- O pai de vocês é tão idiota. Ele fica falando que vou colocar fogo na cozinha. - exclamei, enquanto passeava com as minhas filhas pelo parque. - Eu nunca faria isso. Só queimei o café e foi uma vez. Isso não quer dizer que vou incendiar a cozinha.
Eu tinha comprado aquele carrinho de gêmeas e as duas estavam deitadas aproveitando a calmaria do parque.
Olhei em volta do parque e fiquei feliz quando vi um banco.
- Ok, que eu as vezes sou desastrada, mas não a esse ponto. - falei, caminhando até o banco.
Depois de sentar no banco, eu coloquei o carrinho na minha frente e travei as rodas.
- Não conta que eu estou xingando ele para vocês. - pedi, e sorri quando Sophie fez um barulho com a boca como se estivesse concordando.
Coloquei a bolsa delas ao lado do carrinho e peguei meu celular para ver as horas. Eram 11 horas da manhã e o sol não estava tão forte.
- Elas são boas ouvintes? - uma voz masculina perguntou, me fazendo tomar um leve susto.
Virei para o lado e vi que tinha um homem sentando no banco também. Eu estava tão distraída com as meninas que nem percebi.
Ele tinha olhos castanhos, e seus cabelos eram pretos. Mesmo sentado, eu podia jurar que ele tinha a mesma altura do Bruno.
- Como?
- As meninas são boas ouvintes? - perguntou novamente, parecendo achar graça da minha confusão.
- Ah, elas são sim. - sorri, e voltei a olhar minhas filhas. - Mesmo nessa idade eu sinto que elas estão me entendendo.
- Eu tenho certeza que estão. - ele falou, chamando minha atenção para ele. - A propósito, meu nome é Adam. Adam Renault.
Reconhecendo o sobrenome, eu franzi o cenho.
- Você é parente do Damon? - perguntei, curiosa.
Se ele era da família do Bruno por que eu nunca tinha ouvido falar do mesmo?
- Sim, ele é meu tio. - respondeu.
Sabendo que o Damon só tinha um irmão, eu chutei que ele era filho do Michel e da Sarah.
- Então você é filho da Sarah?
Ele sorriu.
- Conhece ela?
- Se eu conheço? Sua mãe é maravilhosa. - falei, sendo sincera.
Ele ia falar mais alguma coisa, mas então seu celular tocou.
- Tenho que ir. - avisou, e guardou o aparelho depois de ler o que pareceu ser uma mensagem. - Ainda não sei seu nome.
- Helena. - contei.
- Helena. - repetiu meu nome como se tivesse gostado. - Que tal a gente sair um dia desses?
Adam estava me lançando um olhar com segundas intenções e eu achei melhor cortar qualquer esperança que ele tivesse.
- Não é uma boa ideia, eu sou comprometida. - falei. - Sou noiva do Bruno.
Fiquei feliz em como a palavra "noiva" saiu dos meus lábios. Eu poderia repetir ela sem cansar.
Não precisei explicar para o Adam quem era o Bruno porque ele com certeza já sabia.
Vi o momento que seu bom humor pareceu ter ido embora.
- Essas crianças são dele também? - perguntou, e seu celular tocou de novo, mas ele ignorou.
- Sim. São nossas filhas. - contei.
Ele assentiu e deu um passo para trás.
- Passei muito tempo fora. Não estou por dentro das novidades. - falou. - Mas de qualquer forma a gente vai se ver muito por aí.
Com essas palavras, Adam se afastou. Encarei minhas filhas e dei minha mão para Alexia segurar.
- Que estranho, né? - murmurei.
Nesse momento, meu celular tocou e quando peguei o aparelho, vi que era o Bruno me ligando.
- Está em casa? - foi a primeira coisa que ele perguntou quando atendi.
- Não, estou no parque. - respondi.
- Com as meninas?
- Sim. - falei. - Acabei de conhecer outro membro da sua família.
- Quem?
- Um tal de Adam. - contei.
- Você falou com ele? - perguntou, e eu percebi que seu tom mudou.
- Falei. E ele pareceu bem legal.
Bem diferente do pai dele. Michel era um homem que eu queria distância.
- Não quero que fale com ele de novo. - ele estava sério.
Franzi o cenho surpresa com sua ordem.
- Bruno, eu te amo, mas você não é meu dono.
Ele suspirou do outro lado da linha.
- Desculpa, meu amor, eu não falei nesse sentido. - explicou. - Só toma cuidado com ele.
Bruno conhecia o Adam, então se ele queria que eu ficasse esperta perto do seu primo, eu ficaria.
- Tudo bem, eu vou. - prometi, e depois de destravar o carrinho, levantei. - Vou voltar para casa. Daqui a pouco meu pai vai para o aeroporto.
- Qualquer coisa me liga. - disse.
- Eu vou, e me liga se precisar também. - falei, e encerrei a ligação.
Voltei a andar pelo parque enquanto pensava em que problemas esse Adam iria trazer.
Estava tudo bom demais para ser verdade.
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Para Sempre Te Amarei
Romance"História Em Andamento" Livro Dois Intrigas, confusões, dramas, mentiras... Helena Ferraz estava acostumada com aquilo, no entanto, ela não podia encarar ou resolver as coisas como uma adolescente, não mais. Porque agora, ela é adulta, e tinha que a...