Capítulo 19: Agnes

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Permaneço estagnada no mesmo lugar olhando de boca aberta para a loira que ainda me encara esperando pela resposta

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Permaneço estagnada no mesmo lugar olhando de boca aberta para a loira que ainda me encara esperando pela resposta.

— Que-quem sou eu? – Repito a sua pergunta gaguejando, ela me deixa desconfortável.

— É, meu bem! Vai me dizer que não sabe quem você é? – Ela pergunta com um tom sarcástico e enfia a haste dos óculos escuros no enorme decote do vestido. — Essa menina por acaso tem algum problema? – A loira questiona se virando em direção a Neide, percebo que o sotaque dela é diferente de todos que já ouvi até hoje.

Que mulher mais sem educação! Problema tem ela que chega na casa de alguém sem avisar e ofende quem vê pela frente.

— Já que insiste em ficar, gostaria que aguardasse na sala. – Diz a Neide ignorando a pergunta dela. — Agnes, suba para o seu quarto, por favor. – Ela fecha a porta de entrada, acho que aceitando o fato de que a nossa visitante surpresa não irá embora nem arrastada.

Protelo um pouco, já vi filmes demais para saber que ela maluca pode ser uma bandida, assassina ou algo do tipo, aproveitando-se do fato de que estamos sozinhas em casa.

— Tem certeza de que vai ficar sozinha com essa daí? – Pergunto sem olhar para a loira.

— Escuta aqui sua anãzinha, essa daqui tem nome, viu. – Ela chama minha atenção. — Paola Silveira, não se esqueça.

Rio do jeito que ela anuncia o próprio nome, como se fosse a propaganda de um supermercado. Neide franze o cenho para mim e aponta em direção a escada.

Não discuto, se ela acha que dá conta dessa maluca sozinha, irei me esconder no quarto e esperar pela chegada do Daniel. Aposto que ele vai chamar os seguranças do condomínio para colocarem ela no olho da rua, irei ficar com a alma lavada depois dela ter me chamado de anãzinha.

Fico com os olhos grudados na janela do quarto, parecendo um cão de guarda a espera do Daniel, quando quase duas horas depois vejo os faróis do carro dele apontando na esquina, pego minhas muletas outra vez e saio do quarto sorrindo de orelha a orelha. Me sento no topo da escada, daqui tenho uma visão privilegiada da sala onde a tal Paola Silveira zapeia pelos canais da televisão parecendo não prestar atenção em nada, as malas dela estão ao lado do sofá.

Conto menos de um minuto até o Daniel entrar pela porta da garagem. Pelo visto ela também escuta o barulho da porta se abrindo, pois, dá um pulo do sofá e se vira em direção a ele.

— Paola?! – Ele pergunta arqueando a sobrancelha, parado no meio do cômodo.

Então ele realmente a conhece... interessante.

— Eu sei que você disse que precisava ajeitar algumas coisas, mas decidi fazer uma surpresa. – Esclarece ela com um tom delicado e cheio de amorosidade, bem diferente de como ela tratou a Neide e a mim.

— Eu estou surpreso!

Ótimo! É agora que a polícia vai ser chamada. Apoio o queixo nas mãos e vejo até mesmo a Neide espiar pela passagem que dá acesso a cozinha.

Ingênua [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora