Essa hospedaria não parece ser um restaurante também como na outra vila. Há um balcão à frente, uma porta ao lado e um corredor do outro lado. O saguão de entrada era pequeno e havia somente alguns produtos como sabonetes e toalhas à venda no armário.

— Viemos fazer negócios nessa vila. Algum problema? — Eu disse parado à frente dele.

— Não. Só achei estranho. Nunca vi um elfo por aqui. Vieram se hospedar?

— Sim. Estamos em quatro. Teria um quarto só? Estamos em... família. — Olhei para trás e os três tinham terminado de entrar e meu pai acabou de fechar a porta.

— Hum? Esse bestial também é da família? — O homem da hospedaria apontou para Elly.

— U! — Elly se assustou e se escondeu atrás de mim.

— É claro que é. Tem um quarto ou não?

— Tenho sim. Tenho sim. 1 moeda de bronze por cama e tenho um quarto exatamente com quatro camas. Infelizmente não servimos refeições aqui, mas tem uma taverna bem à frente... Eu só vou sugerir para pegarem a comida pra viagem de noite. Ali vai todo tipo de gente.

A Jogada de ThalliOnde histórias criam vida. Descubra agora