Capítulo 23: Agnes

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Escolho para vestir uma das roupas que comprei ontem, é bem simples e confortável, tudo o que eu preciso para a conversa que terei com o Renato

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Escolho para vestir uma das roupas que comprei ontem, é bem simples e confortável, tudo o que eu preciso para a conversa que terei com o Renato. Enfio a barra da T-shirt rosa claro para dentro do short jeans e me olho no espelho, até que não estou nada mal, acho que esse estilo combina com a minha personalidade.

Meu cabelo parece mais escuro do que quando cheguei, e infinitamente melhor, realmente, um bom condicionador e pente fazem uma diferença e tanto. Mas continuo usando ele repartido ao meio, de forma que ele cai ondulado até a altura dos meus seios. Estou para colocar os pequenos brincos de florzinha nas minhas orelhas quando alguém bate na porta e eu deixo as tarraxas caírem no chão.

— Entra! – Exclamo enquanto me abaixo para procurá-las.

O fato delas serem de um silicone transparente não ajuda em nada a minha busca sobre esse piso claro e lustroso.

— O que você está fazendo?

Escuto a voz do Daniel me perguntar enquanto continuo engatinhando pelo chão.

— Procurando as tarraxas dos meus brincos. – Respondo sem olhar para ele.

Finalmente meu joelho encosta em uma e eu a pego, segurando com força para não perder outra vez. Logo Daniel se abaixa ao meu lado, me ajudando com a busca pela pecinha que falta.

— Agnes, o desastre ambulante. – Ele brinca e eu fico de joelhos para lhe mostrar a língua. — Você pode ficar se abaixando assim quando ainda nem terminou de recuperar a perna?

— Posso até correr se eu quiser. – Digo, o que não é nenhum pouco verdade.

Ainda sinto muita falta de equilíbrio ao tentar caminhar sem a muleta, é como se minha perna esquerda estivesse alguns milímetros menor que a direita, e isso me faz ficar balançando como uma cadeira velha.

— Achei. – Avisa ele, e então me passa a tarraxa de silicone. — Quando eu usava brinco também vivia perdendo essas porcarias. – Daniel se levanta e me estende a mão para me ajudar a levantar.

Reparo pela primeira vez o quão bem arrumado ele está usando um blazer escuro sobre a maldita camiseta social branca que o deixa mais bonito, se é que isso é possível.

— Vai sair? – Pergunto segurando sua mão com força.

Daniel me puxa para cima e eu sou içada rápido demais, levanto a mão livre para impedir o choque instantâneo com seu corpo, e fico com ela espalmada contra o peitoral musculoso dele, que dá para sentir até mesmo sobre o tecido da roupa. Estamos próximos demais, é enervante ter consciência até dá respiração dele.

Dou um passo para trás e solto a sua mão, ele enfia as dele no bolso da calça escura e desvia o olhar.

— A Paola e eu vamos até a casa do vizinho, ele nos convidou para beber alguma coisa.

Ingênua [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora