Capítulo 16: Daniel

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Eu não estou com ciúmes da Agnes, apesar do tom acusatório da Antônia durante nossa conversa em particular, dizer o contrário

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Eu não estou com ciúmes da Agnes, apesar do tom acusatório da Antônia durante nossa conversa em particular, dizer o contrário. Me sinto é preocupado com a possibilidade de ver todos os meus esforços indo pelo ralo por causa do imbecil do Renato metendo o nariz onde não deve.

O cara declaradamente me odeia, ele não vai perder a oportunidade de pressionar a Agnes para descobrir algo. E diferente dela que opta por ver o lado bom das coisas, ele vai sentir que há algo errado nessa história. Se a verdade nas mãos dela é um perigo, nas dele então é uma granada sem pino prestes a arrasar tudo o que construí.

Me adianto em despedir dela, silenciando-a com um beijo demorado. Não gosto de como Antônia estava falando comigo, como se eu lhe devesse satisfações. Isso não é um relacionamento, ela é legal e uma boa companhia, mas não tenho interesse em um namoro. Estremeço só de pensar na palavra, tive um relacionamento há três anos e não acabou de uma forma muito boa, desde disso me mantenho longe de relações e de todas as mulheres chamadas Paola.

Antônia parece mais calma e pede para que eu me comporte, pego a bolsa dela e a guio até a porta, me coçando para saber o que aqueles dois estão fazendo sozinhos há tanto tempo.

Forço um sorriso ao vê-los conversando como velhos amigos, e me sento à mesa sob o olhar irritado dele. No fundo Renato sabe que não tem a mínima chance contra mim, nem nos campos e muito menos disputando pela atenção da Agnes. Ele me irrita durante várias vezes, fico há um passo de voar em seu pescoço quando ele me compara com aquele alcoólatra do meu pai, mas Agnes me acalma, segurando o meu braço com delicadeza. Me lembro das palavras do Marcelo... não quero que ela me odeie por partir a cara desse babaca, por mais que ele mereça.

É impressionante como ele se esforça para parecer gente perto dela, quem nunca o viu em outra ocasião pode até pensar que ele é assim de verdade. Mas eu conheço o Renato do vestiário e o da balada... é um homem muito diferente desse aqui. Só mesmo a Agnes com toda sua ingenuidade para acreditar nesse papel mal interpretado. Sua audácia em chamá-la para sair me faz sair dos trilhos outra vez, em hipótese alguma isso pode acontecer. Tenho que impedir isso sozinho, pois se contar para o Lúcio ele irá fazer questão de jogar na minha cara o quanto sou irresponsável, que deveria ter cortado o mal pela raiz e todas aquelas baboseiras que ele fala quando quer me tirar do sério.

Quando finalmente consigo fazer ele ter a decência de ir embora, Agnes me encara com raiva, é engraçado ver suas mãos pequenas fechadas como se ela fosse me dar um soco. Ela briga comigo, irritada pela forma como tratei o seu mais novo amiguinho. Fico com raiva, quero que ela abra os olhos e veja quem é o Renato, mas ao mesmo tempo se ela deixar de ser tão inocente também estarei ferrado.

Passo bem perto de acabar com sua fantasia fofa dizendo que ele só está a cercando para me irritar e de prêmio levá-la para cama. Mas me controlo ao ver seus olhos, eles expressam toda a pureza que há nela, não vou magoá-la assim. Então digo apenas que ele quer se aproveitar da sua perca de memória para beijá-la, não é tão pesado, ela vê isso o tempo todo em filmes, mas não tem o efeito chocante que eu pretendia... pelo contrário, eu é quem fico chocado com sua resposta.

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