Capítulo 55: Mesmo Rumo

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Achei que quando Beatriz finalmente encontrasse a Ângela, as duas fossem se entender. Mas não foi isso que aconteceu.

Na manhã seguinte, quando Ângela apareceu na minha casa para planejar minha despedida de solteiro e viu a Beatriz, o clima ficou pesado.

Eu já tinha buscado meu pai e a Camila no aeroporto e enquanto eles se ajeitavam no quarto de hóspedes, eu estava na sala com as duas.

- Então, vocês querem comer alguma coisa? - falei, sorrindo. - Ellie não está trabalhando hoje, mas eu posso preparar alguma coisa.

Nem o Bruno estava em casa. Não fazia ideia do que ele ia fazer hoje a noite, só espero que amanhã ele esteja pronto e me esperando no altar.

- Eu aceito uma água. - Ângela disse, de onde estava sentada no sofá.

- Água? Eu posso preparar uma coisa bem gostosa pra gente comer e você escolhe água?

- É, eu prefiro água. - disse.

Sabendo que ela só estava me irritando, encarei Beatriz que estava encostada na parede perto da escada.

Eu estava tentando aliviar o clima então qualquer coisa estava valendo

- E você? Quer algo que não seja água?

- Depende, você vai realmente cozinhar?

Corrigindo: as duas queriam me irritar.

Não é que elas se mereciam?

- Quer saber? Bebam água, mas água da torneira. A do filtro é só para quem reconhece meus dotes culinários.

Sai da sala e fui até o segundo andar. Encontrei só a Camila no quarto de hóspedes, e ela estava tirando suas roupas da mala.

- Precisa de ajuda? - perguntei, fazendo ela notar minha presença.

- Não precisa, mas obrigada. - respondeu.

- Cadê meu pai e o John?

- Depois que você mostrou a sala de jogos os dois não querem mais sair de lá. - contou.

Sorri lembrando de como eles tinham ficado quando viram a sala. Meu pai amou a mesa de sinuca e John os brinquedos.

- O que vamos fazer hoje? - questionou, parecendo animada. - Uma boate é uma boa opção para uma despedida de solteiro. E eu nunca fui em uma boate na França.

- Sinceramente, eu não pensei muito nisso, mas não é uma má ideia. - falei, imaginando que seria divertido.

E, faria minhas amigas se soltarem.

- Ótimo. Você vai ter uma noite inesquecível.

Disso eu não tinha dúvidas.

Quando fui responder, ouvi um choro. Me afastei da Camila e fui até o quarto das gêmeas.

- O que foi? - perguntei, para a Crystal.

Ela estava de frente para o berço da Alexia, e minha filha chorava muito.

- Eu não sei, ela começou a chorar do nada. - contou.

Peguei minha filha no colo e depois de balançar ela um pouco, encarei seus olhos.

Bruno precisou passar na empresa e levou Sophie com ele, e provavelmente por isso Alexia estava agitada.

As duas passavam tanto tempo juntas que quando se separavam era uma confusão.

- Não fica assim, ela já vai voltar. - prometi, e voltei a balançar minha filha.

Deixei Crystal no quarto e desci às escadas. Minhas duas amigas ainda estavam no mesmo lugar e o clima era o mesmo.

- Camila disse que a gente pode ir em uma boate. - falei, com Alexia no meu colo. - O que acham?

- Stripper, álcool, música ruim e muita gente junto. É um bom lugar para uma despedida. - Ângela disse, e levantou do sofá para pegar Alexia. - Ei, pequena, por que estava chorando?

Enquanto ela falava com minha filha, me aproximei da Beatriz.

- Tudo bem? - perguntei, preocupada. - Vocês duas parecem bem estranhas.

- O que? Óbvio que não. Nós estamos bem. - respondeu, rapidamente. - E você não precisa se preocupar com a gente, amanhã é seu casamento e essa tem que ser sua única preocupação.

- Bea...

- É, sério. Está tudo bem. - afirmou.

Suspirei.

- Olha, mais tarde na boate quando você já estiver mais solta, tenta conversar com a Ângela. Ela não morde. - falei. - Quer dizer, ela tem essa cara de raivosa, mas é um amor de pessoa.

- Eu sei, Helena, já falei para não se preocupar.

- Tudo bem, mas qualquer coisa é só falar comigo. Sou uma ótima ouvinte, você sabe.

Beatriz assentiu.

Quando voltei a me aproximar da Ângela, sorri com um pensamento.

Eu estava agindo como a Jennifer agiu anos atrás, quando ela tentou me ajudar a ficar com o Bruno.

Agora eu entendo como ela se sentiu naquela época.

Só que no meu caso deu certo, e tinha esperança que no caso dessas duas as coisas tomassem o mesmo rumo.

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Capítulo pequeno, mas já tô pensando em um final para a história. Próximo cap é na boate, já dá pra imaginar o que vai acontecer, né?

Até.

Para Sempre Te AmareiOnde histórias criam vida. Descubra agora