Capítulo 12: Daniel

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Aperto com mais intensidade o corpo macio ao meu lado, aproveitando da companhia feminina por exatos três segundos até me recordar a quem pertence o corpo

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Aperto com mais intensidade o corpo macio ao meu lado, aproveitando da companhia feminina por exatos três segundos até me recordar a quem pertence o corpo. Levanto o braço no mesmo instante liberando a cintura de Agnes. Me levanto e recolho a camisa no chão, enfiando as mãos pelos buracos ainda do avesso. Pareço um menino que foi pego no flagra fazendo algo errado, chego a tropeçar no meu próprio tênis ao tentar dar o primeiro passo.

— Droga! – Murmuro me abaixando para pegá-los.

Saio do quarto na ponta dos pés e fecho a porta com extremo cuidado para não fazer barulho. Obviamente não tem necessidade de toda essa cautela, estou na minha própria casa, mas a culpa me atinge em cheio, já atropelei e menti para uma garota com amnésia, desejá-la depois de tudo isso vai contra até os meus poucos princípios morais.

— Daniel!

Estremeço ao escutar a voz da minha mãe gritando o meu nome, levanto a cabeça e a vejo na ponta do corredor, ainda perto da escada.

— O que significa isso? – Ela pergunta retirando os óculos de sol do rosto.

— Com certeza não é o que parece. – Digo a frase mais patética do mundo e ela rola os olhos. — Podemos conversar no meu quarto? – Pergunto já indo em direção a ele.

Entro e logo escuto o tec-tec irritante dos saltos da minha mãe atrás de mim, vou morrer sem entender porque as mulheres usam isso. Jogo o tênis no chão e dispo a camiseta amarrotada também.

— Então, o que você estava fazendo no quarto daquela garota?

— Acabei dormindo lá depois que cheguei da balada, ela tem medo de dormir sozinha. – Respondo e vou para o banheiro, fechando a porta na cara dela.

— Daniel, não quero que você fique com essa garota de verdade. Está me entendendo?

Murmuro um ''sim'' todo atrapalhado enquanto escovo os dentes.

— O Lúcio e eu estamos pensando numa maneira de nos livramos dela, e vai ser bom para ambas as partes. Preciso apenas que você a mantenha iludida por um tempo para que ela permaneça do nosso lado até conseguirmos resolver o próximo passo.

Se os dois estão pensando juntos em algo, coisa boa não pode ser.

— E qual é o próximo passo? – Pergunto ao abrir a porta.

— Não se preocupe com isso, é algo bom. – Diz ela. — Eu juro. – Completa após ver minha expressão de descrença.

— Sei. – Cruzo os braços. — Eu juro que não entendo como funciona a sua cabeça.

— E nem precisa. Eu e o Lúcio cuidamos de pensar e você executa, tanto no campo quanto em relação a essa menina.

— Não posso opinar sobre minha própria vida? – Arqueio as sobrancelhas, incrédulo demais.

Ingênua [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora