Quando já estávamos dentro do carrinho, apoiei minhas mãos na barra de ferro que era a trava de segurança e esperei ansiosa. Bruno estava ao meu lado, e no seu colo repousava o urso de pelúcia que ganhamos para as meninas.
- Ainda podemos voltar atrás. - meu noivo disse.
Soltei a barra e encostei minhas costas no banco gelado.
- Por que? Está começando a ficar com medo?
- Óbvio que não. Você vai ficar. - disse, simplesmente.
- Não vou. - afirmei, odiando a forma convencida que ele disse aquilo. - É só um brinquedo.
- Se está falando.
Ele então colocou o urso no canto do carrinho perto de seus pés. Não querendo mais dar corta para ele me provocar, olhei para a frente e vi que a entrada da casa monstro era a cabeça de um palhaço, e ele estava de boca aberta.
- Por que os carrinhos estão demorando para andar? - perguntei, para uma funcionária que estava por perto.
- Vomitaram no carrinho 8 e estão limpando. - ela contou.
Fiz uma careta.
Dois minutos depois os carrinhos começaram a se mexer e então estávamos entrando na boca do palhaço. Já dentro do brinquedo notei que tudo estava escuro, e isso me fez sentir um frio na barriga.
- Está frio. - reclamei, e quando me virei para ver o Bruno, uma sombra passou na frente do nosso carrinho.
Notando que levei um susto, Bruno riu ao meu lado.
- Eu não estou assustada. - menti. - Só fiquei surpresa.
Senti um arrepio quando seus dedos tocaram meu rosto colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
- Pode me abraçar se quiser.
- Não será necessário.
No entanto, no momento que essas palavras saíram dos meus lábios, alguém fora do carrinho parou do meu lado e então senti uma respiração bater no meu rosto. Com meu coração batendo rápido no peito, me arrastei para perto do Bruno tocando meu corpo no seu.
- Não foi uma boa ideia. - confessei, quando o carrinho nos levou para longe daquilo que conseguiu me assustar de verdade.
- Olha pra mim. - Bruno pediu, em um tom baixo.
Virando meu corpo na sua direção, fiquei de frente para ele. Meu noivo ergueu uma mão e segurou meu pescoço, e de depende o ar não estava tão gelado.
- O que está fazendo? - perguntei, quando ele inclinou o rosto na minha direção.
- Te ajudando.
Seus lábios tocaram levemente os meus, e quando tentei chegar mais perto, Bruno se afastou.
- Eu comprei aquele perfume pra você. - ele sussurrou, e novamente passou seus lábios sobre os meus, mas me frustrou de novo quando se afastou. - Quer saber o que sinto quando você usa ele?
Assenti rapidamente com a cabeça. Tudo pareceu ter sumido e só o que importava era ele.
- Como se eu tivesse tocando você pela primeira vez. Meu sangue chega a ferver e tudo que consigo pensar é em você. - ele deu uma passou e senti a ponta da sua língua no meu lábio inferior. - Só em você, Helena.
Cansando daquele jogo, segurei sua camisa e quando fui puxar ele para um beijo, Bruno soltou meu pescoço. Isso me fez abrir os olhos, e então notei que tínhamos chegado no final do passeio.
- Viu? Não foi tão difícil. - Bruno disse, com um pequeno sorriso nos lábios. - Vamos comer alguma coisa.
O problema é que eu ainda estava afetada pelas coisas que ele me disse no carrinho, então precisei de um tempo para me recuperar.
Quando já estava bem, saímos do carrinho e caminhamos até uma barraca de cachorro quente.
- Um cachorro quente, por favor. - pedi para a moça atrás do carrinho.
Ela assentiu e olhou meu noivo.
- Não vai querer um? - ela perguntou, pronta para cortar outro pão.
- Não, obrigado. - ele respondeu.
- Ele não gosta. - contei.
A moça me olhou me fazendo sorrir.
- Eu sei, estou pensando em terminar com ele por isso. - brinquei.
Enquanto ela preparava o lanche, olhei as mãos do meu noivo.
- Cadê o urso?
- Esqueci no carrinho. - disse, também dando falta. - Fica aqui, vou lá pegar.
- Tudo bem.
Quando ele se afastou, cruzei os braços e fiquei observando em volta. Estava olhando a fila para a roda gigante quando uma pessoa acabou chamando minha atenção.
Adam.
Ele estava acompanhado de uma moça bem bonita e eu automaticamente senti pena dela. Também me vendo, Adam teve a ousadia de sorrir na minha direção. Não retribuindo o sorriso, virei o rosto voltando minha atenção para a barraca.
- Aqui. - a mulher disse estendendo o cachorro quente coberto com um plástico na minha direção.
- Obrigada. - falei, e tirando o dinheiro do bolso da minha calça, entreguei para ela.
Me afastei da barraca e sentei em um banco ali perto. Estava pensando em comer o lanche quando alguém parou na minha frente tirando minha visão do parque.
- O que faz sozinha aqui? - Adam perguntou, me fazendo erguer a cabeça para encarar seus olhos.
- Não fale comigo como se eu fosse sua amiga, eu não sou.
- Não seja tão rancorosa.
- Bruno já está voltando, e ele não vai gostar de te ver falando comigo.
Percebi como ele ficou tenso em ouvir o nome do seu primo.
- Ele sempre foi estressado mesmo.
- Como se ele não tivesse motivo. - falei. - Vai voltar para sua amiga Adam, não faço questão da sua companhia.
Suspirando de forma dramática, ele deu um passo para trás.
- Até mais então.
- Não se depender de mim.
Ficando aliviada quando ele foi embora, eu resolvi comer meu cachorro quente. Bruno apareceu dois minutos depois.
- Uma funcionária guardou o urso e tive que ir atrás dela. - ele contou, quando sentou do meu lado.
Entregando o cachorro quente para ele segurar, peguei o urso. Era tão macio que decidi que queria um também.
- Quer ir em mais algum brinquedo agora?
- Vamos ficar um pouco aqui e só conversar. - falei, colocando o urso ao meu lado no banco.
E foi o que fizemos. O resto da noite passou rápido e quando deu 11 horas resolvemos ir embora.
Dia sido uma noite legal e nem a presença do Adam conseguiu estragar.
Sim, eu andei sumida, mas precisei de um tempo pra pensar no rumo da história. Decidi que ela não vai ser tão grande quanto o primeiro livro então se preparem. Mas também não vai terminar agora, relaxem.
Bom, foi isso e até a próxima.
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Para Sempre Te Amarei
Romance"História Em Andamento" Livro Dois Intrigas, confusões, dramas, mentiras... Helena Ferraz estava acostumada com aquilo, no entanto, ela não podia encarar ou resolver as coisas como uma adolescente, não mais. Porque agora, ela é adulta, e tinha que a...