Capítulo 8: Agnes

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A televisão é legal, já estou no segundo filme, nesse tem uma princesa com um vestido bonito amarelo e muita música

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A televisão é legal, já estou no segundo filme, nesse tem uma princesa com um vestido bonito amarelo e muita música. Minha lista de coisas que eu gosto já tem filmes de princesa, ensopado de frango e o Daniel, não necessariamente nessa ordem.

Quando as letrinhas finais do filme, que não consigo enxergar dessa distância começam a subir, Neide entra no quarto outra vez, e fico feliz em vê-la pois estou com vontade de fazer xixi desde a metade do primeiro filme. Mas ela não está sozinha, um homem entra junto segurando uma caixa, ele usa um macacão todo azul-escuro e boné.

— O banheiro fica logo ali naquela porta. – Ela aponta para a porta branca ao lado da televisão. — Está com dor, Agnes? – Neide pergunta se aproximando da cama.

— Não muita. – Respondo sem tirar os olhos do homem que entra no banheiro levando a caixa.

— Ele vai montar a cadeira de banho para você. As muletas e a cadeira de rodas já estão lá em baixo, guardei na dispensa porque acho que você não vai usar por agora. ‒ Ela se senta na beirada da cama e olha para minha perna. — Foi muito grave o acidente?

— Parece que fui atropelada por um carro.

— Parece? – Ela me encara franzindo o cenho.

— Eu não me lembro, perdi a memória com o acidente. – Respondo tranquila, já estou até ficando acostumada com isso.

— Jesus Cristo! – Ela coloca a mão sobre o peito e balança a cabeça. — E não se lembra de nada?

— Só o meu nome.

Bom, pelo menos é o que eu acho, afinal é o nome que apareceu nos meus sonhos, e também está gravado na pulseira. Se não for, então é só mais uma das várias coisas que não sei sobre mim.

— E como veio parar aqui? Você é amiga da família?

— O Daniel que me encontrou depois que fui atropelada, daí decidiu me ajudar.

— Coitadinha. – Ela coloca a mão sobre a minha. — E não sabem a onde está sua família?

— A senhora Salles disse que não. – Murmuro ao me lembrar das palavras dela dentro do carro. — Provavelmente sou uma moradora de rua por causa do estado em que me encontraram.

— Bom, acho que você não precisa se preocupar. O senhor Albuquerque é muito influente, ele com certeza vai encontrar alguém que te conheça.

— Albuquerque? – Pergunto ao não encontrar o nome na minha mente junto com os que conheci hoje.

— O senhor Lúcio.

— Ah! – Exclamo entendendo que era o sobrenome dele. — Acho que ele não vai me ajudar muito, Neide. Quando eles me trouxeram, o Lúcio me disse para esquecer o passado e seguir em frente, porque vou ter uma vida boa aqui.

— Que maldade. – Diz ela e logo depois arregala os olhos. — Por favor, não conta para ninguém que eu disse isso.

— Não vou contar. – Viro a palma da mão para cima segurando a sua. — E também não gosto dele. – Dou um sorriso mostrando que estamos do mesmo lado. — Para falar a verdade ele e a senhora Salles me dão medo.

Ingênua [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora