Capítulo 31: Agnes

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Continuo andando de um lado para o outro na sala, já são 19:40 e nada do Daniel e da Paola descerem, eu não gosto de atrasos, se prometi à Marisa que estaria na casa dela às oito, então quero chegar no horário

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Continuo andando de um lado para o outro na sala, já são 19:40 e nada do Daniel e da Paola descerem, eu não gosto de atrasos, se prometi à Marisa que estaria na casa dela às oito, então quero chegar no horário. Não que eu queira agradar justo àquela cobra, apenas prezo pela seriedade da minha palavra, além disso, imagino que seja um jantar para que eles se reaproximem da Bia, dessa forma, quero que tudo dê certo.

— Nossa, que demora. – Reclamo, olhando no relógio da televisão pela milésima vez. — O que você acha de chamarmos um táxi e irmos na frente? – Pergunto para a Bia, que está distraída, mexendo no celular.

— Relaxa, Agnes. – Diz ela, sem tirar os olhos da tela. — Ninguém chega pontualmente nos lugares. Além disso, acho que esse jantar vai ser um porre.

— Deixa de ser baixo-astral. – Peço. — Aposto que não vai ser de tudo ruim, sempre tem a comida para salvar a noite.

— Pelo menos isso. – Bia rola os olhos. — Precisamos ir ao shopping daqui alguns dias, você não tira mais essa roupa do corpo. – Ela comenta me avaliando.

— Estou mal arrumada? – Pergunto preocupada, alisando a saia. Estou usando a mesma roupa que fui no seu aniversário, e em vários outros lugares, é a minha favorita.

— Não amiga, você está perfeita, só é bom ter outras opções. – Bia me tranquiliza. — E iremos em algum outro shopping, não vou dar mais dinheiro para quem paga aqueles seguranças racistas.

Se ela está fazendo planos de ir ao shopping, é um bom sinal, pois até onde eu sei, Marisa e Lúcio cortaram a mesada dela, então Bia está sem dinheiro há um bom tempo. Talvez ela pretenda mesmo fazer as pazes com eles, assim, resgatando seu depósito mensal.

Finalmente, Daniel e Paola descem as escadas, ela tem um espelhinho de bolso em mãos, e parece retocar a maquiagem. Não tenho como criticar a aparência dela, ela é sempre bonita, apesar do estilo meio impróprio para o ocasião. Sei que é feio julgar alguém pela roupa, mas há momentos que pedem maior descrição, eu no lugar dela, não jantaria com os pais do meu namorado, com quase todo o seio para fora do decote.

Daniel, está usando jeans claro, camisa branca e um blazer vermelho por cima, parecem um casal saído da capa de uma revista, mas a expressão deles está azeda.

— Não fique com essa cara, meu amor. – Paola comenta ao passar na frente do Daniel. — Dá rugas.

O vejo respirar fundo e fechar as mãos em punho.

Eita, será que estão brigados? Não consigo segurar a fagulha de felicidade que brota em mim, não que eu queira algo com ele quando eles terminarem, mas só de saber que a Paola vai cair fora dessa casa quando isso acontecer, eu já fico feliz.

O caminho até o apartamento dos Albuquerque é silencioso, e extremamente agoniante, pois nunca vi alguém dirigir tão devagar quanto o Daniel está fazendo agora.

Ingênua [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora