Capítulo 31: Um Tempo

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O ar daquela lanchonete era gelado e eu odiei não ter trazido uma blusa de frio. Sai tão nervosa de casa que no caminho até aqui, só consegui pensar na minha conversa com a Sophie. Hoje eu ia descobrir se ela é ou não a mãe do Bruno.

- Sra. vai querer alguma coisa? - a garçonete perguntou, depois de parar na frente da mesa.

- Uma água bem gelada. - respondi, sentindo minha boca seca.

Assentindo, a funcionária se afastou. Estava indo conferir as horas no meu celular quando a porta da lanchonete abriu e uma mulher alta entrou.

Ela tinha chegado.

Assim que os olhos claros da Sophie se fixaram nos meus, consegui perceber finalmente a semelhança entre ela e o Bruno. A cor do cabelo, da pele...

Sophie andou na minha direção e só falou quando estava próxima o suficiente.

- Olá, Helena. - ela disse, e sorriu. - Desculpa a demora, tinha esquecido como o trânsito nessa cidade é difícil.

- Tudo bem. - consegui falar.

Sentando na cadeira do outro lado da mesa, ela colocou sua bolsa no chão.

- Fiquei surpresa quando Miranda me entregou seu recado. - exclamou, me olhando com atenção. - Espero que esteja se recuperando bem... aquele acidente me deixou muito preocupada com você.

Achando sinceras suas palavras, sorri.

- Agradeço a preocupação, e já estou me sentindo melhor. - respondi.

Nesse momento, a garçonete se aproximou e deixou um copo cheio de água gelada na minha frente.

- Obrigada. - exclamei.

Depois de Sophie falar que não queria nada, a garçonete se afastou nos dando privacidade.

- Mas me fala, qual é o assunto? Miranda disse que você parecia nervosa quando foi na casa dela.

Senti que ela sabia o que era, mas queria ter certeza.

Tomei a água antes de voltar a falar, e isso me acalmou um pouco.

- Você disse que tinha um filho...

- Eu tenho um filho. - corrigiu, ficando tensa. - Parece que você já sabe quem ele é.

Suspirei.

- Isso tudo é muito difícil. - falei. - Se você é mesmo quem eu acho que é, então por que voltou só agora?

- É uma longa história.

- Tenho tempo para ouvir. - exclamei.

Na verdade, eu não podia demorar muito, mas não queria desencorajar ela.

- Antes de contar minha história, me responde primeiro como você descobriu quem eu era?

- Bruno deu seu nome a uma de nossas filhas, e depois fui ligando os pontos. - contei.

- Sophie e Alexia. - seus olhos brilharam com emoção. - Achei que ele tivesse se esquecido de mim.

- Não, ele não esqueceu. - falei.

Jogando seus cabelos para trás dos ombros, Sophie respirou fundo.

- Éramos uma família feliz. Não fui embora porque não amava eles. - começou. - Eu amo os dois.

Franzi o cenho confusa.

- Eles?

- Damon e o Bruno. - respondeu. - Antes de tudo dar errado vivíamos felizes naquela mansão. Mas quando Bruno fez 5 anos minha mãe faleceu, e eu descobri que era péssima lidando com perdas. Sem ela ao meu lado tudo de repente pareceu difícil. Minha mãe era minha fortaleza, eu simplesmente não achava que fosse conseguir seguir sem ela.

Para Sempre Te AmareiOnde histórias criam vida. Descubra agora