Capítulo 34: Sua Bagunça

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~ Helena ON ~

Enquanto eu falava com a Ângela no celular, Lúcia mexia uma massa de bolo que tinha um cheiro muito bom. Voltar para aquela cozinha da mansão me trazia boas lembranças. Bruno estava conversando com o Damon no escritório, e até agora, Sophie não tinha dado sinal de vida.

Estava preocupada que ela não fosse aparecer. Sentia que meu noivo estava ansioso para a conversa com seus pais.

- Olha, eu não vou matar seu gato. - minha amiga exclamou do outro lado da linha. - E ele até gostou de mim.

Sorri.

- Impossível.

Alfredo não gostava de ninguém, nem dele mesmo.

Olhei em direção a janela quando um trovão soou lá fora. O tempo tinha fechado indicando uma forte tempestade a caminho.

- Talvez seja melhor você levar ele ao veterinário amanhã. - falei, preocupada.

Como eu tinha vindo com o Bruno para a mansão e a consulta no veterinário para o Alfredo já estava marcada, pedi para a Ângela levar o gato.

- Por que?

- Parece que vai cair uma tempestade. - falei.

- Ah, sim, eu também percebi como o tempo fechou. - disse. - Então levo ele amanhã mesmo.

Depois de me despedir da Ângela, encerrei a ligação e me aproximei da Lúcia.

- Cadê as gêmeas? - ela perguntou, parando de bater a massa.

- Com a babá. Como a conversa hoje vai ser mais séria achei melhor deixar elas em casa. - contei, e me encostei no balcão. - Você conhece bem a Sophie?

Lúcia sorriu de forma carinhosa.

- Claro, foi ela que me contratou. - respondeu. - Antes de tudo acontecer ela vivia brincando pelos cômodos com o Bruno. Foi uma boa época.

Observei enquanto ela transferia a massa para uma forma redonda.

- Você parece preocupada, não confia na Sophie? - Lúcia perguntou.

- A questão não é essa, eu só não quero que o Bruno se machuque.

Dei outro pulo quando a chuva começou a cair com força lá fora. Hoje a tarde seria longa. Me aproximei da Lúcia quando ela colocou a massa de bolo no forno.

- É de que? - perguntei, curiosa tentando distrair minha mente da tempestade.

- Chocolate. - respondeu. - Enquanto ele não fica pronto, me fala como vai os preparativos para o casamento.

Fiz uma careta.

- Não fiz nada ainda, não sei por onde começar. - confessei. - É tudo muito novo e...

- Você deveria ter pedido minha ajuda. - minha mãe disse, ao entrar na cozinha.

Me virando, encarei seus olhos claros notando que a mesma usava um vestido amarelo, mas não com uma cor chamativa.

- Você me ajudaria? - perguntei, surpresa.

- Óbvio né, Helena. Amanhã eu ligo para uma preparadora de festas de casamento e resolvemos isso. - disse, séria. - Lúcia, o almoço já está pronto? Damon não jantou ontem então que pelo menos almoce.

Ela estava nervosa e eu sabia que era por causa da visita da Sophie.

- Sim, Sra. Já vou arrumar a mesa. - Lúcia respondeu.

- Obrigado. Quando tudo estiver pronto me chama na sala. - falou, e saiu da cozinha.

- O clima está pesado aqui. - comentei, quando só ficou a Lúcia e eu.

- E só vai piorar.

Disso eu não tinha dúvidas.

Depois de conversar um pouco mais com ela, sai da cozinha e fui atrás do meu noivo. Sabendo que ele estava no escritório do Damon, parei na frente da grande porta de madeira e bati. Ouvindo a voz do Bruno do outro lado, girei a maçaneta e entrei no cômodo.

Franzi o cenho quando só vi o loiro lá dentro.

- Cadê seu pai? - perguntei, fechando a porta.

- Foi atender uma ligação. - Bruno respondeu, e vi que ele estava sentado em uma poltrona.

Quando me aproximei, senti um cheiro forte de bebida na sua roupa. Só que dessa vez, eu não reclamei, na verdade, sabia que também precisava de um pouco. Pegando o copo que estava na sua mão, tomei um pouco do líquido que estava dentro sentindo minha garganta queimar.

- Vai com calma, você é fraca pra bebida. - meu noivo disse, me olhando.

Encarei ele ficando ofendida.

- Não sou.

- É sim, meu amor. Me dá o copo. - pediu.

- Como é?

Quando me afastei mais, Bruno levantou da poltrona ficando na minha frente.

- Helena...

- Nem vem com Helena. - falei, e dei mais um passo para trás. - E quer saber?

Virei o conteúdo do copo todo na minha boca, e senti minha cabeça girar quando fechei os olhos.

Talvez, eu fosse fraca mesmo, mas eu não ia deixar ele ganhar aquela.

- Satisfeita? - perguntou.

Sorri e quando fui andar até a mesa para deixar o copo lá, Bruno segurou minha mão e me puxou em sua direção. Seu toque me fez sentir um choque e isso acabou me fazendo derrubar o copo no chão, e foi logo na parte que não tinha tapete.

O barulho de vidro se quebrando preencheu o silêncio do ambiente por alguns segundos.

- Ah, não. - falei, chateada porque era um copo bonito.

Me ajoelhando no chão, peguei uma parte do vidro na mão querendo limpar aquela bagunça.

- Para com isso. - meu noivo disse, nada feliz.

- Só vou pegar os pedaços maiores, e tirar os menores com a vassoura. - esclareci.

- Helena, levanta daí. - pediu.

- Espera.

Bruno parou na minha frente me fazendo olhar para cima e encarar seu rosto. Esticando a mão, ele tocou meu cabelo e passou seu dedo indicador pela minha bochecha. Foi uma leve carícia, e isso fez meu corpo desejar mais.

- Ou melhor, levanta não... - disse, voltando a segurar meu cabelo. - Você fica bem de joelhos.

Só de olhar seus olhos eu sabia o que ele queria, e que Deus me perdoe, eu estava mais do que disposta a dar para ele. Era só eu levantar meus braços e tirar seu cinto... O barulho do trovão do lado de fora acabou me acordado da onda de desejo que invadiu meu corpo.

Deixando os pedaços de vidro no chão, levantei fazendo ele soltar meu cabelo.

- Você não pode agir como um idiota e ainda esperar ganhar um boquete no final. - falei, e sabia que se eu ficasse um pouco mais lá, voltaria a ficar de joelhos. - A culpa dessa bagunça é sua então que você limpe.

Não parecendo se importar, Bruno sorriu e não tentou me impedir quando sai do escritório.

Encontrando Damon no corredor, fiquei feliz de não ter me entregado ao Bruno no escritório. Meu estômago embrulhava só de imaginar meu sogro nos flagrando.

- Eu estava te procurando, Lúcia pediu para avisar que o almoço está pronto. - falei, lembrando do motivo deu ter ido atrás do Bruno.

- Obrigado, eu já vou.

Assentindo, passei por ele e voltei para a cozinha.

Lúcia estava terminando de arrumar a mesa e eu resolvi ajudar ela, assim tentaria tirar o Bruno dos meus pensamentos.





Um bônus de madrugada pra não perder o costume.

Para Sempre Te AmareiOnde histórias criam vida. Descubra agora