Capítulo 39: Agnes

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A lua parece tocar o mar no horizonte, acho que nunca a vi em um formato circular tão perfeito, e branca como o véu de uma noiva

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A lua parece tocar o mar no horizonte, acho que nunca a vi em um formato circular tão perfeito, e branca como o véu de uma noiva. Já conheci a praia por meio de fotos, e sei que de dia ela é espetacular, mas agora, vejo que de noite ela é mágica.

Esperava qualquer coisa para a tal "surpresa", menos isso, e fico feliz que o Daniel me conheça tão bem para saber que algo assim é o que me tira o fôlego. Me viro para ele, que está a alguns passos atrás de mim, sinto um pouco de frio por estar com os pés dentro da água, molhando a barra do meu jeans. No entanto, a forma descompassada que meu coração bate, me mantem aquecida.

Durante os últimos meses tenho agido conforme a razão manda, me abrindo somente o necessário para não sair ferida ao final dessa história, dosando o que falo e o que sinto. Entretanto, com ele me olhando como está agora, percebo que foi um esforço inútil, não tem como negar que me apaixonei pelo Daniel. Como em um clichê adolescente, aos poucos meu sentimento de amizade foi se transformando em algo mais, e só consigo pensar em como sou sortuda de ter me apaixonado pelo meu amigo, alguém que me conhece, respeita e apoia.

Mesmo que a Paola ainda exista há alguns milhares de quilômetros daqui, isso não diminui a perfeição do momento. E estou vivendo esse momento, como a cena congelada de um filme romântico em que percebemos nas entrelinhas as borboletas no estômago da personagem, o choque no sistema nervoso, a mente flutuando por entre as nuvens, e o coração a beira de um colapso.

Eu não sei como, talvez empurrada pelos meus sentimentos, corro até ele. Daniel me ergue no ar e passo as pernas entorno do seus quadris, pela primeira vez enxergo vantagem em ser pequena demais, se chovesse agora poderíamos muito bem ser uma releitura do reencontro de Noah e Allie em "Diário de Uma Paixão". Fecho os olhos no instante em que nossas bocas se encontram, e é como se eu pudesse demonstrar tudo o que estive reprimindo nos últimos tempos, cada vez que quis beijá-lo ou tocá-lo, e necessitei me conter, cada palavra que queria dizer, mas precisei me calar.

Um trovão ecoa no céu, e no mesmo instante a chuva gelada caí sobre nós, rio contra seus lábios, parece que alguém lá em cima é diretor de cinema, pois os efeitos estão vindo no momento certo.

Suas mãos apertam com mais força minhas coxas, nossas línguas se entrelaçam e eu quero mais, quero cada pedacinho dele para mim, acho que é um desejo recíproco, pois Daniel me coloca no chão e olha no fundo dos meus olhos, como se esperasse uma confirmação. Aceno positivamente com a cabeça, e ele entrelaça os dedos aos meus e me puxa em direção a casa.

Corremos sob a chuva, não que adiante muito a velocidade, já estamos completamente encharcados quando chegamos na porta da cozinha.

Caminhamos até a escada, e já parece tempo demais afastados, Daniel me beija contra a parede e deslizo as mãos por baixo do seu moletom molhado, tocando seus músculos firmes. Ele beija meu pescoço devagar, e eu me arrepio, lembro de uma vez que li sobre áreas sensíveis do corpo humano, com certeza a minha é no pescoço.

Ingênua [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora