Só que antes que eu tivesse a chance de entrar na concessionária, meu celular começou a tocar no meu bolso. Não reconhecendo o número que estava na tela, atendi para saber quem era.
- Alô? - foi a primeira coisa que falei.
- Você saiu sem se despedir. - reconheci a voz do Bruno.
- Está ligando de qual celular? - perguntei, lembrando que deixei o celular dele cair na piscina.
- Do celular da empresa. - contou.
- Está gastando os créditos da sua empresa?
- Eu sou o dono, ninguém vai reclamar. - respondeu. - Como eu estava dizendo, você saiu sem se despedir e deixou duas garotinhas bem irritadas.
Sorri sabendo que não era sério.
- Deixei?
- Sim... Alexia, mostra como você está indignada com sua mãe. - comecei a ouvir o som da risada da minha filha. - Alexia, não foi isso que a gente combinou.
- Ela não parece indignada. - exclamei.
- Mas a Sophie está, por isso que ela está tão quieta.
Fui para o meio da calçada e olhei em direção ao carro que estacionei do outro lado da rua. Com certeza minhas amigas estão se perguntando porque não entrei na concessionária ainda.
- Acredito. - falei, imaginando a cena dele conversando com as gêmeas. - Já tomaram café?
- As meninas sim, mas eu não. Vamos ter que realmente passar no supermercado. - falou, me relevando que leu meu bilhete. - Que horas vai sair da casa da sua amiga para irmos?
- É...
Fiquei pensando se seria bom dizer o que eu estava prestes a fazer. No fim, resolvi só contar depois.
- Daqui a pouco. - completei.
- Tudo bem, me liga quando estiver saindo.
Encerrei a ligação e guardei o celular de volta no bolso da minha calça. Entrei finalmente na concessionária e depois de passar por vários carros que valiam mais que um apartamento de luxo, fui até um balcão.
Um homem estava atrás dele e em seu crachá estava escrito: "Pierre".
- Bom dia, eu estou procurando o Damon. - falei.
- Ele está em seu escritório, quer que eu o chame? - ele não perguntou quem eu sou porque o mesmo já tinha me visto com o Bruno.
- Não é necessário, mas obrigado. - respondi, e me afastei no balcão.
Andei novamente pela concessionária e depois de parar em frente ao escritório, bati na porta de vidro.
- Entra. - Damon respondeu.
Abri a porta e encontrei meu sogro sentado atrás da mesa lendo alguns papéis. Ele não ergueu o rosto na minha direção talvez achando que fosse um de seus funcionários.
- Não estou entendendo porque esses números não fecham com o faturamento que tivemos no fim do mês. - falou, parecendo confuso.
- Se você não entende, imagina eu. - falei.
Damon finalmente ergueu a cabeça para me olhar.
- Helena... - parecia agora curioso. - Por que dá honra?
Fechei a porta e me aproximei da mesa.
- Precisamos conversar.
- Precisamos? - franziu o cenho. - Qual é exatamente o assunto?
- O jeito irritante que você sempre tenta se intrometer na vida do Bruno. - fui direta. - Sabe, quando você estressa ele, eu fico estressada, e então as meninas ficam estressadas. É isso que você quer?
Damon ficou quieto me olhando como se tivesse me avaliando.
O que foi bem desconfortável.
- Senta. - apontou para a cadeira na minha frente.
- Falei para o Bruno que não ia demorar.
- Você não quer conversar comigo? Senta que a gente conversa. - exclamou.
Suspirei, e sentei na cadeira para acabar com aquilo.
- Quer comer alguma coisa? - perguntou, sem pressa nenhuma.
- Obrigado, mas eu realmente não posso demorar. - falei, mesmo sentindo muita fome. - Quero que você deixe o Bruno viver a vida dele.
- Eu me importo com as minhas netas.
- Esse é o problema, o que você quer vem sempre como prioridade. Só que essa é a vida do Bruno, nossas vidas, nossas filhas. Por que é tão difícil você entender isso?
- A ideia de voltar a viver na mansão te assusta tanto? Contraditório já que você aproveitou bem os dias que passou lá. - falou, agora sério. - E a proposta das meninas viverem na mansão foi da sua mãe. Só passei a informação.
- Por que minha mãe propôs uma coisa dessas?
- Isso é algo que você vai ter que perguntar para ela. - disse, sem se importar. - Tem algo mais para dizer?
- Hum... não.
- Então, vamos fazer assim. Se você não está aqui para trabalhar e nem para comprar um carro, conhece a saída.
- Meu deus, seu ego é tão grande que chegou em um momento que você não consegue enxergar nada além de si mesmo. Por um momento cheguei a acreditar que você tinha mudado, mas você nem sequer chegou a tentar de verdade, né?
- Eu falei pra você que a ideia não foi minha.
- Não, mas você adorou ela. Adorou pensar que todos estariam novamente sob seu controle. Mas acontece que o Bruno e nem minhas filhas são marionetes nesse seu teatro de merda.
Levantei da cadeira querendo sair dali o mais rápido possível.
Foi realmente um erro ter vindo.
- Está enganada ao meu respeito. Tudo que faço é pensando na família. - ele afirmou.
- Temos algo em comum então. - exclamei. - Vai funcionar assim, você deixa o Bruno em paz, ou eu pego ele, pego minhas filhas e vou para longe de tudo isso. Tão longe que a única maneira de você ver suas netas será por chamada de vídeo.
- Não pode fazer isso.
- Ah, eu posso. Posso tanto quanto você pode me expulsar daqui. - falei. - Tenha um bom dia, Damon.
Ficou tanto tempo nos rascunhos que eu finalmente tive coragem de posta-lo.
Até.
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Para Sempre Te Amarei
Romance"História Em Andamento" Livro Dois Intrigas, confusões, dramas, mentiras... Helena Ferraz estava acostumada com aquilo, no entanto, ela não podia encarar ou resolver as coisas como uma adolescente, não mais. Porque agora, ela é adulta, e tinha que a...