Capítulo 7: Daniel

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Encontro minha mãe na sala falando com alguém ao celular

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Encontro minha mãe na sala falando com alguém ao celular. Será que ela e o Lúcio irão ficar aqui como dois parasitas a partir de agora? Tenho que falar com eles sobre isso, gosto muito da minha privacidade, e não é tão complicado cuidar de alguém que nem pode sair do lugar.

Fico esperando ela desligar o celular e então me sento ao seu lado.

  — Como vão ficar as coisas agora? − Pergunto.

  — Ora, quer ouvir os conselhos da sua sábia mãe agora? − Ela ironiza arqueando a sobrancelha fina. — Pedi para que a Neide preparasse um ensopado para ela, de verdade. Não dá para ela tomar os remédios de estômago vazio.

  — Isso eu sei. − Rolo os olhos. — Estou falando nos próximos dias. O que vamos fazer com ela?

  — Você quis que ela ficasse viva, isso agora é responsabilidade sua. Se tivesse seguido meu conselho desde ontem agora não teríamos esse problema.

  — Como você e o Lúcio conseguem ter esse sangue de barata? − Me sinto assustado, imaginando o que os dois já podem ter feito na vida. — É uma pessoa.

  — Sim, uma pessoa que pode acabar com tudo que você construiu.

  — Ela nem se lembra do que aconteceu. Sem falar que vocês dois trataram de contar uma mentirinha para ela e me pintar como o herói.

  — Não foi só para ela, todos que a atenderam acreditam fielmente que você encontrou o corpo dela atropelado na marginal. E ficou tão assustado que nem quis chamar a ambulância, agiu por impulso e colocou ela em seu carro indo até a nossa casa, onde eu assumi o controle e a levei para o hospital, porquê você estava em estado de choque. − Ela narra de uma maneira tão convincente que até eu sou quase convencido por essa versão. — Por enquanto essa minha mentirinha pode te ajudar, mas se ela lembrar por acaso do que aconteceu, então você está arruinado, meu amor.

   — O que o médico falou sobre o estado dela?

   — O ortopedista virá consulta-la dentro de uma semana para reavaliar o quadro. Mas basta que ela fique de repouso até lá, e logo estará andando outra vez.

   — Isso é bom, quanto menos sequelas ficar, menos motivos ela terá para se vingar.

   — Se você acha. − Minha mãe dá de ombros.

Lúcio chega com uma sacola estampada a logo-marca da farmácia, e falando ao telefone, isso não é novidade, Lúcio sempre está resolvendo alguma coisa em um de seus dois celulares.

   — Cadê a garota? − Ele pergunta ao desligar.

   — No quarto. − Respondo sem paciência. A onde mais ela estaria?

   — Liguei para a Renatinha e pedi que ela encomendasse uma cadeira de rodas e um par de muletas. − Diz ele, e minha mãe faz uma careta. Renatinha é uma morena gostosa que trabalha como secretária do Lúcio, se eles já ficaram eu não sei, mas eu passei o rodo várias vezes. — Entregarão ainda hoje. − Ele desaba na poltrona à nossa frente.

Ingênua [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora