Capítulo 10: Me Lembrando Toda Hora

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Depois de ter tomado banho e vestido uma camisa e um short jeans, me aproximei da porta do quarto e tentei ouvir se minhas filhas estavam chorando

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Depois de ter tomado banho e vestido uma camisa e um short jeans, me aproximei da porta do quarto e tentei ouvir se minhas filhas estavam chorando. O quarto delas era do outro lado do corredor e a luz estava acessa.

- O que você está fazendo? - ouvi Bruno perguntar, depois de sair do banheiro.

Ele estava sem camisa e usava uma calça de moletom cinza.

- Será que ela nos ouviu? - questionei, me referindo a Suzana.

- Eu, ela não ouviu. Tenho certeza.

Não tive como negar aquilo porque ele estava certo. E isso acabou me deixando mais sem graça.

- Vai falar com ela. - pedi, me aproximando dele. - Eu quero ver nossas filhas, mas estou com vergonha de olhar para ela.

- Helena...

- Por favor. - exclamei, cruzando os braços.

Ele vestiu sua blusa e me deu um selinho antes de sair do quarto. Sozinha, peguei meu celular e vi que tinha uma mensagem da Ângela.

"Minha mãe me contou o que aconteceu. Você está bem?"

Ler aquilo me fez lembrar da Sofia e do show que ela fez na casa da Sarah.

"Estou sim. Se você estivesse lá teria me ajudado"

Ângela não gostava de frequentar os eventos na casa da Sarah. Eu nunca entendi muito bem o porquê.

"Na próxima eu te ajudo a jogar a cadeira nela."

Sua mensagem acabou me fazendo sorrir.

"Espero que não tenha uma próxima"

Que Sofia também tenha extravasado sua raiva jogando aquele bolo em mim e que agora siga em frente. Deixei meu celular em cima da cama quando ouvi vozes no corredor. Levantei da cama e assim que vi o Bruno descendo as escadas com a Suzana, eu caminhei até o quarto das gêmeas. No entanto, vi o Alfredo parada na porta, e seu olhar era julgador.

- O que foi agora? Quando você fica no telhado com suas namoradas eu não vou lá reclamar. - falei, quando ele continuou me olhando.

Passei por ele e depois de entrar no quarto, vi que as meninas estavam no cercadinho. Sentei ao lado da grade improvisada e comecei a observar as duas.

- Suzana já foi. - Bruno contou, depois de entrar no quarto.

Eu assenti e continuei olhando as meninas. Ele se aproximou e sentou do meu lado.

- Eu andei pensando e a ideia de se mudar não é ruim. - disse, chamando minha atenção. - Seria bom ficar longe de tudo isso. Da Sofia que voltou agora, da sua...

- Da minha mãe? - completei, quando ele parou de falar. - Não precisa ter receio de falar dela comigo.

- Não tenho receio, só não quero te deixar nervosa.

- Não fico nervosa. - exclamei. - É... complicado.

- Você sabe que não tem culpa, né? - disse, e eu voltei a olhar as meninas. - Ela ser assim não é sua culpa.

Me sentindo desconfortável, levantei do chão para me afastar dele.

- Olha, Bruno, eu sei que minha mãe me odeia, então você não precisa ficar me lembrando disso toda hora. - falei, com um frio na barriga.

Deixando ele no quarto com as meninas, eu desci às escadas e fui até a cozinha.

Apoiei minhas mãos na pia e fechei os olhos com a cabeça baixa enquanto tentava me acalmar.

Bruno não tinha culpa da minha relação fracassada com a minha mãe, por isso eu sabia que tinha sido injusta com ele.

Me sentindo melhor, eu bebi um pouco de água e sai da cozinha. Estava planejando ir para o quarto falar com meu noivo quando a campainha tocou.

Assim que abri a porta e vi uma mulher desconhecida do outro lado, lembrei das entrevistas.

- Oi... - falei, e me afastei um pouco para a mulher entrar. - Entra, por favor.

Ela sorriu e entrou indo até a sala.

- A agência me mandou. - contou, quando fechei a porta.

- Eu sei. - exclamei, e apontei para o sofá. - Fique a vontade eu só vou chamar meu noivo.

Eu subi as escadas e encontrei o Bruno agora de pé ao lado do cercadinho.

- Vamos descer com as meninas. - falei, entrando no quarto das gêmeas. - A primeira candidata para ser a babá chegou.

Mas, antes que eu pudesse pegar a Sophie, ouvi ele falar:

- Me desculpa.

Suspirei, e encarei seus olhos azuis.

- A culpa não foi sua. - falei, sentindo minha garganta seca. - Mas a gente pode conversar depois?

Mesmo não estando satisfeito, Bruno assentiu.

- Depois então.

Odiava o fato da minha mãe ser o motivo do nosso desentendimento. Por mais que eu tente seguir em frente, que eu tente não me importar. Pensar nela me fazia sentir um embrulho no estômago.

Mas eu ia superar.

Disso eu tinha certeza.

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Para Sempre Te AmareiOnde histórias criam vida. Descubra agora